terça-feira, agosto 26, 2008

Arrependimento, consciência e responsabilidade

Esta coisa do arrependimento, julgo, é algo de inevitável na vida de qualquer um. Todos nós, num momento ou noutro, já tomámos opções das quais nos arrependemos. Ou melhor, à luz da experiência entretanto adquirida, muitas vezes até após vivenciar as consequências das opções tomadas, verificamos que afinal não tomámos a melhor decisão, dando-se aí o tal do arrependimento.

Mas sinceramente eu considero que, em situações dessas, há pouco lugar para o dito. Porque olhando para trás, para os muitos erros que fui cometendo, a verdade é que no momento em que tomei as decisões, elas eram para mim a melhor coisa a fazer, e optei com a alma e a razão, convicta de que era aquele o caminho a seguir. A compreensão do porquê de um determinado passo, que parecia tão seguro, ser afinal um passo em falso, isso veio depois, e não tinha como chegar antes. Então aí, de que serve o arrependimento? "Se soubesse o que sei hoje" é uma frase muito gira mas consola pouco e não justifica nada. A verdade é que na maior parte das ocasiões não sabia o que sei hoje, e isso é afinal a tal constante da vida.

Do meu ponto de vista, o que há a fazer é aquilo que, a cada momento, identifico dentro mim como a minha maior verdade, aquilo em que eu acredito mais profundamente e no fim, esperar pelo melhor. "Põe quanto és no mínimo que fazes", é realmente a melhor forma de andar para a frente. Não sem cometer erros, porque eles são fatais como o destino e precisamos deles para aprendermos a ser melhores do que aquilo que somos. Mas para dormir todos os dias descansada, que estou a fazer tudo, mas tudo o que me é possível, com aquilo que sou em cada momento.

Para mim, o arrependimento mora noutros momentos. Naqueles em que tomei opções que não vieram cá de dentro, em que me deixei levar em coisas nas quais não acreditava totalmente, em que disse "sim" quando queria verdadeiramente ter dito "não" ou vice-versa, e pior, quando olho envergonhada para trás e verifico que já sabia então exactamente aquilo que sei hoje, e ainda assim, incorri no erro. É aí que mora o meu arrependimento. Porque para esses erros eu não (me) dou desculpas ou panos quentes. Eu tinha tudo o que era preciso para saber melhor.

Continuo no entanto a achar que o arrependimento é uma coisa inútil. Não ensina nada, não minimiza nada, prende-nos ao passado e não nos deixa avançar. Está lá, e é tudo. Quanto aos erros, não é bem assim. Há sempre algo para fazer com eles. Por mim, encaram-se de frente e carregam-se juntamente com a restante bagagem, pois se fazem parte de nós e nos fizeram chegar aqui, não se podem largar no meio do caminho sem mais nem menos, se o que se pretende é seguir viagem.

Porque o erro de não assumir um erro pesa sempre mais do que o primeiro e para a frente é que é caminho, entre o arrependimento, a consciência e a responsabilidade, que venham elas, e ele se deixe estar por aí num canto qualquer a lamentar-se.

terça-feira, agosto 19, 2008

Anúncio do "Expresso", a 02 de Agosto

DIRECTORES DE ARTE (m/f) ( 02-08-2008 )

Perfil do candidato: O Departamento Criativo precisa de gente com bom feitio, interessante, divertida, descontraída, imaginativa, culta, bonita, com bom gosto e que cheire bem. O Departamento Comercial diz que o que faz falta é pessoas responsáveis e cumpridoras. E, uma vez mais, a Produção afirma que - dados os prazos - nada disto é possível.

Contacto: Contudo, acreditamos que por aí haverá quem queira participar neste nosso projecto. Se for assim, contactem-nos o mais depressa possível, para que não tenham de ser sempre os mesmos a trabalhar.

Observações: Seniores e Juniores

segunda-feira, agosto 11, 2008

Murphy, esse gajo incontornável

Roubei aqui. Uma delícia:

Ley de Murphy para os homens


1 - Os homens simpáticos são feios.

2- Os homens bonitos não são simpáticos.

3 - Os homens bonitos e simpáticos são gays.

4 - Os homens bonitos e simpáticos e heterossexuais estão casados.

5 - Os homens que não são lá muito bonitos, mas são simpáticos, heterossexuais e que não estão casados, não tem dinheiro.


6 - Os homens que não são lá muito bonitos, mas são simpáticos, heterossexuais, não estão casados, mas têm dinheiro, pensam que andamos atrás deles pelo dinheiro.

7 - Os homens bonitos, simpáticos, heterossexuais mas sem dinheiro andam atrás do nosso dinheiro.

8 - Os homens bonitos que não são lá muito simpáticos mas são heterossexuais e não ligam ao dinheiro, acham que não somos suficientemente bonitas.

9 - Os homens bonitos, simpáticos, heterossexuais, não casados, com dinheiro e que acham que somos lindas, são cobardes.

10 - Os homens ligeiramente bonitos, algo simpáticos, não casados, com algum dinheiro e, graças a Deus heterossexuais, que nos acham lindas, são tímidos e Nunca Dão o Primeiro Passo.

11 - Os homens que nunca dão o primeiro passo, perdem logo o interesse quando as mulheres tomam a iniciativa.

Eu acrescento: Os homens bonitos, simpáticos, não casados e heterossexuais que seriam perfeitamente capazes de dar o primeiro passo e de nos acharem lindas se nos chegassem a conhecer, têm o problema de desaparecerem ao fim de 45 minutos, quando entra o genérico final do Lost:

domingo, agosto 10, 2008

Beijing

No meio de conversas sobre este mundo e o outro, em que o denominador comum é o aniversário de uma amiga, assiste-se à repetição do espectáculo de abertura dos Jogos Olímpicos.

Espectacular, esmagador, impossível ficar indiferente.

Perante tantos milhares de jovens chineses a participar no espectáculo, há alguém que rompe o êxtase:

"Tantas bolas da Nike que podiam estar a ser feitas, pá. Sinceramente."

Fartámo-nos de rir, claro. E o vinho também era excelente. :-)

Post vagamente semelhante a uma letra da Rosa Lobato Faria

Maçãs, bananas, peras e laranjas, sim senhor, nada contra.

Mas então o que dizer das cerejas, dos pêssegos, das ameixas, dos melões, das meloas, das uvas e dos alperces?...

Do ponto de vista das frutas não há dúvidas, o Verão é de longe a melhor altura do ano!... :-)

Desabafos de volta

Está de volta o primeiro blogue que comecei a ler com regularidade. Os desabafos de um médico que tem sabido contar as histórias clínicas do ponto de vista do médico, mas também do ser humano que é. E muito, muito bem escritas. É de ler, meus amigos, é de ler.

sábado, agosto 09, 2008

"É abatê-los!..."

Ontem, SIC Notícias, aquele programa em que as pessoas telefonam para lá a dizer coisas. Inevitável o assunto do assalto na agência do BES.

E dizia um espectador, inflamado (se não me engano, polícia de profissão):
"Eu não sou violento e sou aliás contra qualquer tipo de violência. Mas nestes casos, é abatê-los, é abatê-los!..."

Mais outro que ainda acredita em sol na eira e chuva no nabal... A mim, a contradição dos termos e a convicção expressa na voz só me deu vontade de rir.

PS: E como deve estar a ser difícil ser-se brasileiro no nosso País por estes dias...