segunda-feira, abril 23, 2007

(I)rracionalidades

Tal como já referi por alto em tempos, andamos (eu, a minha irmã, o meu pai, sobrinha, gato, rouxinol) a caminho do hospital com a minha mãe, em busca de uma cirurgia que já se viu que é inevitável, e vai sendo cada vez mais urgente.

Pensávamos que estava para breve, tipo o mês que vem. Infelizmente, hoje a consulta de Anestesiologia trouxe-nos um grande balde de água fria: os valores da tiróide estão muito alterados, e a anestesista deu um parecer negativo à cirurgia. Recambiou-nos para Medicina, para regularizar os valores, e nessa altura re-avaliar a situação.

A minha mãe já retirou a tiróide há cinco anos atrás, e desde então aqueles valores nunca mais bateram certo. Como é que agora vão conseguir equilibrar aquilo e quanto tempo vai ainda durar? Não sei.

Só fiquei perplexa com a minha reacção a esta novidade. Por um lado o meu lado racional reconhece que a médica até está a defender os interesses da minha mãe, porque afinal, se ela for para a cirurgia e depois alguma coisa correr mal, eu cá estarei para pedir responsabilidades. Eles também têm que se defender, estas coisas não são como nós queremos e a minha mãe tem montes de problemas que a tornam numa doente de risco. Eu sei isto tudo.

Mas por outro lado, tenho a dizer que fiquei a odiar aquela médica de morte. Que lhe ganhei uma raiva naquele mesmo instante, que a minha vontade foi subir para cima da mesa, apertar-lhe o pescoço e obrigá-la a fazer um relatório favorável, para tirar a minha mãe, e nós todos, desta aflição em que andamos já há meses. O meu lado irracional tinha vontade a de a ver a sofrer. Palavra de honra. Sinto-me uma autêntica mulher das cavernas, hoje... :-(

sábado, abril 21, 2007

Um sucesso

Lá acabou em grande o tal do pico de trabalho. Felizmente a maior parte correu bem. Digo a maior parte porque o meu lado perfeccionista vê sempre umas manchas aqui e ali, que podiam ter sido melhores e não foram. Mas a bem da verdade, numa iniciativa que conta com 4.000 visitantes em três dias, e que movimenta cerca de uma centena de pessoas na sua produção, estranho seria que no final tudo tivesse corrido conforme o previsto!

Este ano houve coisas especiais, que marcaram a diferença. Numa já habitual festa de encerramento, que eu já muitas vezes apresentei sem grandes requisitos de espectáculo, convenceram-me (e eu não demorei muito a deixar-me convencer...) a subir ao palco vestida e arranjada cumadeveser. E foi bom, claro. Dois cabeleireiros de volta de mim, a maquilhagem sempre discreta, que grandes maluqueiras a esse nível não são para mim - um dos aspectos do mundo feminino que para mim continuam um pouco insondáveis é mesmo a maquilhagem -, e é claro, o fato. O fato era mesmo giro. Quem sabe se um dia destes não resisto à vaidade de aqui colocar uma foto da coisa.

Esta iniciativa ficou à minha responsabilidade pela oitava vez consecutiva. Ao longo dos anos tenho tido o gosto de a ver a crescer, e a certos níveis, aquilo é hoje quatro vezes mais do que já foi. Mas apesar de fazer este trabalho há tanto tempo, é um projecto que me destabiliza mais do que qualquer outro. Seja pelo peso da responsabilidade, seja pela enorme logística que ele implica, a maior de todas em relação a tudo o que faço ao longo do ano (e com recursos financeiros e materiais cada vez mais escassos), nunca consegui fazer isto em ano nenhum sem ter uma crise de desespero, de choro, sem ficar com os nervos em frangalhos por conta das dificuldades que aparecem. Como eu costumo dizer, uns dias antes de abrir o certame há sempre um dia que eu baptizei como o "dia do não", em que basicamente, toda a gente nos diz que não a tudo, como se estivessem combinados para testar a nossa capacidade de resistência. Bom, isto tudo para dizer que este ano, muito à conta dos anti-depressivos que ainda circulam pelo organismo, se bem que já em quantidade reduzida, não houve descontrolo emocional. Não houve crise nervosa. Não me desesperei com nada. E isso foi o melhor de tudo, muito melhor até do que o fato no último dia. O meu desafio daqui em diante é ser capaz de lidar com estas situações de pressão sem comprimidos da felicidade. Porque não há dúvidas que assim o trabalho corre melhor, para mim e para os outros.

Por outro lado, o que eu gostava mesmo era que este tivesse sido o meu último ano naquela iniciativa. Teria sido uma excelente forma de me despedir, aquela de ontem. Aqui há uns tempos atrás sopraram uns ventos de mudança na minha vida profissional, mas acontece que os meus ventos são soprados por políticos, e já se sabe, ventos soprados por esta malta, tão depressa são furacões como a seguir se transformam em calentura. Estou mais que pronta para dar o passo em frente e sou mais que merecedora. Digo isto à Sporting, com toda a tranquilidade. Agora que o pico de trabalho já passou, estou na expectativa de ver se finalmente vai chegar uma nova fase para mim, ou se a festa de ontem foi só uma forma glamorosa de continuar a marcar passo.

segunda-feira, abril 16, 2007

Pico de trabalho

É esta semana. Três meses de trabalho intensivo para três dias de actividades que começam na próxima Quarta-Feira. As horas voam a uma velocidade tremenda, precisava de ser duas, de ser três, para estar em vários sítios ao mesmo tempo. Gastam-me o nome. Hoje consegui a proeza de estar a falar para um grupo de umas dez pessoas com dois telemóveis à minha frente, os dois a tocarem desalmados ao mesmo tempo.

E o pior são os que não telefonam, e já deviam ter telefonado. Não. O pior são os que não páram de telefonar. Pior que esses só aqueles que já chegaram pessoalmente, e começam logo a pedir coisas que não há, e que têm que se arranjar a correr, mesmo não havendo. E já só temos amanhã para estar tudo pronto. E o mais incrível e maravilhoso, que nunca deixa de me surpreender por mais anos que passem, é que chega-se à hora e está tudo pronto. Quantos milagres terão que ser obrados amanhã? Muitos. Depois de amanhã aquilo começa e pronto, é uma espécie de funil, cada hora que passa é menos uma hora de coisas que precisam de ser previstas, acauteladas, geridas, resolvidas.

É esta semana, até Sexta-Feira. Depois vem o merecido descanso. Mas até lá, até lá, vou ter que chegar para muitas encomendas. Estou tão cansada...

sexta-feira, abril 13, 2007

Lingerie anti-depressiva

Se há coisa terapêutica para eu combater aqueles dias mais stressantes, ou para me animar quando alguma coisa me contraria e fico mais em baixo de forma, é sem dúvida comprar conjuntos de lingerie. É tiro e queda. Ah e tal, discuti com a chefe (infelizmente só tenho chefes mulheres), bati com o carro, a vida é um chatice, seja lá o que for: compro umas cuecas e um soutien novos e pronto, vejo logo a vida com outros olhos! Podia dar-me para pior, olha se as depressões só me passassem comprando artigos na ourivesaria?...

Aqui há uns dias atrás fui às compras ao Jumbo, e antes disso passei pela farmácia, dois dos locais onde deixo habitualmente quantidades absurdas de dinheiro. Comprei duas coisas na farmácia e deixei lá ficar mais de quarenta euros. Ora isto transtornou-me. Saí de lá direita ao Jumbo angustiadíssima porque aquele dinheiro fazia-me uma falta danada, que este é outro daqueles meses em que eu ando a contar os tostões. Chegada ao Jumbo, bato de frente com uma promoção da DIM. Na compra de um conjunto de cueca e soutien, oferta de mais uma cueca. É claro que me agarrei logo àquilo, comprei um conjunto amoroso, ainda por cima com uma cueca de borla, era impossível não aproveitar. Duas cuecas e um soutien por 26 €, grande negócio!

É verdade sim senhor, gastei mais 26 € em cima dos outros 40. E já sei que alguma mente tortuosa poderá agora vir dizer que isto não faz sentido nenhum, que se o problema era falta de dinheiro o melhor era não ter gasto mais, e mais não sei quê. Mas isso já se sabe, são cabeças fraquitas. Qualquer mente esclarecida percebe perfeitamente que, falida por falida, ao menos saí do Jumbo mais bem disposta!...

Agora fiquei foi com um problemazito... Só depois de chegar a casa é que me decidi a experimentar a lingerie. E o modelito das cuecas, decididamente não me fica nada bem... Aquelas cuecas, que até fiquei logo com duas, não sei se terei coragem de alguma vez andar com elas vestidas. Mas que são muita lindas e que foram uma pechincha, lá isso!...

terça-feira, abril 10, 2007

O poncho

Ganhei um poncho da Mango, pelo Natal (parecido com este da foto, mas mais giro). Ora acontece que aquilo dá certo trabalho a vestir e a despir, motivo pelo qual estava sentada a almoçar com ele vestido. O colega do lado, de vinte e poucos anos (uma criança, portanto!), entabulou comigo a seguinte conversa a respeito de… da…. do poncho, no fundo, a respeito do poncho:

R.: Eh pá, muito jeitoso, sim senhor, bem fashion. Mas porque é que estás com isso vestido enquanto estás a comer? Estás assim com tanto frio?

Eu: Nada disso. É que isto dá-me algum trabalho a vestir e a despir, porque tem um cinto meio manhoso…
(depois de algumas explicações de ordem prática sobre como vestir e despir o poncho) … e para me poupar a isso, resolvi almoçar com isto vestido.

R.: As mulheres são umas complicadas! Já viste bem o trabalhão que isso pode dar a um homem? Ficas a saber... (esta malta nova tem cá uma mania de que foram eles a inventar o pai-nosso e que agora têm esta missão humanitária de o ensinar aos mais velhos!...) ... que os homens não gostam disso! Gostam é de coisas simples, que se dispam num instante!

Eu: Bom. Embora sejas um rapaz novinho, acho que já tens idade suficiente para saber algumas coisas. Vou dar-te uma novidade. Uma coisa que dê trabalho a despir pode ser muuuuuuito estimulante em determinados momentos, ok?...

R.: Bom. Embora já tenhas uma certa idade, acho que também ainda poderás saber do que é que eu estou a falar. Essas demoras não têm piada NENHUMA se o único tempo disponível que tenhas for durante A HORA DE ALMOÇO, ok?!!!!...
(Diz ele com todo o ar de quem sabe exactamente do que é que está a falar...)

Donde se conclui que isto das pressas e dos vagares não é só uma questão de idades. Não se tem pressa só porque se é novo. É também porque não há espaço, nem horários compatíveis com o vagar. Mas pensando bem, a verdade é que não têm espaços nem horários porquê? Porque são novos, lá está. Realmente, agora que penso nisto, prefiro de longe ter “trintas” a ter “vintes”. E não é só por causa do poncho!...

domingo, abril 08, 2007

Informática, essa grande desconhecida...

Alguém me poderá explicar porque carga d'água é que o Microsoft Outlook agora só recebe mensagens, e não envia nenhuma?

Qualquer que seja o endereço de e-mail para onde eu tente enviar algo, um gajo que eu não conheço de lado nenhum, chamado Administrador do Sistema, manda-me à merda com esta conversa:

"A sua mensagem não chegou a um ou mais destinatários.
Assunto: Teste
Enviada: 08-04-2007 23:27

Não foi possível contactar os seguintes destinatários:
'blimunda_setluas@mail.pt' em 08-04-2007 23:27
554 5.7.1 : Recipient address rejected: Access denied"


Juro que não fiz nada para merecer isto. E o que é estranho é que recebe tudo na perfeição. Será viroseira?... Raios partam os computadores, ainda dizem que as mulheres é que são inconstantes...

sábado, abril 07, 2007

Ontem

Dormir até às onze.
Passear em Cascais e apanhar sol à beira-mal.
Gelado Santini de morango e marabunda.
Sexo.
Cinema.

Tenho que concordar com a comunidade religiosa. Ontem foi mesmo Sexta-Feira santa!...