sábado, janeiro 29, 2011

Rapunzel revisitada

A verdade é que já lhe fiz o mesmo a ele. Logo, tive que pôr de lado as recriminações, amuos, recusa de sexo para castigo, e coisas do género a que me apeteceu recorrer. Com pena, mas em nome da mais elementar justiça, lá teve que ser.

Mas a verdade é que, sendo eu despistada, tenho um homem muito mais despistado do que eu. Assim despistado ao nível de estratosférico. Porque se é verdade que eu própria já saí de minha casa e o deixei a ele a dormir trancado do lado de fora, porque quando saí me esqueci completamente que ele lá tinha ficado dentro, quando chegou a vez dele me fazer o mesmo levou isto para toda uma nova dimensão.

Passo a explicar. Em casa dele, ele saiu e eu fiquei. Acordei já atrasada, vesti-me preparei-me para sair, puxo pela porta e ela não mexe. Trancada. Bonito. Puxo do telemóvel a pensar, vais ouvir das boas e agora voltas para trás que te lixas. Telefone começa a tocar e eu oiço: ti-ni-ni-ni-ni. Ti-ni-ni-ni-ni. Estou trancada em casa dele. E aquela besta deixou cá o telemóvel! Não sei a que horas volta. Não tenho como falar com ele.

Senti-me como uma Rapunzel dos tempos modernos, só que a realidade é menos romântica e bem mais ridícula. Solução? Ligar a uma irmã que depois de controlar o riso que a levou às lágrimas (é sempre bom pôr alguém bem disposto às 08h30 da manhã), ligou à mãe que por sorte estava em casa e por sorte tinha a chave suplente que lá costuma estar, não vá ele esquecer-se da dele em algum lado... Coisa que, como facilmente se imagina, nunca acontece!...

A pobre senhora lá veio a pé, empenhada no meu salvamento e depois de me libertar do meu cativeiro ia dizendo, conforme descia as escadas, e depois diz-me o meu filho que eu estou a ficar senil e que me esqueço de tudo...

Fui-me embora a pensar que está na hora desta minha relação dar um passo em frente. Quero uma chave da casa dele. Não é para entrar quando quiser. É para sair quando precisar! :-)

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Realidades distorcidas e ligeiramente doentias :-)

Tendo em consideração que já oiço esta pessoa desde os tempos do Correio da Manhã Rádio, nos inícios dos anos 90, é justo afirmar que tenho acordado mais vezes com ele do meu lado do que com qualquer outro que já tenha passado pela minha vida.

É, portanto, a relação mais duradoura e mais funcional que alguma vez estabeleci em toda a minha vida adulta!...

(eu comecei por dizer que era ligeiramente doentio, certo?...) :-)