terça-feira, dezembro 28, 2010

Case Study?...

Parece-me bem que sim. É impressionante o efeito que isto está a ter na blogoesfera e na web 2.0.

O empenho que a Ensitel está a ter, na sua página do Facebook, em apagar(!) os comentários de desagrado que por lá vão ficando é apenas coerente com as acções que encetou para que a autora deste blog apague(!!!) os relatos da sua má experiência com a empresa.

Está-lhes o tiro a sair pela culatra e este post é mais um tiro na culatra deles...

domingo, dezembro 26, 2010

Versão estafada do Natal

Hoje. Conversa de circunstância, arrematada com um toque de sinceridade:

Eu: Olá, estás boa? Há quanto tempo não te via, vieste passar o Natal com a tua mãe? Está tudo bem?

Ela: Tudo bem, obrigada. Tiveram um bom Natal?

Eu: Sim, tudo bem. E o vosso Natal, também correu bem?

Ela: Sim... E está quase a acabar, graças a Deus!...

sexta-feira, dezembro 24, 2010

Votos de Boas Festas em tempo de crise

Que tenham todos um Natal sem acumulação de dívidas e que o ano de 2011 seja bastante razoavelzinho!... ;-)

domingo, dezembro 19, 2010

...

Têm sido muitos os murros no estômago, ultimamente. Uns mais fortes do que outros, é verdade. Porém, todos conduzem àquela constatação mais ou menos banal de que a nossa vida vale muito pouco ou nada. E em boa verdade digo hoje em dia, felizes daqueles que acreditam que nada acontece por acaso. Feliz de mim nos tempos em que acreditava, convictamente, que nada acontecia por acaso.

E isto não tem nada a ver com Deus, atenção. Neste contexto, acreditar ou não em Deus é perfeitamente acessório. Mas numa lógica, num tal sentido oculto para as coisas, acreditava sim senhor. Desgraçadamente, estou cada vez mais com o Fernando Pessoa. O único sentido oculto das coisas é elas não terem sentido oculto nenhum. É perfeitamente aleatório. É conforme calha. Tal e qual como os raios quando caem no meio de uma trovoada. E isto é uma coisa que irrita.

Irrita porque levamos a nossa vida inteira a tentar dar-lhe um sentido qualquer, a tentar construir algo, uma identidade, a marcar um percurso, a sermos coerentes. E depois não interessa nada se um tipo é um homem íntegro, bom filho, talentoso, inteligente e bonito, não interessa se só tem 30 anos de idade, toma lá um cancro porque calhou assim, olha, paciência, agora pões aqui a tua vida e a da tua família toda entre parêntesis, a ver quem te mata mais depressa, se o cancro, se a quimioterapia, e vocês todos à volta deste garoto, suspendam a respiração e observem, pode ser que se safe, pode ser que não, agarrem-se a essa ideia absurda de que a lógica da vida certamente não permitirá que o pior aconteça, agarrem-se a isso, se é do que precisam para prosseguirem com as vossas vidas ridículas.

Não interessa nada se um outro homem aos 60 anos de idade tem ainda muito para dar a filhos, a netos, a amigos, não interessa que o seu percurso e as suas opções de vida tenham ajudado a formar o carácter de muitos jovens, ajudado a descobrir talentos, a encontrar vocações. Vem uma qualquer contingência do acaso, baixa-se uma névoa na cabeça deste homem e já não reconhece ninguém, não sabe onde está, nem de onde veio, e tudo o que foi e construiu, para ele já não existe. E a gente pensa, é injusto, e há uma mulher que diz, é injusto, uma mulher com pouco mais de 40 anos que um dia chega a casa e se deita na cama para já não acordar no dia seguinte, a ela calhou-lhe assim, à irmã calhou-lhe meter a chave à porta que estava de reserva "para qualquer eventualidade", porque tinham combinado coisas muito lógicas e coerentes e ela estava atrasada. E foi isto que os acasos da vida deram àquela família.

E eu hoje estou assim muito irritada e revoltada com isto tudo, com as coisas muito importantes às quais me dedico todos os dias, nas quais esgoto as minhas energias enquanto uma parte de mim está 24 horas por dia a dizer-me que o meu pai já tem 79, e a minha mãe já tem 75, e que um dia destes um qualquer acaso vai bater à minha porta, e não necessariamente por causa deles, afinal, também eu posso acordar morta já amanhã.

E fico a pensar que o melhor mesmo era largar esta merda toda, dizer que se foda a tudo na minha vida, arranjar um trabalho a esfregar o mesmo chão todos os dias, alguma coisa que não me desse muito que pensar, que não vale a pena fazer coisas muito relevantes na nossa vida, se tudo se desfaz no minuto a seguir. Penso nisto mas sei que não o farei, porque isso não teria lógica nenhuma, e apesar de tudo, a lógica e a coerência é o que nos faz levantar todos os dias de manhã. Mesmo sabendo que não há coerência, que não há lógica, e que nada faz sentido.

Vivemos de paradoxos. E depois morremos.