... É que são umas vira-casacas. E os enfeites de natal mais as luzes, também. Ah, pois é.
Senão, reparai: no momento de fazer a árvore de natal, os enfeites surgem brilhantes, encantadores, de dentro dos sacos onde estavam guardados. Cada coisa que se coloca na árvore é uma descoberta, uma dose extra de cor e magia a enfeitar-nos a sala, uma beleza.
Vejam depois o que acontece quando chega a hora de a desmanchar. Todos estes objectos se transformam em coisas agressivas e desagradáveis. Picam-nos os dedos, dão comichão, largam pó e coisinhas pelo chão que não se conseguem aspirar. As fitas estão emaranhadas em volta da árvore como se se recusassem terminantemente a largá-la. As luzes embrulham-se umas nas outras de forma absurda, a árvore não se consegue desmontar e depois de desmontada, já não cabe na caixa onde vinha.
Já está tudo devidamente encafuado, perdão, arrumado, até ao próximo natal. Os objectos estão agora encasulados até Dezembro, data em que voltarão a sugir enganosamente sedutores e fascinantes, escondendo este seu lado sombrio, de objectos inconformados com o facto de só terem um mês por ano para darem nas vistas.
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