sábado, janeiro 30, 2010

Falar é fácil!...



Se calhar já não é novidade para muitos, mas eu só vi isto ontem à noite e fez-me rir à gargalhada. Um conceito muito bem pensado. :-)

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Piloto Automático

E digo isto perfeitamente consciente do perigo. Mas o facto é que na maior parte dos dias, no regresso a casa, sinto que venho no mais completo "piloto automático".

Entro no carro, ligo o carro e desligo a mente. Só torno a ligá-la quando estaciono ao pé de casa. Tento pensar no trajecto e não me recordo de nada, é como se estivesse naquele filme em que o tipo tinha um comando e fazia "fast foward".

Durante aquele percurso, a cabeça vagueia pelo que foi, pelo que está para ser, pelos dias que faltam para o fim-de-semana, pelas histórias que vejo na televisão e pelas que quero eu inventar, em suma, pelos mundos que não cabem dentro do automóvel. No entretanto, só uma parte muito restrita do cérebro reage às luzes de stop e aos semáforos, mete mudanças, trava. E quando chego, olho para trás e não sei dizer nada daquele pedaço de tempo que passou por mim, sem que eu passasse por ele.

É certo que o caminho é curto (apenas 9 kms) e já se percorre diariamente há muitos anos. E é também verdade que vou muitas vezes muito cansada. Mas ainda assim, preocupa-me este modo de piloto automático em que caio quase sempre, e preocupa-me também o esforço de concentração brutal que tenho que fazer, para o combater.

Um dia destes ainda sou obrigada a acordar à bruta, é o que é. Uma coisa é certa: o carro não sabe o caminho sozinho.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Era o vinho, senhor, era o vinho

E era bom, por acaso. Um litro e meio dele, oferta de Natal.

A garrafa esperou pacificamente o meu regresso ao local de trabalho, onde me aguardava. Comigo saiu a caminho de casa, viajou na bagageira do carro, esperou mais um pouco pelo meu regresso da aula de ginástica, qual será hoje o meu destino, poderia pensar, se houvesse a possibilidade das garrafas de vinho pensarem. Mesmo as de litro e meio não chegam a tanto.

Lá veio comigo pela mão até à entrada do prédio, a caixa com a garrafa, a mochila da ginástica ao ombro, a mala de mão (gira!) também oferecida pelo Natal, a caixa da sopa para comer a seguir à ginástica (numa vã ilusão de alimentação saudável) também na mão, outra malinha de mão com coisas necessárias quando se passa a noite fora de casa...

Ora deixa cá ver. Duas mãos. Quatro coisas nas mãos e outra no ombro. Caixa do correio. Necessário chegar às chaves de casa para abrir a caixa do correio. Mudança de coisas de umas mãos para as outras porque está a chover e tudo o que se põe no chão fica enlameado. Capacidade de raciocínio: igual à da garrafa de vinho, ou seja nenhuma.

Resultado previsível: caixa de vinho caída no chão. Mar de vinho tinto surge repentinamente à porta do prédio. E um cheiro a taberna que não se aguenta. Donde se conclui que o vinho, quando cai ao chão, não vale a pena ser bom, que cheira a taberna na mesma.

Litro e meio de vinho. Se era para cair, uma de 75 cl tinha dado menos trabalho a limpar... Mas do mal o menos. Dizem que é sinal de boa sorte a nível económico! Pelo sim pelo não, registei o euromilhões logo nesse dia, que isto não foi um entornãozito pequenino, isto foi um entornanço de vinho que tem obrigação de render muito dinheiro!...

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Do ano novo

É de notar como os anos novos são sempre muito sobrecarregados pelas pessoas. Ainda se está na contagem decrescente, ainda nem se registaram os primeiros segundos, titubeantes como é de esperar de qualquer coisa que acabou de nascer, e já para ele projectamos todas as nossas expectativas, esperanças, confianças, não esperamos do novo ano nada de mau, apenas tudo de bom, maravilhoso, perfeito. É muita pressão para qualquer recém-nascido. Desilude-nos sempre, é inevitável, mas a culpa não é do ano novo, a culpa é nossa, que colocamos a fasquia demasiado elevada.

Não fujo à regra. Sobretudo quando a primeira coisa boa que encontro em 2010 é que finalmente acabou com 2009. Ponho os olhos neste renascimento da fénix com data marcada no calendário e desejo, com todas as minhas forças, que o ano novo traga vivências mais felizes. Mesmo sabendo que os acontecimentos importantes da vida não se compadecem de datas marcadas no calendário. Os acontecimentos que realmente mudam alguma coisa, às vezes para melhor, às vezes para pior, não estão à espera de dias feriados, meses específicos ou fins-de-semana em que dê mais jeito. Acontecem e pronto, e não temos outro remédio que aguentarmo-nos à bronca, porque nessas alturas já ninguém está de copo de champanhe numa mão e 12 passas na outra.

Que seja melhor, deseja-se sem dúvida. Mas sem muita pressão sobre o infante ano. Há elevadas possibilidades de ser pior que o anterior. E não se lhe poderá atirar muitas culpas para cima.

Apenas uma certeza: é em cada momento determinante, em que o ano novo deixa de o ser, que se vê de que matéria é feito. O ano. Nós próprios.