sexta-feira, agosto 17, 2007

O dilema da maternidade

Ser mulher e não querer ser mãe é uma coisa que na maior parte das vezes causa grande desconfiança a toda a gente. Não é suposto, as pessoas começam a olhar de lado e perdem-se logo uns tantos pontos no ranking da valorização social. Uma mulher sem apelo pela maternidade é mais anti-natural do que um preto de cabeleira loira, ou um branco de carapinha. Mas existe, cada vez acho mais que não são assim tão poucas, e eu sou realmente uma delas.

Levei a minha vida toda a assistir ao comportamento habitual das mulheres, ou mesmo raparigas, à volta dos bébés. Muitos "hiis", e "oh, tão querido", e "que fofo", e toda a gente a querer pegar na criatura, fazer festinhas, dar beijinhos. Não é que eu às vezes não gostasse de comungar desse mundo de encantamento a que tantas mulheres se entregam perante um bebé de colo, até porque a sensação de exclusão é inevitável. Mas a verdade é que não me identifico minimamente com essas reacções. Não acho piada nenhuma a bébés. São totalmente dependes para tudo, desde o comer ao lavar, ao xixi e ao cócó, não falam, não interagem praticamente, e eu não lhes encontro ponto absolutamente nenhum de interesse. Pronto, já deve estar muita gente a ler isto e a olhar de lado. É o costume, mas é assim que eu me sinto e quanto a isso não há nada a fazer.

Ser mãe é uma possibilidade que, quando eu me ponho a pensar nisto mais a sério, me deixa aterrorizada. Não estou a exagerar. Fisicamente, acho que é um processo do mais violento que pode haver. E não falo só do parto, falo de todos os meses de gravidez que poderão implicar (cumulativamente ou não), dores no peito, prisão de ventre, ou em alternativa diarreia, náuseas, vómitos, dores nos rins, inchaço das mãos, dos pés, manchas na pele, aumento de peso, e isto se à partida não houver problemas de saúde associados, tais como a diabetes ou a hipertensão arterial. Depois, a perspectiva existencialista da coisa. Surge uma outra pessoa na nossa vida à qual ficaremos vinculados para sempre. Para o resto da vida. Nunca mais acaba, nem se pode interromper, nem devolver, nem nada. É para o resto da vida. Tipo, não sei se já disse, para o reeeeeessto da vidaaaaaaaaa!...

Ah e tal, mas ser mãe é maravilhoso. E ser pai também. Toda a gente me diz isso e eu acredito, sinceramente. Há-de ser com certeza um sentimento do mais avassalador que pode existir, nem pode ser doutra maneira. Pois se eu convivo com o filho do meu companheiro e já sinto por ele uma ternura tão grande, o que seria então com o tal ser que sairia de dentro de mim? E senão fosse esse sentimento, como é que alguém aguentava a violência de assegurar o bem-estar de um ser humano nos seus primeiros meses de existência? Eu respeito o mais possível este sentimento tão incondicional, e esta generosidade de gerar e criar uma outra pessoa para o mundo, mas... Será que eu quero isto para a minha vida?

Tenho muitas amigas com filhos, aliás, acho que hoje em dia não tenho nenhuma que não os tenha já. E oiço falar muito sobre aquilo que eu muitas vezes chamo, ironicamente, de "delícias da maternidade". Das birras e dos gritos, do acordar de madrugada para dar comida, adormecer, mudar fralda, mudar a roupa da cama porque houve xixi, limpar vomitado, ir para o hospital porque está doente, etc., etc., etc., mas já se sabe, ter filhos é maravilhoso. E eles compensam isso tudo. Ainda assim, as minhas amigas que têm filhos lá se vão queixando que não dormem, não têm tempo para mais nada, que não conseguem ir ao cinema ou sair para jantar (mas em contrapartida passaram a ter que arranjar tempo para andarem numa correria doida e levarem os filhos à natação e ao ballet e ao taekwondo e à música e à ginásticae ao inglês), vivem angustiadas com as doenças e os almoços e os jantares, e as horas dos banhos, e se eles saem agasalhados ou com roupa demais, e muitas vezes ficam tão cansadas que já nem têm cabeça para se preocuparem com mais nada nas suas vidas. Eu respeito em absoluto se este dia-a-dia as completa e a presença dos filhos as compensa de todas as dificuldades, mas eu pergunto-me, será que isto me completaria e compensaria a mim? Tenho a certeza que não. Se eu nunca for mãe, ficam a faltar-me vivências muito especiais e únicas, sem dúvida. Mas quando olho para isto tudo em perspectiva há sempre uma voz cá dentro a dizer que eu não quero este dia-a-dia para a minha vida. E aposto, aposto, que há muitas mulheres que tiveram filhos porque sim, e que vivem a carregar as frustrações da vida que gostariam de ter e não tiveram, mas que continuam a dizer, com toda a sinceridade, que ser mãe é maravilhoso. Mas se calhar muitas delas vão ficar a dever muito a elas próprias. Não sei, fico muitas vezes com esta impressão.

Há quarenta anos atrás as mulheres tiveram que batalhar muito para ganharem o seu lugar no mundo do trabalho. Porque não queriam estar reduzidas à casa, ao marido e aos filhos, queriam mais. Vejo hoje em dia que o fenómeno está invertido. Olho à minha volta e o que não faltam são mulheres que vêm trabalhar todos os dias simplesmente porque tem de ser, porque o salário do marido não chega para o orçamento familiar. Mas o que elas queriam mesmo era a casa, o marido e os filhos, e isso lhes bastaria. Esta é a parte que mais me custa a entender. Respeito, claro, que cada um realiza-se na vida conforme queira e o leque de opções é muito vasto, mas entender, não entendo.

(Ia no outro dia no comboio e uma senhora a meu lado falava em tom aprovador duma jovem mãe que teve o primeiro filho e gozou do tempo máximo de licença de maternidade que lhe foi permitido, a saber, três anos. Então, programou a chegada do segundo filho para o final dessa primeira licença, e prepara-se para se mandar para mais três anos de licença. Com um bocado de sorte, com o marido a ficar cada vez melhor na empresa, a dita senhora já nem pensa verdadeiramente em voltar a trabalhar. E eu, que até ia meio a dormir no comboio, com a perspectiva de ficar seis anos seguidos só dedicada aos filhos e à casa, bateu-me uma espertina que já não me deu descanso até ao fim da viagem! :-) )

Do meu ponto de vista estas mulheres, enquanto indivíduos, constroem-se muito pouco. E quando um dia destes as circunstâncias mudarem, os filhos forem à sua vida, ou o marido deixar de garantir o rendimento da família, ou pura e simplesmente a relação terminar... Bom, nessa altura o que restará, se não cultivarem um pouco a própria individualidade?

Eu gosto muito do meu trabalho. E tenho ambições de carreira. Adoro estudar. Se a vida me corresse bem nos próximos tempos, no espaço de três anos ia fazer o mestrado. E assumo que é neste tipo de projectos que me sinto plenamente realizada. É pensar nestas coisas que me enche o coração de energia, não é pensar que posso vir a ter um bébé para criar. É claro que um filho não representa necessariamente o fim de uma carreira profissional, ou de outros projectos que a pessoa tenha. Mas implica o tal compromisso para a vida, que necessariamente traz alterações profundas e reduz muito a liberdade individual. E contrariamente à ideia (ainda) vigente, de que o grande objectivo da nossa vida é crescermos e multiplicarmo-nos, acho que a minha própria existência, mesmo sem filhos, faz todo o sentido só por si. Não acho nada que seja egoísmo, é uma preservação do valor que todos nós temos, enquanto indivíduos.

Onde está, então, o dilema? Está no raio do prazo de validade. Passei os vinte e os trinta com esta ideia de que para já não, e um dia mais tarde logo se vê, pode ser que a vontade surja sabe-se lá de onde. É que eu tenho plena consciência de que, se a tal mulher que abdica dela própria pelos filhos virá de certeza a pagar a factura de não se ter a si msma, eu poderei vir a pagar a factura do arrependimento, quando o meu corpo me fechar a porta a essa possibilidade. Os 35 já vão a caminho de 36, e sei muito bem que não existem decisões inconsequentes...

É claro que, se quiser, arranjo já aqui dezenas de factores circunstanciais, relacionados com a minha actual e anteriores relações, que declaram a maternidade como algo que ainda nunca fez sentido algum colocar em agenda. Por diferentes ordens de razões, não é este o momento apropriado, tal como não foi o momento apropriado aos 30, ou aos 25, ou aos 20. Mas como diz o outro, não é esta a questão essencial. A questão essencial é mesmo a da vontade. E o dilema, que por vezes se traduz numa certa dúvida sobre a melhor decisão a tomar, está mais relacionado com o prazo de validade do que propriamente com a vontade. É uma espécie de síndrome do "compre já antes que esgote". É por estas e por outras que os saldos são tão perigosos, por exemplo, a gente vê montes de boas oportunidades ali à mão de semear, compra, e só depois é que se pergunta para que raio precisa daquilo. Não que eu compare o meu prazo de validade com uma época de saldos. Não, que horror, era lá capaz de uma coisa dessas. Bom. Pensando bem... Olha, já comparei. Adiante.

O dilema da maternidade, pelo menos o meu, é isto. É o prazo de validade a chegar ao fim. Já no que toca à vontade, despida como está desde sempre de lacinhos cor-de-rosa e cheirinho a pó de talco, o que se há-de fazer? A vontade continua a dizer-me que não foi para isso que eu nasci...

131 comentários:

Anónimo disse...

Epá, eu li e reli estas tuas linhas. E se por um lado te compreendo, por outro apetece-me dar-te argumentos que te façam ver as coisas de outra maneira!...

Só que... não consigo. Fui mãe há 1 mês, sempre prezei muito a minha liberdade e a possibilidade de ir onde me apetecesse e fazer o que quisesse. Durante a gravidez nunca me neguei nada. Era ver-me em concertos com 7 meses de gravidez para perceber que decidi ter o meu filho e não me privar de ser eu. Mas acho que explicar isto, bem como o fabuloso que é ter, de facto, este ser dependente de mim, com tudo o que isso possa implicar, é impossível. Só mesmo tendo a experiência. E chegada à fase em que estou, esqueci os incómodos dos últimos 9 meses e nunca me lembro das dores de cabeça do futuro, quando troco olhares com os olhos profundos do puto. Indescritivel.
Um beijinho!

marília disse...

Gostei muito de ler este texto, muito sincero e talvez um pouco angustiado...

Eu nunca fui muito maternal, mas em determinado momento da minha vida, ser mãe fez todo o sentido, e sou-o há 2 anos.
Tudo o que dizes é verdade: o quotidiano molda-se à medida da criança, mas não penso que é obrigatório deixarmos de pensar em nós. Também não penso que as pessoas achem maravilhoso acordar de noite, mudar fraldas, aturar birras. Não é maravilhoso, mas faz parte de algo transcendente e, isso sim, maravilhoso, que é ter um filho. A vida encara-se de maneira diferente, o futuro tem um rosto.
A decisão é, evidentemente, muito pessoal e cada um (cada 2!) deve tomá-la de toda a consciência. Tive apenas vontade de comentar... (e que gde comentário!!! sorry)

Anónimo disse...

Grande dilema, sim senhor!!!
Pelo tamanho do seu "desabafo" deve estar mesmo a viver um período complicado da sua vida...numa fase crucial da sua existência. Deve ser complicado confrontar-se com o aproximar do fim do prazo de validade!

Deixo-lhe, então, um conselho: sempre pode adoptar uma "Bimby", uma "Driron", ou uma "Rainbow". Aliás, até já sabe quanto lhe custa e, para isso, a Blimunda ainda está (e estará) dentro do prazo de validade. As máquinas é que só têm dois anos de garantia.
Pode ficar descansada: não ficará, certamente, vinculada a essas "coisas" para sempre: acabam quando menos se espera, pode interrompê-las ou devolvê-las em caso de deficiência de fabrico ou falta de capacidade financeira para o pagamento.
Recordo-lhe (contas suas) custam 5.280€. Sempre é mais barato que "criar" um FILHO e pode pagar em "prestações suaves".
E mais, enquanto a ele temos que dar de comer, limpar e passar a roupa a ferro...as ditas maquinetas (lindas de morrer!) fazem tudo isso por si.
Ainda por cima, estarão sempre ao seu lado na caminhada pelo sucesso profissional e académico.
Só há uma coisa (pelo menos) que não lhe ensinam: o significado do AMOR.
Mas o que é isso comparado com o "risco" de uma mulher "carregar as frustrações da vida" que gostaria de ter e não teve pelo facto de ter decidido ter um filho?
Nada, é claro! (Dilema resolvido!)


Para quem tem ambições na vida, quem afirma ter espírito de liderança e diz ser reconhecida como tal, revela apenas uma "pobreza de espírito", egocêntrismo e ignorância. Deve ser de facto (como refere no seu perfil) "uma tipa neurótica" a viver de aparências.
Ninguém com estas características ("que consegue manter a aparência de alguém muito responsável e equilibrada") pode ter ambições honestas a seja o que for.
Tem razão: é melhor não ser MÃE porque, para isso, as aparências não chegam e, muito menos, o culto do individualismo.

lénia rufino disse...

acabei de aterrar aqui e acho que o 1º post que leio não podia ser mais apropriado do que este.

contexto: tenho 28 anos, estou grávida da minha 1ª filha e vou ser mãe solteira. tenho uma casa para pagar (e tudo o que isso implica), um emprego e uma vida social perfeitamente normal e activa.

aconteceu engravidar sem querer. aconteceu também que, em vez de ir ali a espanha tratar do assunto, resolvi ter o bebé. sabendo que estav (e estou) sozinha). sabenjdo que não vou ter ninguém com quem partilhar mudanças de fraldas, mudanças de lençóis vomitados, procissões pé-descalço pela noite fora, para pôr uma chucha na boca, para ver se a bebé tem frio ou não, para lhe dar de comer.

porque é que, sabendo de tudo o que a minha filha me iria "tirar", resolvi tê-la na mesma? porque este amor não se explica. este é o verdadeiro altruísmo. dar tudo de nós para que alguém seja absolutamente feliz. se acho que me vou anular nos meandros da maternidade? não, bem pelo contrário. mas também não preciso de ser mãe para ser mulher. se acho que vou ser prejudicada profissionalmente? é capaz. se já não me podia dar ao luxo de andar a saltar de emprego em emprego, agora muito menos. porque se eu não comer nada durante o dia, aguento-me bem, mas nada, absolutamente nada pode faltar à minha filha.

se te acho egoísta pelo teu ponto de vista? não. acho apenas que olhas para a maternidade do prisma que mais te convém. e acho sinceramente que só viste ainda um dos lados da coisa. e olha que eu não tenho uma visão nada cor-de-rosa da maternidade! sei perfeitamente que, pelo menos nos primeiros tempos, a minha vida vai ser andar de mamas de fora, a dar de mamar e, nos intervalos, limpar merda. e depois? sou menos mulher por isso? sou menos realizada por isso? acredita que não. e acho que ter daqui a dois anos ou assim uma pequenota agarrada a mim, a chamar-me mãe, vai compensar claramente todo e qualquer momento mau que a maternidade me traga.

P disse...

Minha amiga,

O que eu mais gosto neste post á a cristalina clarividência daquilo que a maternidade teria, para ti, de transtorno e perturbação. Ainda bem que tens noção disso agora e não depois de.
Seres mulher e não quereres ser mãe não faz de ti nem pior mulher nem pior pessoa! Ter a coragem de o reconhecer, para ti própria para começar, faz de ti sábia, e poupa-te a uma vida que tu não quererias, poupando assim todo o teu universo particular a uma Blimunda que não és tu.
Parabéns. Beijinhos. :-)

blimunda sete luas disse...

Caro pai orgulhoso,

Peço desculpa, mas uma leitura se calhar apenas recente dos meus posts, não lhe deram uma visão clara do alcance da minha neurose ou da minha superficialidade. Eu não encontro beleza apenas nos electrodomésticos de que falei. Acho também lindo de morrer muitas outras coisas, sobretudo se vierem das Lojas Lanidor, Sacoor, Adidas, e de resto, dou valor a qualquer coisinha que venha da perfumaria ou da ourivesaria... Ah!, e gosto muito de carros alemães, também. Espero com isto ter clarificado ainda mais para si o verdadeiro conteúdo da minha personalidade, não quero de maneira alguma que fique a achar que eu só penso em electrodomésticos!

Quanto à pobreza de espírito, egocentrismo e ignorância, cada um que enfie a carapuça do que lhe pertence. Ser mãe (ou pai) não deve redimir ninguém dos seus defeitos, se assim fosse, que mundo perfeito seria este, até eu ia a correr engravidar para ver se duma vez por todas, alcançava a perfeição...

Vejo que este post, no qual admito as minhas incertezas e dúvidas relativamente a este assunto, é entendido por si (e por muitos) como uma expressão de egoísmo e superfecialidade. É a norma, de resto. Para mim, é uma forma de reconhecer como eu acho este assunto de enorme relevância, e como sinto necessidade de reflectir sobre ele de forma responsável e consequente. Ainda que no futuro decida não me entregar às "delícias da maternidade", afinal esse é um direito que me assiste, julgo.

Quanto à honestidade das minhas ambições, já é matéria sobre a qual não tem, de todo, competência para emitir qualquer juízo de valor. Nem tão pouco sobre as minhas competências profissionais. A não ser que também ache que só os "pais e mães orgulhosos" detêm a patente das ambições honestas e do espírito de liderança. Nesse caso, estamos conversados.

Muito obrigada pelo contributo, volte sempre.

Anónimo disse...

Cara Blimunda,

Está no seu direito de fazer da sua vida o que bem entender. Está no seu direito de desabafar no seu blog as "incertezas e dúvidas" relativamente a este ou qualquer outro assunto que lhe atormente o espírito e a sua existência.

Minha cara Blimunda, só não está no seu direito de justificar as suas decisões com o que parece encarar como o "mal das outras".

Ao longo do seu post despejou uns quantos "eu respeito..." relativamente ao que cada Mulher decide. Mas, minha cara, RESPEITO é coisa que a Blimunda não parece conhecer pela sua semelhante, principalmente quando no fundo as critica, rebaixa e quase acaba por qualificar como "frustradas".

Não é verdade? Releia:

"E aposto, aposto, que há muitas mulheres que tiveram filhos porque sim, e que vivem a carregar as frustrações da vida que gostariam de ter e não tiveram, mas que continuam a dizer, com toda a sinceridade, que ser mãe é maravilhoso. Mas se calhar muitas delas vão ficar a dever muito a elas próprias."

"Do meu ponto de vista estas mulheres, enquanto indivíduos, constroem-se muito pouco."

Considera-se superior enquanto indivíduo por não querer viver a experiência da maternidade?

Perante isto, acho que faz muito bem não avançar para a maternidade porque há valores que, de certeza, não conseguiria transmitir ao "rebento".

Minha cara Blimunda, quanto às suas "competências profissionais" nem uma vez só me referi a elas. No seu post fica por demais evidente que deve ser uma pessoa habilitadíssima academicamente, que pretende continuar a desenvolver. Faz bem!
Aquilo a que me referi foi a "ambições" de quem diz ter espírito de liderança.
Quanto a isso, minha cara Blimunda, o que lhe faltam são aptidões pessoais. Logo à partida quando "rebaixa e inferioriza" quem tem opções de vida diferentes das suas. Imagino o que seria uma sua eventual subordinada a justificar um dia de trabalho mau com uma noite mal dormida, ou ida ao médico com o rebento !!!


Como Pai, só espero que a sua actividade profissional não esteja relacionada com crianças. Seria muito grave para quem as parece encarar como empecilhos e razão de tantas frustações femininas.

Quanto ao seu fascínio por marcas, não diria que é superficial...é mais supérflua.

Boas compras!
É claro que voltarei sempre!

Jedi Master Atomic disse...

E podemos ficar aqui a debater este assunto eternamente que cada um fica na sua.

Caro Pai Orgulhoso,

Esse excerto que transcreve do texto da Blimunda não é aplicavel a todas as mulheres, como percebeu muito bem.

É verdade que existe muita mãe frustrada e que não faz ideia de como educar um filho e inclusivé, é uma má mãe (e pai, já agora).

A Blimunda tem todo o direito de se considerar superior a todas essas pessoas, que não sabem mais nada da vida para além de ter filhos. Não têm crescimento pessoal.

Ou vai-me dizer que essas pessoas não existem?

CGM disse...

Interessante o post e interessante a troca de comentários, apesar do tom irónico e um tanto jocoso.

Blimunda, eu mãezinha da Silva de 2 miúdos fantásticos com menos de 5 anos percebi perfeitamente o seu post, e sei (sure!) que há muita mulher-mãe frustada, porque se sentiram obrigadas a ser mães (quer por pressão da sociedade, dos companheiros ou apenas porque aconteceu).

A vida é assim, nem todos gostamos das mesmas coisas, e confesso que certas Sextas-feiras-à-noite me apetecia jantar fora e ir para os copos. Não maltrato os miúdos por isso, mas lá que fica uma frustaçãozita também é verdade. Mas é difícil ter o melhor dos dois mundos, por isso o importante é saber escolher qual o "mundo" que nos convém, com responsabilidade e com consciência das consequências. Acho que a Blimunda é fantástica não por tomar a posição que toma, mas por ter coragem de o assumir (e levar com fundamentalismos absurdos)

Carla

Anónimo disse...

Olá, e os meus parabéns por ter a coragme de dizer e mais, escrver aquilo que tantas mulheres sentem. Sou Mãe de 2 filhas que realmente são para mim o melhor, mas também já foram o pior da minha vida. O bom daquilo que descreve como snedo mau e que realmente é verdade, é que se esquece muito rapidamente. Depois vêm outras preocupações, lá diz o povo 'quem tem filhos tem cadilhos', mas também muitas alegrias.
E hoje em dia quando me falam em ter 3º filho respondo sempre, só adoptado, a andar, nadar, falar, comer sozinho e sem fraldas.

Mais uma vez parabéns e felicidade com filhos, sem filhos, mas sempre com alguém a quem dar e com quem partilhar amor, que no fundp é isso q é importante.

Lídia Amorim disse...

bate "aqui" amiga! eu sinto o mesmo que tu!

acho que ser pai e mãe é maravilhoso, mas nunca o serei capaz de ser. São todas essas razões que apontas-te que me põe com o pé atrás para a maternidade. Quero contruir uma carreira, solidificá-la, atingir objectivos que eu sei que se tiver um filho serão impossíveis! não penso nisso, nem quero pensar... enfim...

beijitux!

blimunda sete luas disse...

Caro pai orgulhoso,

Aposto, ah pois aposto. Que nem todas as mães deste mundo são felizes e realizadas com a opção que tomaram, mas não têm a honestidade ou a coragem de o admitirem sequer a si mesmas? Aposto.

Tenho uma opinião pouco abonatória das pessoas que optam por viver exclusivamente em função dos filhos? Faço. Acho que é uma má opção para essas pessoas e para os próprios filhos, no processo da sua formação.

Mas respeito, paciência. Desde quando é que não compreender uma opção de vida ou não me identificar com ela, é impeditivo de respeitar o que quer que seja? Já no seu caso, deixa-me com muitas dúvidas de será capaz de fazer o mesmo, em face da amostra junta.

E quanto às minhas aptidões pessoais. De onde é que saiu a ilação de que eu "rebaixo e inferiorizo" quem tem opções de vida diferentes das minhas, não sei, há-de me explicar no que se baseia para tal afirmação. Tenho uma péssima notícia para si: não é que a minha actividade profissional está mesmo directamente relacionada com crianças? É o horror. E o que não me falta no meu dia-a-dia são situações em que tenho que lidar com os mais diversos problemas, relacionados com as opções de vida das pessoas à minha responsabilidade, tenham elas a ver com a maternidade ou não. A sensibilidade para lidar com eles não a vou aqui explicar e muito menos justificar, que isso fica reservado às pessoas que me rodeiam e à realidade do meu quotidiano.

De resto, já deu há muito tempo para perceber que o senhor está confortável é com esse retrato que me tirou, de cabra insensível e superficial. O cliché da bruxa má está gasto e é ridídulo, mas é uma boa muleta para quem não goste de grandes alterações nas suas concepções do universo.

E agora com licença, que entrou aqui uma criancinha com uns guinchos insuportáveis, e eu vou ali esganá-la e comer-lhe o fígado às postas...

Ana Princesa disse...

PARABÉNS pela boa escrita e pela sinceridade dos sentimentos.
Cada um é como cada qual, qual é o problema em ter os próprios medos e incertezas e é isso que faz de nós seres ÚNICOS...

Só por isso faz-me cá voltar sempre.
Continua Blimunda*

Unknown disse...

Cara Blimunda, eu sou Pai, por isso estou á vontade para lhe dizer isto:Comentar os comentários do Pai Babado não faz o minimo de sentido, sentido faz o seu texto, como diz o P, o apelo ou não da maternidade não faz de si uma Mulher pior ou melhor, aliás ter a clarividência para o assumir e mais para o partilhar faz de si sem duvida uma MULHER INTEIRA.

Xana disse...

Cara Blimunda,

Não percebo porque tanto fuzué com o seu post. Assim como há mulheres que não sentem o apelo da maternidade, também há homens que fogem dos filhos como o Diabo da cruz. Tenho 34 anos e houve uma altura em que desejava ter um filho. Comecei a achar graça aos filhos dos outros, talvez por o relógio biológico começar a entoar um tique taque mais audível. Descobri, no entanto, que não os posso ter por processo natural, só por Fertilização In Vitro. No privado, custa cerca de 5000 euros, pela Maternidade, só se pagam os medicamentos e espera-se dois anos. As hipóteses de sucesso são de 25%. Agora, que já passaram alguns meses, já não me faz tanta mossa o facto de não poder ter filhos. Tenho uma vida estável, não vivo com a corda na garganta; sou feliz e não preciso de ter um filho para provar que sou tão mulher como as outras que os têm.
Ou só fomos consebidas para parir?

E afinal, de contas, que somos nós para julgar seja quem for?

Beijos grandes.

Morfina disse...

Bom, eu ainda sou algo novinha para pensar solidamente nessas coisas mas sinceramente desde sempre que sinto o mesmo que tu. E falo com alguma consciência de causa, tive uma sobrinha há 4 meses e pouco, gosto mesmo muito dela, mas sou incapaz de lidar ou demonstrar o sentido maternal que todas as mulheres da minha família demonstram. Conheço os lados bons de ter alguém que é parte, simultaneamente, integrada e exterior a nós, mas as partes "más" também a mim me soam muito mais motivadoras de decisão do que as boas. Sei também o tipo de carreira que pretendo ter, sei o tanto que quero fazer por mim e pelo mundo, sei que tenho muito para dar a muita gente, sem que essas pessoas sejam necessariamente meus filhos biológicos. Penso por exemplo, em como seria bom adoptar uma criança mais velhinha, que ainda tivesse margem para se integrar na minha vida, tão carente de amor e tão distante das necessidades da maioria dos casais que adoptam. Mas ela iria preencher toda a minha necessidade (se um dia esta vier mesmo a surgir), essa de dar amor sem me cingir aos laços que a maternidade biológica dita. Se seria para sempre? Claro que sim. Mas eu gosto de desafios e gosto de escolhas, sei lidar bem com elas e aprendi a não ligar aos olhares incrédulos e chocados que me laçam quando digo a alta voz "Não quero ter filhos meus".

Um beijo

Anónimo disse...

Olá Blimunda!

Um beijinho muito grande para si.

Daqui fala-lhe uma dona de casa muito orgulhosa, que está em casa por opção, e não porque não tem outra saída, e foi por isso mesmo que as outras gerações lutaram!

A si não a julgo, gostava que tivesse a mesma gentileza comigo. Acredito piamente na nobreza dos seus argumentos, eles não precisam que faça maus julgamentos sobre outros estilos de vida, valem por si só.

Ana Lopes

blimunda sete luas disse...

Cara Ana Lopes,

Muito obrigada pelo seu comentário. Realmente custa-me muito a entender opções de vida como a sua, e acho mesmo que a longo prazo se podem pagar facturas muito altas. Mas sobre isso já me alonguei e não valerá a pena insistir mais.

Repare que, não obstante esta minha opinião, não deixo de admitir que a opção por não ter filho algum poderá também representar para mim própria o pagar de uma factura muito elevada. Daí o dilema!

Desejo-lhe as maiores felicidades. :-)

jbernardo disse...

Cara Blimunda,
Estava eu calmamente a passar os olhos no "Dias Úteis", e vim parar a este post. Estranho, lembrou-me uma amiga minha, não que a tenha já ouvido afirmar tão claramente uma tal encruzilhada entre a aproximação do final do "prazo de validade" e a "falta de vocação". Mas a idade é a mesma, a situação se não é igual é parecida, e pelo que conheço dela, poderia perfeitamente ter dito e escrito exactamente o que escreveste. E da mesma maneira, obrigaria-me a reflectir em como eu, que há sete anos estava destinado a "tio", com muito Bairro Alto, noitadas, cinema, etc., estou agora casado, com um filha linda de morrer (pelo menos para mim, ok?), e um filho a caminho. Até me casar, até a minha filha ter nascido, não fazia a mínima ideia do quanto ia ser necessário para mim ser pai. Não vou dizer que o percebi ao limpar a primeira vez aquele rabinho sujo; percebi o quanto ela, minha filha, me fazia falta, o quanto me completava, quando ela olhou para mim e eu olhei para ela. De lá para cá, tudo o que de bom e menos bom tem acontecido, só reforçou o que se estabeleceu nesse instante. Mas que eu não consigo explicar, nem sei se é possível tentar explicar, se tem explicação. Sei que estou contente. Sei que até ela nascer nunca imaginaria o que é ser pai, apesar de o querer ser. E sei também que apesar de o querer ser, se tivesse as dúvidas que a Blimunda expressa, a falta de atracção pela maternidade que pelos vistos sente, teria sido necessária muita coragem para ser tão honesto como está a ser. E pela honestidade (principalmente consigo) e clareza de sentimentos, parabéns. Desde que fique bem claro para si que se algum dia mudar de ideias, se alguma vez for a altura certa, será então que decidirá ter filhos. E que se essa altura não chegar, não terá arrependimentos, pois foi honesta consigo e teve força para escutar o que sente.

Anónimo disse...

cara blimunda:
vim aqui parar por acaso mas não resisto a deixar uma opinião que sintetizarei e que não servirá de nada...a não ser uma reflexão para mim e quem sabe para si. a saber:

-parabéns pela coragem de assumir o que se sente. o mais difícil nesta vida é coordenar a 100% o que se pensa com o que se diz e com o que se faz

- a vida é um exercicío de escolhas a casa momento - para termos x temos de abdicar de Y

-pai "orgulhoso"(de quê...resta saber): a nossa experiência e a nossa roupa não servem para os outros.cuidado com os juízos de valor precipitados

-fui filha de mãe a tempo inteiro cheia de frustrações destas e doutras das quais eu e as minhas irmãs guardamos marcas bem fundas.

-sou mãe de dois filhos maravilhosos mas senti sempre muitas dúvidas e apenas quis ter filhos porque desejei muito ter filhos do e com o meu marido...(mas isso dava uma tese, porque também choca muita gente ;-))

-todos o dias da minha vida (mais uns do que outros,claro) me questiono se fiz a escolha certa apesar de toda a gente dizer que sou "boa mãe"

-o que faz uma mulher é muito mais do que ser mãe (embora algumas se agarrem só a isso...)

-não devíamos pautar as nossas opções pela maioria nem termos medo de as assumir desde que não prejudiquem ninguém
(e há quem decida ter filhos sem a menor condição mental de os ter, só na familia directa tenho casos que davam para escrever vários livros...)

-ser mãe é maravilhoso mas também tem lados negativos (como tudo na vida)

só para terminar: tenho uma irmã e várias amigas que optaram por não ter filhos. nenhuma delas é pior pessoa por causa disso!

ufffff! desculpe o comentário alargado mas fico "ligeiramente" enervada com pessoas "orgulhosas"

susana

Anónimo disse...

Compreendo perfeitamente aquilo que escreve. Eu ando a pensar ser mãe, mas tenho alturas em que dou por mim a pensar assim: «gerar uma pessoa que vai depender de mim nos próximos 30 anos (pelo menos a nível financeiro?!)» ou « e se eu deixo de ter tempo para mim?» ou «e depois tenho que andar sempre com o rebento atrás?»... São muitas dúvidas e receios, porque é uma enorme responsabilidade colocar uma pessoa no mundo. Mas mesmo não sendo mãe, ainda, e não querendo parecer presunçosa, acho que a Blimunda acima de tudo tem medo. Mais do que a suposta falta de instinto maternal, penso que aí também haverá alguns receios, até porque as coisas que evocou neste post são só um dos lados da maternidade, ou seja, a falta de tempo, o cansaço, o ter que mudar fraldas, etc. São o lado pior! É que eu também penso assim, ás vezes, como já referi, e eu sinto que no meu caso são receios e ansiedades. Com certeza que ter um filho, com tudo o que isso implica, compensará o lado mais trabalhoso. Por isso, já quase que tomei a decisão (apesar de o meu marido não estar muito convencido) de que só quero ter um filho. Acho que assim poderei experimentar e viver a maternidade, ao mesmo tempo que poderei continuar a investir em mim. Porque quero viajar, quero fazer um mestrado, gosto de almoçar e jantar fora quando me apetece e sei que se tiver um segundo filho, isto se torna quase impensável! Vamos ver o que o futuro reserva... Mas respeito e acho normal que a Blimunda e outras mulheres não desejem ser mães! Todos diferentes, todos iguais!Cumprimentos!

Anónimo disse...

Cara Blimunda,

Cada um assume as suas opções com maior ou menor honestidade. Eu acho que uma mulher é tão mulher com ou sem filhos, acho mesmo que, em qualquer actividade, não se devem diferenciar as mães das outras mulheres. Falo do emprego, por exemplo, em que costuma haver mais respeito pelas mães, pois têm filhos para criar. Se têm filhos, o problema é delas, no trabalho terão de ser todas iguais.

Mas algo me incomoda no seu post, o que para muitos que aqui comentaram parece honestidade, para mim é desonestidade e medo. No fundo, a Blimunda sentiu a necessidade de escrever o post para desabafar, sente-se pressionada pelo meio e pelo relógio biológico e para não assumir o medo do desconhecido, que seria a maternidade, optou pela fuga (é o que eu faço em muitos casos) e não assume... Esta parte do texto,

«Não acho piada nenhuma a bébés. São totalmente dependes para tudo, desde o comer ao lavar, ao xixi e ao cócó, não falam, não interagem praticamente, e eu não lhes encontro ponto absolutamente nenhum de interesse.»,

é de uma desonestidade brutal. Ninguém vai deixar de ter filhos por aqueles motivos, pois, todos somos dependentes uns dos outros, uns mais outros menos, precisamos de afectos (ou você é uma ilha?), e os bebés não vão precisar sempre que os ponham a fazer cocó, não sei se sabe, mas crescem, e bem rápido... E não se esqueça que também você já foi 100% dependente.

Para finalizar, gostava de dizer que, se não quer ter filhos, assuma com honestidade que não quer passar por todos esses trabalhos por medo de sofrer ou, de alguma forma, falhar. Agora, desculpar-se com o facto de os bebés serem dependentes ou apontar mulheres que falharam na vida profissional por causa da maternidade, é desonesto. Então uma mulher não pode conseguir conciliar a carreira com a maternidade? Eu sei que é difícil, mas o que é que é fácil? Não será que o tempo somos nós que o fazemos? Há tempo para tudo!

Desculpe a frontalidade do meu comentário mas há pontos irritantes no seu post. Saudações.

Maria João disse...

Parabéns!
Estou numa situação oposta à tua, mas compreendo-te perfeitamente e até te invejo. Quero ter filhos mas não posso, pelo menos naturalmente. A angústia, o desespero e o desgaste desta situação arrasam qualquer um. Invejo-te porque muitas vezes penso "mas porque é que quero filhos? Tenho um companheiro maravilhoso, uma vida remediada... porquê? Quem me dera não os querer..." mas não consigo. Adoro crianças, adoro mesmo.
Acredito que é mais fácil eu responder "não posso ter filhos" do que tu "não quero ter filhos". Eu sou a coitadinha, tu és a vilã. Fica bem e admiro a tua decisão.

Anónimo disse...

Já está tudo dito, quer no post quer nos comentários.

Só uma nota pessoal.

Antes de ter um filho, achava realmente que uma mulher, para ser completa, tinha de ser mãe.

Agora que tenho um filho (aliás, há 9 anos que tenho um filho), mudei completamente de opinião. Ser mãe não faz de mim uma mulher nem melhor nem pior, não me acrescentou nem me diminuiu. Só me fez diferente.

Não querer ter filhos é, quanto a mim, tão natural como querer tê-los. É uma opção da mulher (e não só, mas fiquemo-nos por aqui), e é uma opção que há uns anos atrás não existia. Não me choca, não me afronta e, no meu ranking, o facto de ter ou não ter filhos, não faz mexer o ponteiro :)

blimunda sete luas disse...

Caras suspeita e não sei quem sou,

Então não há medo? É claro que há medo! Há um cagaço do tamanho deste mundo e do outro também!... ;-)

fantasma disse...

Obrigada pelo post, blimunda. Estava a precisar de ler algo assim para deixar de sentir que devo ser um alien de outro planeta ;)

Anónimo disse...

Já estou a gostar mais, Blimunda. Todas as pessoas têm medo, há que assumi-lo, eu morro de medo de situações banais, e não queria ter porque esse medo porque me leva a deixar de fazer coisas de que gostaria... Como a Blimunda, se calhar, até gostaria de ser mãe, mas por um motivo ou por outro, ou por indisponibilidade emocional, dúvidas, sei lá... assume que não gosta de bebés... Mas toda a gente gosta de bebés, logo, não vá por aí... O problema começa em nós, nunca duvide disso...

Saudações compreensivas.

Anónimo disse...

Blimunda um beijinho. Há algum tempo que não lia um texto tão cheio

Anónimo disse...

Sou mulher com orgulho, não tenho filhos por opção, o que não faz de mim melhor, nem pior, nem diferente. Apenas uma Mulher que livremente e sem formular júízos de valor quanto às opções de outras Mulheres, vive a vida como planeou.

Será que um dia me vou arrepender da opção que um dia tomei? Logo se verá. se me arrepender também isso me fará crescer enquanto ser humano. aprendemos com os erros ou, se quiser, com os caminhos mais ou menos errados que optámos por seguir.
o mesmo acontece com as mulheres que um dia decidiram ser mães, se dedicaram a essa tarefa e mais tarde se arrependeram.
O importante é assumirmos de cabeça erguida as nossas decisões, sem cairmos na tentação de julgarmos decisões diferentes de acordo com os nosso conceitos pessoais. Isso sim é que é grave e, sinceramente Blimunda, acho que foi a esse nível que não foi justa no seu post.
Salvo alguns exageros, que creio serem de ordem irónica e no calor da troca de ideias, que foi isso que o Pai Orgulhoso lhe quis transmitir e alertar.
Acho sinceramente que a forma como elaborou e redigiu o seu post só dá razão a quem acusa as mulheres de sermos as maiores inimigas de nós mesmas, já que temos a mania de olharmos sempre para o lado, e de nos compararmos (no melhor e no pior) com as outras. E acredite que não somos tão poucas quanto isso! Eu pecadora me confesso!:-)
Por isso Blimunda e apoiantes fervorosas (ironia!) aproveitemos estas oportunidades para dissertarmos sobre o que vai na alma de cada um(a), pensando pela sua própria cabeça.
Não sei se me fiz entender :-)

Blimunda, tal como há mulherees que optaram ter filhos "porque sim", também há aquelas (como eu) que optámos não termos "porque sim" e ponto final!

Que se lixe o prazo de validade. O importante é ser feliz.
Que seja o seu caso!

voandobaixinho disse...

A queima dos soutiens nos anos 70a serviu para isto; a mulher fazer o que quer e não o que foi imposta a fazer pelos rotulos. Prefiro a sinceridade de "não tenho vocação para filhos" do que "raios parta os miudos que já não os posso ver à frente e toca de bater neles a ver se ficam calados" ou pior. Fossem todos tão conscientes das suas aptidões e os putos que nascem seriam mais felizes.

Ana Luisa disse...

Acho que nunca tinha lido uma tão boa explicação para o facto de não se ter filhos por opção!Não que isso tenha que ser explicado a ninguêm, pois cada um sabe de si e da sua vida. Eu tenho um pequenino com 3 anitos e, apesar de o adorar, sinto muitas vezes falta da minha liberdade... de jantar à hora que me apetece, de sair qd quero, de estar de papo para o ar sem fazer nada! Mas são estes os sacrificios da maternidade (e não as alegrias como lhes chamam)É claro que um único sorriso, um único beijo, um único "goto muto de ti" me derrete e me faz feliz. Continuo a trabalhar, não só pq financeiramente preciso mas pq ñ tinha feitio pa/estar 24h sobre 24h em casa. O meu filho está num colégio e isso não faz de mim uma má mãe, como o facto de tu não quereres ter filhos não faz de ti uma má mulher! Felicidades.

Joaquim Varela disse...

Ah e tal, então e o nosso Benfica, hein?!

Anónimo disse...

Olá Blimunda!
Vim cá parar também através dos Dias Úteis e não pude deixar de comentar. Tenho 32 anos e sou mãe há 7 meses. Apesar de ser uma frase feita, esta é a verdade: o meu filho é a minha vida. Antes de ele nascer eu sabia que ia adorá-lo, só não sabia o quanto. Agora sei: amo-o completamente. É claro que sinto falta da minha vida social super-activa, das imensas combinações e saídas com os amigos, da minha actividade partidária, mas tenho conseguido, dentro do possível, equilibrar as coisas e ir fazendo aquilo que gosto. Gostei do teu post, pelo menos em parte. Evidentemente, tens toda a liberdade de escolher ser mãe ou não, isso nem sequer se discute, ou comenta. Só tenho duas observações a fazer. Por um lado, não gostei da forma como falas de quem opta pela maternidade e, "dentro" dela, por ficar em casa (não é o meu caso). Da mesma forma que me parece profundamente desrespeitoso alguém comentar o teu post com críticas negativas à tua opção, também me parece muito pouco razoável fazeres o mesmo tipo de críticas a quem tomou a opção oposta à tua. Nem tu és pior mulher por não quereres crianças nem essas mulheres são piores por as quererem daquela maneira. Por outro lado, espanta-me a natureza do post. Para quê apresentar justificações para a não-maternidade? Não foi para isso que gerações e gerações de mulheres (e homens) lutaram? Para que as mulheres possam decidir o que fazer com o seu corpo? Não foi para isso que se referendou a IVG? Para mim, não há justificações a dar. És assim, decidiste assim, queres assim, é o que basta! Ninguém tem o direito de se meter no assunto, nem comentar, nem mandar postas de pescada a respeito da suposta qualidade superior ou inferior de se ser mãe.
Muitas felicidades (e borrifa-te nos parvalhões que pululam por aí!) :)

Luísa

Cristina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cristina disse...

cara Blimunda

cheguei aqui através do PedroRibeiro.

quero dizer-lhe que, como mulher e mãe este post poderia ter sido escrito por mim. tive a primeira filha exactamente com as mesmas duvidas e pelo simples facto de saber que se não fosse naquela altura seria irreversivel e que me iria arrepender mais tarde. tive 2 filhas, pessei por momentos horriveis, que incluiram a morte de uma delas, mas hoje tenho com a que ficou uma relação de cmplicidade deliciosa e aquela sensação de amor incondicional que não é possivel com mais ninguém. é isso que se perde quando não se tem filhos. mas, a vida não é só isso e o que não falta por aí é filhos que sentem todos os dias o peso e a cobrança do que os pais "perderam" ou deixaram de fazer por eles. se alguém pensa que se realiza melhor não os tendo, é por aí mesmo que eu acho que deve ir.

parabéns pela lucidez, um beijo.

Cristina disse...

quanto às posições masculinas sobre parir ou não, não passam disso mesmo: masculinas.

Paula disse...

A unica coisa que posso dizer: existem para aí muitas "Mães" que se calhar não o deveriam ser. Por isso eu acho que está a ser sincera e por isso dou-lhe os meus parabéns, pois é preferivel assim do que para parecer bem ter um filho e não se estar preparada para isso.

Anónimo disse...

Parece-me um dos melhores textos que li ultimamente.
Parabéns!

Mafalda disse...

Se tem medo de ser mãe, se não quer ser mãe, se tem outras prioridades na vida, acho normal. Não acho normal é estes pais e mães que depois de o serem, querem impor a maternidade a toda a gente. Ser mãe/pai deve ser maravilhoso, sim sem dúvida, principalmente quando se faz um bom trabalho e anos mais tarde, o filho possa dizer, tal como eu digo, todos os dias que tenho os melhores pais do mundo!
Admiro a sua coragem, não pelo facto de não querer ser mãe, mas pelo simples facto de o assumir publicamente e ter que ler os comentários dos Super-Pais.
Irrita-me, não querer ter filhos não é sinónimo de egoísmo, da mesma maneira que tê-los não é um sinal de partilha.

jbernardo disse...

Não sei se a mafalda me inclui nos Super-Pais - se foi essa a ideia com que ficou do meu texto, peço desculpa, pois não era essa a intenção. Antes pelo contrário - era dar os parabéns à Blimunda pela coragem que teve de ser honesta consigo mesma e com os seus sentimentos. E quem consegue ser honesto consigo mesmo, quem toma decisões com essa franqueza e clareza de pensamento que a Blimunda mostra, raramente se arrepende. Era só isso - e dizer que sou pai por escolha e não me arrependo e consigo entender e aceitar que se é na mesma 100% pessoa se se decidir não ser pai ou mãe.

Karlotta disse...

Tolerancia exige-se!!!
Quer da parte da Blimunda quer de todos os pais e maes orgulhosos!!! Mas se critica e faz juizo de valores sobre as que decidem pela maternidade, arrisca-se a ser criticada tamb�m.
Respeito a sua opini�o embora n�o subscreva este post. Sou m�e h� 17 anos, tal como o Bimbo, com muito gosto!!!

Anónimo disse...

ainda não li os comentários, não faço ideia do que por aqui se escreveu e cometo, assim, o risco de repetir alguém.

Eu também não achava piada a bebés ou a crianças que se precisassem de tradutores ou de auxiliares para idas à casa de banho. sentia-me desconfortável e deslocada. e era um bicho raro. não obstante, e talvez por razões culturais, sempre assumi que teria filhos. um casal, para o cenário ser perfeito.

fui vivendo a minha vida, cumprindo os meus sonhos e estabelecendo novos projectos. de repente, num dia igual aos outros, acordei com a certeza que podia já ser mãe. foi, d facto, tão ridículo quanto parece e nem serviu para curar o meu desconforto junto deoutros bebés e crianças. fui mãe de uma menina e, 1 ano e meio depois, de um rapaz. irritei-me assim que soube que ia ter um menino porque podia antever as tradionais "um casalinho? ai que sorte, assim fica já arrumada". Arrumada, eu que depois de ser mãe até me atirava para a possibilidade de ter uns 5 filhos! mas não, este não é um projecto. é um desejo que vale o que vale.

é verdade que as mudanças que vieram com a maternidade foram muitas e grandes mas nem vou colocar a questão na nova vida que gerei, ou nos 9 meses que levei a fazê-lo ou no parto por que passei. quando a minha filha nasceu eu também renasci como pessoa. e o meu mundo connosco. mantenho planos como os de tirar mais 4 cursos e de abrir 2 negócios. refiz outros como de tirar um MBA. As coisas encaixaram-se como se encaixam sempre que algo altera o nosso percurso. Nunca me senti anulada enquanto mulher porque fui mãe e até acredito que sou melhor mãe por cultivar o meu lado de mulher, de pessoa, de profissional e de todos os outros planos que me preenchem. nem sempre é facil e nem sempre há espaço mas também nos descobrimos mais vivas e mais capazes de coisas que achavamos difíceis.

seja como for, para mim a maternidade sempre fez sentido. para mim. e o que eu admiro é quem segue o seu instinto, seja ele o da maternidade ou não. porque quando somos mães também devemos aos nossos filhos a nossa honestidade e franqueza. deveria assim, idealmente, nascer uma mãe por convicção e por amor de cada vez que nasce um bebé, não apenas porque tem de ser ou porque aconteceu. caso contrário, que espécie de pessoas estamos nós a criar?

Espero que continue a ouvir o seu coração e não quaisquer pressões sociais. só assim podemos gerar algo de bom

Anónimo disse...

Blimunda,
Com uma ou outra cambiante muito ligeira subescrevo o seu artigo. Tenho os mesmos dilemas e dúvidas. Não tenho medo de assumir que,se vier a ter filhos, será com uma situação emocional e financeira decentes, não tenho medo de dizer que se vier a ter filhos será na altura em que tenha dinheiro para ir à "recauchutagem" pôr as maminhas e a barriga no sítio porque continuarei a querer ser a mulher que me conheci enquanto tal... não tenho medo de dizer que se vier a ter filhos prefiro uma cesariana porque para mim a vagina é um orgão de prazer a conservar nas melhores condições (quantas mulheres, pela calada, confessam que o sexo nunca mais foi igual?), não tenho medo de dizer que a carreira é prioritária porque me revelo nela e porque tenho um gozo enorme em cada objectivo alcançado. Mas também não tenho medo de dizer que quando conheci o meu actual namorado decidi clarividentemente que se vier a ter filhos é com ele, não quero filhos de outro homem mas sim dele, que é o amor da minha vida. Não sei se a ajuda mas o que o meu namorado costuma dizer:"Se quiseres ter, temos. No que depender da tua responsabilidade sei que farás o melhor porque é assim que fazes tudo e nesse campo farás certamente ainda melhor".
PS- não suporto baba. Aguento vomitado, fraldas mas não suporto baba nem lhes faço os "gugus-dádá" Falo-lhes como se fossem adultos... Ainda assim, não é que os pequenos demónios se metem sempre comigo nos espaços públicos?

Felicidades

PAT

vera disse...

Eu subscrevo cada uma das palavras deste post. Era só isso.

Rain disse...

Sinto a maior parte das palavras como se fossem minhas, entendo tudo perfeitamente! E também sei o que é ser olhada de lado por estar a fazer uma careta ou tentar afastar-me quando aparece um bébé.

Mas os meus parabéns vão para o modo como o texto está escrito!

Anónimo disse...

Olá Sete Luas:)

Li com atenção o que escreveste e entendo as tuas razões, aliás, não consegui evitar concordar com grande parte delas, mas não posso evitar também dizer que tenho uma opinião totalmente oposta à tua relativamente ao dilema em si.

Quando penso em fazer escolhas, opto pelos afectos e isso inclui ter filhos. No fim, o que conta, a "coluna vertebral da vida", chamemos-lhe assim, são para mim os afectos.
E da mesma maneira que não entendes que uma mulher queira ficar em casa, muitas não entendem porque não queres ter filhos.
Faz-me confusão que deva existir uma obrigação de se ser profissionalmente activo só porque as mulheres lutaram muito para o conseguir. Para mim o mais importante é a liberdade de se poder escolher.
Depender de um marido não é depender realmente quando se tem sonhos próprios, quando há equilibrio e confiança. As cedências não serão apenas feitas pela mulher, essa é uam iedia que acho que se tem porque esta é considerada "menor" por ser "submissa".

Quero com isto tudo dizer que é de salutar que assumas o que pensas e sentes. Mas quero também realçar que há esp+aço para todas as escolhas, que cada um tem os seus "chamamentos" e que não ha neste leque melhores nem piores.

***

Anónimo disse...

Queria só acrescentar uma coisa que me escapou: ser pai ou mãe não é um dever, uma obrigação ou sequer um direito. É uma responsabilidade para a vida toda e muitos não são feitos para assumir essa responsabilidade.

Quem sente que não deve assumir esse papel só tem é que ser aplaudido. Porque ter coragem é saber dizer não quando todos dizem sim e sentem não.

*

Joana Varela disse...

Olá!Vim parar aqui através dos «dias úteis».
Tenho 29 anos, uma licenciatura e um mestrado e sou mãe há 6 meses.Optei por investir na parte profissional antes de ser mãe porque sabia que não consegueria atingir o perfeccionismo que tanto estimo se optasse pela maternidade mais cedo.
Isto para dizer que na vida tudo é possível, é preciso é definir prioridades.
Ser mãe é maravilhoso sim mas também pairam uma nuvens de vez em quando.Olha, por ex,comecei a ler este post ás 8h e são 0.42 qd consegui acabar de ler todos os comentários pk a minha filha deu lhe para ficar acordada até estas horas...
Contudo, continuo a sair à noite com as amigas (sempre que quero e quando ainda restam forças), vou jantar fora, ao cinema...é tudo uma questão de organização.
Se respeito a tua posição?Muito!Aliás, a madrinha da minha filha tem 40 anos e tb optou por se dedicar apenas à brilhante e bem sucedida carreira.
Cada um tem de seguir o caminho que o faz feliz e o orgulho, esse depende de algo que nos tenhamos esforçado muito para alcançar.Para ter filhos não é preciso muito trabalho (fazem -se deitados ou sentados...)

Um beijinho grande

Bart Simpson disse...

sempre contigo, Bli

Anónimo disse...

O bonito deste post não é o assumir de uma opção, mas o saber de antemão aquilo que fará mais sentido. Eu enquanto filha (que já muitas vezes usei argumentos semelhantes aos do post para explicar o porquê de não querer ser mãe),já fiz questão de dizer
à minha adorada mãe que ela não nasceu para o ser. Se algum dia me faltou alguma coisa?Nao!Se tinha acompanhamento na escola?Sim!Se sabia que ela se preocupava comigo?Também.No entanto, a minha vida, enquanto criança resumiu-se muito a amas,empregadas a tempo inteiero,materiais altelefonemas "então filha ainda tens febre?",desejos tamente resolvidos,explicadores sempre que tirava um Bom-,...
A minha Mãe tem três filhos,todos com curso superior e sem o apelo da maternidade/paternidade.Talvez tenhamos ficado vacinados,pela falta de tempo dela,e por sabermos que grande parte da realização pessoal dela não dependeu de nós.Mesmo sabendo que ela nos adora(com direito a foto na carteira "está a ver,esta é a minha mais nova,é toda do meu lado")nunca lhe escrevi postalinho pré-definido do "és a melhor mãe do mundo",essa estará eventualmente a tomar a sua dose de antidepressivos juntamente com café para aguentar a noite a ver se os miúdos dormem bem!
Coisinha injusta na maternidade:passa-se parte da vida a trabalhar para os filhos,para lhes dar o melhor,para que possam vir a ser boas pessoas e depois criados e formados fazem-se a sua vidinha e os olhares e sorrisos transcendentes reduzem-se a visitas no natal e telefonemas de 30segundos ao domingo, de teor semelhante"então mãe está tudo bem?(ouve-se um "cá vamos andando"do outro lado)ainda bem!para a semana volto a ligar..."

sil disse...

Claro que, depois do que o Pedro Ribeiro escreveu,vais ter milhentos comentários...
Para mim ser mulher, passa por batalharmos a nossa felicidade...
Para mim ser mulher, passa por se ter um filho é um grande desejo nosso, então, vamos fazer por realizá-lo, porque para ter um filho é necessário quere-lo...
Para mim ser mulher, passa por se não queremos ter filho, então só somos mulheres com M grande se fizermos tudo para não o termos...
Eu tenho 2 filhos, mas foram bastante desejados e, por isso não sou uma mulher frustrada a culpar os meus filhos das minhas privações...
Parabéns pelo post...

ElsaTS disse...

E esta contradição? Estou alegremente grávida de sete meses e concordo com tudo o que disseste. O prazo de validade, é mesmo isso. No meu caso, agravado, porque os 38 transformaram-se em 39 já durante a gravidez. Rapariga, passei os últimos 10 anos a procurar todo o tipo de desculpas para adiar e a agarrar-me a todos os exemplos possíveis e imaginários de mulheres que foram mães aos 40. «Tenho tempo, tenho tempo, olha fulana com 40 e que só foi mãe agora!» Também nunca achei e ainda não acho graça a bebés pequeninos, só depois de começarem a manifestar sinais de individualidade. Queria ser mãe, mas um bocadinho vagamente, se me faço entender. Um dia. Depois, o acidente :-) Uma gravidez não planeada, e apesar de já ter feito um aborto com quase 30 anos porque não me apetecia ter filhos nessa altura, desta vez achei que isto se calhar era o destino. Estou muito feliz. A minha menina a remexer dá-me vontade de rir. Mas, acredita, se tivesse mais 20 anos de prazo, ainda não tinha sido agora.
Só discordo de ti numa coisa, um dos teus contras, é um dos meus prós principais: é para toda a vida. A ideia de um amor mútuo e incondicional para toda a vida, o nunca mais estar sozinha, enche-me de tranquilidade e paz. Aquilo que a ti te assusta, a mim reconforta-me: um amor do qual não há possibilidade de divórcio :-)
Não te rales com as bocas. Um dia vais decidir ou vai acontecer e vais receber a nova fase da vida de braços abertos... ou não, e não serás menos pessoa por isso.

Anónimo disse...

Não te conheço... mas acredita que foi bom para mim encontrar alguém que exprima tão bem aquilo que eu penso... Concordo exactamente contigo e um dia destes deixo-te um comentário sobre as minhas vivências e o que me rodeia. Além dos filhos, vivi o sindrome do casamento, desde amigas que se casam com medo de ficarem sozinhas! E sempre a insistirem que eu deveria fazer o mesmo... enfim! Boa sorte para tudo na tua vida, Susana

blimunda sete luas disse...

Elsa,

O que me aflige no "para o resto da vida" não é o amor que se sente, mas a responsabilidade que se ganha. Mas devo dizer que gostei muito do teu comentário, e de certa maneira concretiza uma hipótese com a qual me identifico. Penso por vezes que tanto problema existencial se resolveria por si perante uma gravidez concreta. Tenho uma amiga que diz que a malta pensa demais, e se calhar tem razão.

Já quanto à ideia de que ao ter um filho nunca mais se está sozinha, espero que venha a ser realmente o teu caso. Mas os filhos crescem e são mais de muitos os casos de pessoas que terminam a vida sozinhas porque os filhos não lhes dão importância... Beijos e felicidades!

AnaBond disse...

olá...

mais uma que veio através do pedro ribeiro (a culpa é dele).

eu compreendo, respeito e tudo o teu post e as tuas convicções.

sou uma daquelas que toda a vida disse que queria ser mãe. mesmo antes de saber o que era o amor. nunca quis casar, mas queria ser mãe.
e sou-o... duplamente. e seria mais vezes, se pudesse (problemas de saúde).

tenho uma amiga que pensava como tu. exactamente. nunca ninguém a pressionou. chegou uma altura e disse que queria ter um. e teve. e tem. e é uma EXCELENTE mãe. como eu nunca pensei que ela fosse. agora não quer ter mais. e não vai ter.

mas há que ver alguns aspectos. entendo que não tenhas queda para mãe e nem sequer ponderes passar a bater palmas cada vez que um filho teu faça as necessidades no sítio certo ou quando ele dá o primeiro pulo ao pé cochinho.
mas para mim... foi sempre o que quis. tu queres a tua formação, eu quero ser mãe.

e se dizes que não entendes quem opte por esta vida, eu não entendo quem não queira ter um filho.
não entendo é como quem diz, porque no fundo entendo. não 'entendo' no meu ponto de vista, porque no meu ponto de vista podem dar dores de cabeça, mas são tudo para mim.

há vocações e vocações. há aqueles que querem ser engenheiros, há quem queira ensinar, há quem queira ser rico e há quem queira ser mãe. eu quis ser mãe. e tudo o resto não tem tanto peso. são opções de vida.
e há que ter respeito, compreensão e carinho por todas.

não queres ser mãe. não sejas.
eu preferia não trabalhar e ser mãe a tempo inteiro. mas nos dias que correm é praticamente impossível. não compreendes? é pena... é que são mesmo opções de vida. gostos. e costuma-se dizer que gostos não se discutem.

és uma grande mulher para conseguires dizer que não queres ser mãe. e eu respeito e até compreendo, mesmo que não pareça. mas porque sei que são mesmo gostos. e 'quedas'. há quem tenha queda para ser mãe e há quem não tenha. é preferível não ser quando não se tem, e infelizmente vê-se muito por aí pessoas que têm filhos e não têm queda para serem pais... os filhos é quem sofrem.

gostei do post... e gostei de ler. tirando um ou outro ponto, mas isso não interessa para nada.
apesar de parecer que estou a dar alguma lição, não é de todo o que queria fazer. queria só mesmo mostrar que há opções e escolhas e gostos... e ninguém devia criticar ninguém...

um abraço. e desculpa qualquer coisinha...

virilão disse...

Este post está perfeito!

Abriu um verdadeiro serviço público - ainda há quem consiga ver televisão?!?!?!

Parabéns Blimunda por abrires as portas e parabéns aos comentadores que mesmo estando em lados opostos se têm aguentado sem ofensas (raro)
Cada um de nós passa pela vida e por diversas experiências e educações: todas certas, todas erradas, só depende do ponto de vista de cada um.
O bonito da vida é mesmo isso. o direito à individualidade, que alguns, querem igual à sua.

As tuas opções são tuas, és a maior!

rosinha_dos_limoes disse...

Nem vou ler os comentários anteriores ... uma aposta que há alguns bem polémicos ;o)

Apesar de pontos de vista diferentes relativos a alguns dos argumentos consigo perceber o sentido da maioria. Execepto no que toca a quem opta por TAMBÉM ser mãe ... não é necessariamente alguém que não conseguirá ser muito mais além disso, nem mesmo as que "aparentemente" apenas são mães (ser mãe é o maior exercicio de versatilidade)

Acho muito bem que a opção de se ter ou não filhos (e com que idade os ter já agora) seja pensada e seja a seguir o que nos diz o coração ... independentemente do que ele nos diga.
Não somos todos iguais, não temos todos os mesmos desejos, os mesmos medos inclusivé. Não conseguimos todos fazer tudo o que a vida nos potencialmente permita (nem todos conseguiremos escalar o Evarest).

Consigo perceber porque apesar de poder aceitar custa a perceber como é que há quem não se importe, até deseje que a vida seja "invadida" (e é mesmo a palavra certa para o bem e para o mal :o)) ... porque eu aceito embora também me custe assim um nadinha a perceber o contrário ;o)
Nunca fui maternal ... embraçava-me na frente de crianças, e até adolescentes ... aliás ainda me embaraço se não forem as minhas :op ... mas um dia desejei, desejei muito mesmo ... e pronto assim concretizei um desejo.
Porque não perdi ... ganhei ... mas realmente ganhei porque desejei.
Os outros papeis que uma mulher pode ter na vida não são postos de lado apenas se redefinem quanto muito as prioridades ... é bom quando se tem tempo poder aprender "fotografia" e fazer "escalada" (meramente ilustrativo não necessariamente estas coisas) ... se calhar depois escolhe-se e vive-se intensamente a vida ao lado dos filhos (e aprende-se tanta coisa principalmente sobre nós) e aprende-se fotografia ... e ainda não desisti de fazer "escalada" um dia ;o)

Isto não é nenhuma tentativa de insentivar à maternidade :o) Foi só mais um ponto de vista, o meu.
Já agora, sou mãe de duas meninas de quase 6 e 3 anos, programadora, com sonhos realizados e outros ainda por realizar.

Não concretizar projectos e sonhos na vida não depende assim tanto de ter ou não ter filhos, talvez seja uma boa desculpa para algumas pessoas (eu uso-a de vez em quando também :op) ... eu, que não me considero assim uma pessoa com tanta garra como desejaria até digo que ganhei mais (autoconfiança principalmente) só depois de ser mãe ... a mim fez-me muito bem ... e penso com frequencia no que me teria tornado se não tivesse passado pela maternidade.

Anónimo disse...

claro que cada um de nós tem uma opinião... e acima de tudo devemos respeitá-la!
jamais uma mulher que decida ter um filho se anula enquanto ser humano, só se assim o desejar!!! eu sou mãe há três meses, sim a vida muda muito, muito mesmo... mas quando terminar a licença de maternidade vou voltar ao meu trabalho (jornalista) e vou regressar às minhas aulas de Direito. Decididamente tenho a certeza que existem mulheres sem filhos e que nem sonham os ter que estão muito mais anuladas...
quanto a isso da mudança de fraldas, passar noites em claro e ter uma rotina de refeições (já para não falar da gravidez, que achei uma experiência avassaladora) só mesmo amando um ser de forma incondicional é que se consegue! Na verdade enquanto somos novos parece que nada nos atinge, mas se formos sinceros todos queremos ser amados e, na altura das rugas, não vamos querer estar sozinhos e a pensar o que fizemos da nossa existência... isto também faz parte do conceito de ser MÃE...
Carla Soares

Anónimo disse...

Engraçado como por vezes nos conseguimos identificar com alguém sem sequer conhecermos a pessoa.. parece que me estou a ver ao espelho..
Muitas dúvidas, o que será melhor fazer? irei arrepender-me no futuro? De ter, de não ter tido?
Terei o direito de privar a pessoa com quem vivo de realizar esse sonho? Até onde isto faz sentido?
Por outro lado, como viverei comigo própria se decidir ceder?
E a idade, as perguntas... "olhe que já não vai para nova"....

O que me assusta mais é o facto de ser uma decisão irreversível.. nunca, mas nunca mais se poderá voltar atrás. Isso é verdadeiramente assustador.

No meu caso, nem sequer posso dizer que adio a coisa por motivos académicos ou profissionais.. acho que a verdadeira e única razão é o medo do desconhecido. E também de encontrar algumas semelhanças com pessoas que não povoam a minha história da melhor forma, como a minha mãe..

Enfim, sozinhas não estamos, mas que este assunto continua a despertar estranheza nas pessoas, isso é um facto.

Um beijinho e que o futuro seja risonho!

Caricas

Anónimo disse...

Ó meus caros bloguistas, vamos dar descanso à Blimunda e passar a outro assunto. já deve ter decidido o que fazer em relação ao seu dilema (aliás, já estava mais que decidida) e depois de mais de meia centena de comentários, o "ego" da Blimunda deve estar no máximo. até já deve estar a pensar criar o movimento:

FILHOS SÃO ATILHOS
NÃO À MATERNIDADE EM EXCLUSIVIDADE"

ou

MULHER DEDICADA (aos filhos) É MULHER FRUSTRADA

(estou a brincar Blimunda, não leves a mal).


certamente até o Sócrates vai apoiar, pouparia muitos milhoes de euros aos cofres do Estado: menos subsidios de maternidade, menos subsidios de familia, mais produtividade laboral...
a segurança social agradecia...e o país também. O problema é que se todos seguissem o exemplo, daqui a uns anos ou décadas não haveria país.

blimunda sete luas disse...

Depois de mais de meia centena de comentários, o meu ego está exactamente como estava. Acho, isso sim, admirável como as minhas palavras têm leituras tão diversas, e por vezes são distorcidas de tal maneira que não reconheço sequer aquilo que escrevi nos comentários que são feitos.

E como a brincar a brincar é que o macaco visitou a progenitora numm lugar onde não era suposto, volto a esclarecer, pela última vez, que em momento algum considerei que as mulheres deveriam deixar de ter filhos se os querem ter. Aliás, era o que mais faltava. Nem considero que a mulher que decide ser mãe se está a anular enquanto pessoa ao fazê-lo. O que disse, e está bastante claro creio eu, é que, na minha opinião, as mulheres que se dedicam EM EXCLUSIVO aos filhos tomam uma opção com a qual não me identifico de todo, que não compreendo, e que julgo, poderá trazer-lhes no futuro consequências complicadas. Quem ler com isenção aquilo que está escrito não pode tirar outras conclusões.

De resto, acho que se criou aqui um debate de grande interesse, e são muito ricos os diferentes pontos de vista aqui expressos, de homens e mulheres que são pais ou não, e aproveito para agradecer todos os elogios e todas as críticas (as construtivas, claro), e até especialmente estas últimas. Muitas pessoas que frontalmente expressaram pontos de vista contrários ao meu deram-me excelentes matérias de reflexão e estou humilde e atentamente a ler todos os contributos. Contrariamente ao que muitos possam pensar, não me considero a dona de nenhuma verdade absoluta, ainda acredito menos em verdades absolutas do que em deus. E se a decisão fosse firme e definitiva, não havia dilema nenhum. Quem tiver olhos para ver, que veja.

Cumprimentos a todos e a todas, e obrigada, mais uma vez.

Anónimo disse...

Tal como outros "comentadores" (deste teu artigo), também eu "caí" aqui hoje, de "pára-quedas". De blog em blog aqui me encontro eu, desta feita, a tecer um comentário (de forma bastante entusiástica, diga-se) à tua dissertação.

Em primeiro lugar, julgo e constato, que a entrares por este caminho de temas "tabu", na nossa sociedade, (e infelizmente em muitas outras também), irás concerteza bater o "record" dos comentários neste vasto "sistema" (de blogers), eu, (que diga-se, até nem tenho grande tempo e vocação para andar por aí a ler estes diários do pessoal que não conheço, mas deve ser da falta de hábito), acabei por ficar "prisioner" horas a fio a ler o que escreveste, que se sente ter sido bem pensado antes e ao qual te entregastede corpo e alma, com alguma emoção, o que é humanamente natural e que nos carateriza a quase todos.Pode també sentir-se o mesmo em todos os comentários que te tiveram a amabilidade (ou não),de enviar.

Agora, (na minha opinião), tal como aconteceu com tudo aquilo ou quase tudo que tiveste a coragem de expôr no teu escrito, (Bem hajas!), também a nós(comentadores), nos cabe, partir de um princípio que não somos donos e Senhores da "Verdade Absoluta", esta é "apenas" construída e destruída pelas vicissitudes que a nossa própria vida nos traz.

E partindo do princípio que todas as nossas vidas foram até à presente data diferentes umas das outras, (ainda que idênticas, nunca iguais!) não seria sequer natural sermos todos concordantes em tudo o que os outros dizem, pensam ou fazem, assim conseguirmos ser donos da nossa mesma verdade, acredita que já é um grande feito.

Como poderíamos então parecer completamente perfeitos em tudo aquilo que somos aos olhos dos nossos semelhantes?!seria perfeitamente "anti-natura"!, mas é algo sempre presente no espírito do mais "frio" dos seres humanos, todos gostaríamos de agradar a "Gregos e a Troianos" (embora muitos não o admitam), só que isso é deveras humanamente impossível(possivelmente também para nosso próprio bem).
Lá diz a voz do povo: "nem Cristo, que era Cristo agradou a todos", ou seja não tentemos ser mais "Papistas do que o Papa" e tentar impor aos demais as nossas convicções, sob pena de estarmos a ser ainda mais ignóbeis.

Voltando a tal personagem histórica, de incontestável, tamanha e absoluta relevância, nem mesmo Ele( conseguiu converter todos aqueles que dele tiveram conhecimento), àquilo em que acreditava, mas não deixou de fazer uma Grande Diferença e de tornar estes seres imperfeitos, que somos nós, em algo um pouco melhor.

E são pessoas que tem coragem de falar daquilo que pensam e daquilo que são e não "papaguear" apenas aquilo que ouvem ou que lhes foi incutido (ao longo das suas vidas), por ser bem mais simples e confortável,(sem sequer se questionarem, se terá mesmo razão plausível para ser dessa forma, se não haverá realmente outras razões com mais razão do que essa que pensam ser a melhor ou única razão), com receio de ouvirem o que não devem ou que não querem, nem suportam.
E são estas pessoas acomodadas ao básico e fácil, que inconscientemente ou não, fazem com que a intolerância absurda (que é mãe de todos os grandes males deste mundo) ainda seja tão assustadoramente poderosa.

Apelo - Por favor é necessário que se pense também, não é só ler e "ler", o que os outros pensaram e escreveram. Ó mentes enevoádas brilhem!.

O que seria deveras benéfico para todos nós e que nos abriria muitas "portas e janelas fechadas"(estupidamente/ignorantemente) era abrirem essas mentes para que o ar circulasse e oxigenasse esses cérberos entorpecidos e sufocados pela falta dele.
algumas dessas mentes depois de abertas, seriam também, aquelas que mais brilho emanariam, brilho positivo, brilho vivo com o qual nem elas próprias, sequer sonharam poder existir, porque embora algumas até o quiséssem não podiam, presas que estavam, vítimas de si próprias.

Assim, pessoas que à partida nos parecem ou se sentem relegadas para as ditas "minorias"(se é, que um só ser humano, não é tão importante como 50 ou 50mil ?!!...definitivamente, para mim é), emboram "todos" nós atribuemos ainda grande importância ao que a união faz... -A força!.., é isto a tal vivência em comunidade com tudo o que isso tem de bom e de mau,...
- Nem sem ela nem com ela...enfim...
E quando, por vezes alguém lhes abre algum caminho por mais estreito que seja (tal como tu acabaste por fazer ao mostrares o tal brilho da tua mente) que se constata afinal, não serem a tal chamada minoria, mas sim "muitos", tantos como aqueles que tem o direito a viver, a pensar, a caminhar, em suma a existir por si próprios como individuos lado a lado com outros individuos. Orgulhem-se de ser alguém, ainda que alguém vos possa dizer que são simplesmente alguém. Mesmo o nada mais que alguém já é tão importante sem ele não existiria ninguém e mesmo para que este último exista tem de existir alguèm.

E àqueles por esse universo fora, que não coexistem com alguns termos tais como: o termo Direitos do Homem (sim esse mesmo! que se não o abuliram, simplesmente o ignoram, que vai quase dar ao mesmo...), esses sim, ignorantes que são, hâo-de ainda barafustar imenso até tombarem de estupidez porque essa é na verdade a mais perigosa das realidades existentes e mata!.

Quanto aos outros, que sabem que a alma sincera, é parte importante, de tudo aquilo que somos e fazemos, esses sim serão sempre os mais próiximos da verdadeira felicidade e contagiaram essa felicidade, a quem os deixar e quiser.

Minha amiga, tudo o que é dito e feito, com respeito pelos demais, terá mais cedo ou mais tarde, que ser também respeitado, sob pena das guerras e guerrinhas nunca acabarem com o sofrimento geral de vivermos vidas "retorcidas e distorcidas" .E isso (alegria no viver), está e esteve sempre nas nossas mãos, mas infelizmente como muitos só pensam na sua própria felicidade e em entristecer os demais este mundo continua ainda com muitos pontos cinzentos e onde a côr teima em não conseguir chegar porque nós apenas nos contentamos com aquilo que somos e os outros que mudem, príncipio errado mas enrraízado

.A Cultura é vil(por vezes)...

Obrigado, por tentares que algo (que alguns de um forma inata, o entendem como simples e natural), em algo que um dia (se possível hoje, pelo menos para aqueles que leram tudo isto)possa ser senão entendido pelo menos aceite por todos, não tendo mais de ser justificado, nem sequer falado.

Um dia, tudo isto e outros preconceitos inventados por nós próprios será visto como a escravatura, ou os antigos casamentos por conveniência, com os quais quais, todos ou quase todos na época concordavam e que tantos outros e até a eles próprios, fizeram sofrer (em silêncio, ou não) nosdias de hoje, agradecemos(ainda que inconscientemente)àqueles que se insurgiram e que agora são os nossos heróis!, quem nos entende?!!...

Os nossos preconceitos sempre nos criaram "amarras" muito difíceis de "cortar", e o mais incrível é que somos nós que os inventamos nós sempre contestámos e fizemos por medir forças com a Mãe Natureza e quase sempre chegamos à triste conclusão que foi por pura teimosia, arrogância e ignorância, tal como fazemos com quem de nós cuida e se preocupa (que são à partida, quem mais gosta de nós), e que fazemos?!!damos "pontapés", é a parte da nossa natureza que nunca parou para pensar a sério, é ela quem nos faz ser e reagir destas formas.

E isto, desiludam-se, não se verifica só na infância e adolescência, mas sim ao longo de toda a nossa existência, temos de partir do tal príncípio que somos apenas uns bébes (com capas de adultos ou idosos) em aprendizagem constante até ao fim das nossas vids só que uns não aprendem e evoluem mais por que não querem, ou seja é mais fácils ensinar (oun achar que se ensina), porque aprender é muito duro para eles e já não precisam, afinal já não são crianças...

Ainda bem, que somos todos, ligeirmente diferentes, uns dos outros, pois só isso nos permite completarmo-nos um pouco mais e completar os outros.

Não se queira apenas Impôr mas também que se Aceite é essa a capacidade que nos une.

Gostei do teu Blog e dos comentários que te fizeram continua assim a ser sincera contigo mesma e com os outros, evitando tratá-los, claro está, da forma que não gostas que te tratem a ti.Também já fui ler alguns dos teus primeiros registos.Deverei aqui voltar, quando for oportuno.

Até lá FORÇA!!

Anónimo disse...

Tal como outros "comentadores" (deste teu artigo), também eu "caí" aqui hoje, de "pára-quedas". De blog em blog aqui me encontro eu, desta feita, a tecer um comentário (de forma bastante entusiástica, diga-se) à tua dissertação.

Em primeiro lugar, julgo e constato, que a entrares por este caminho de temas "tabu", na nossa sociedade, (e infelizmente em muitas outras também), irás concerteza bater o "record" dos comentários neste vasto "sistema" (de blogers), eu, (que diga-se, até nem tenho grande tempo e vocação para andar por aí a ler estes diários do pessoal que não conheço, mas deve ser da falta de hábito), acabei por ficar "prisioner" horas a fio a ler o que escreveste, que se sente ter sido bem pensado antes e ao qual te entregastede corpo e alma, com alguma emoção, o que é humanamente natural e que nos carateriza a quase todos.Pode també sentir-se o mesmo em todos os comentários que te tiveram a amabilidade (ou não),de enviar.

Agora, (na minha opinião), tal como aconteceu com tudo aquilo ou quase tudo que tiveste a coragem de expôr no teu escrito, (Bem hajas!), também a nós(comentadores), nos cabe, partir de um princípio que não somos donos e Senhores da "Verdade Absoluta", esta é "apenas" construída e destruída pelas vicissitudes que a nossa própria vida nos traz.

E partindo do princípio que todas as nossas vidas foram até à presente data diferentes umas das outras, (ainda que idênticas, nunca iguais!) não seria sequer natural sermos todos concordantes em tudo o que os outros dizem, pensam ou fazem, assim conseguirmos ser donos da nossa mesma verdade, acredita que já é um grande feito.

Como poderíamos então parecer completamente perfeitos em tudo aquilo que somos aos olhos dos nossos semelhantes?!seria perfeitamente "anti-natura"!, mas é algo sempre presente no espírito do mais "frio" dos seres humanos, todos gostaríamos de agradar a "Gregos e a Troianos" (embora muitos não o admitam), só que isso é deveras humanamente impossível(possivelmente também para nosso próprio bem).
Lá diz a voz do povo: "nem Cristo, que era Cristo agradou a todos", ou seja não tentemos ser mais "Papistas do que o Papa" e tentar impor aos demais as nossas convicções, sob pena de estarmos a ser ainda mais ignóbeis.

Voltando a tal personagem histórica, de incontestável, tamanha e absoluta relevância, nem mesmo Ele( conseguiu converter todos aqueles que dele tiveram conhecimento), àquilo em que acreditava, mas não deixou de fazer uma Grande Diferença e de tornar estes seres imperfeitos, que somos nós, em algo um pouco melhor.

E são pessoas que tem coragem de falar daquilo que pensam e daquilo que são e não "papaguear" apenas aquilo que ouvem ou que lhes foi incutido (ao longo das suas vidas), por ser bem mais simples e confortável,(sem sequer se questionarem, se terá mesmo razão plausível para ser dessa forma, se não haverá realmente outras razões com mais razão do que essa que pensam ser a melhor ou única razão), com receio de ouvirem o que não devem ou que não querem, nem suportam.
E são estas pessoas acomodadas ao básico e fácil, que inconscientemente ou não, fazem com que a intolerância absurda (que é mãe de todos os grandes males deste mundo) ainda seja tão assustadoramente poderosa.

Apelo - Por favor é necessário que se pense também, não é só ler e "ler", o que os outros pensaram e escreveram. Ó mentes enevoádas brilhem!.

O que seria deveras benéfico para todos nós e que nos abriria muitas "portas e janelas fechadas"(estupidamente/ignorantemente) era abrirem essas mentes para que o ar circulasse e oxigenasse esses cérberos entorpecidos e sufocados pela falta dele.
algumas dessas mentes depois de abertas, seriam também, aquelas que mais brilho emanariam, brilho positivo, brilho vivo com o qual nem elas próprias, sequer sonharam poder existir, porque embora algumas até o quiséssem não podiam, presas que estavam, vítimas de si próprias.

Assim, pessoas que à partida nos parecem ou se sentem relegadas para as ditas "minorias"(se é, que um só ser humano, não é tão importante como 50 ou 50mil ?!!...definitivamente, para mim é), emboram "todos" nós atribuemos ainda grande importância ao que a união faz... -A força!.., é isto a tal vivência em comunidade com tudo o que isso tem de bom e de mau,...
- Nem sem ela nem com ela...enfim...
E quando, por vezes alguém lhes abre algum caminho por mais estreito que seja (tal como tu acabaste por fazer ao mostrares o tal brilho da tua mente) que se constata afinal, não serem a tal chamada minoria, mas sim "muitos", tantos como aqueles que tem o direito a viver, a pensar, a caminhar, em suma a existir por si próprios como individuos lado a lado com outros individuos. Orgulhem-se de ser alguém, ainda que alguém vos possa dizer que são simplesmente alguém. Mesmo o nada mais que alguém já é tão importante sem ele não existiria ninguém e mesmo para que este último exista tem de existir alguèm.

E àqueles por esse universo fora, que não coexistem com alguns termos tais como: o termo Direitos do Homem (sim esse mesmo! que se não o abuliram, simplesmente o ignoram, que vai quase dar ao mesmo...), esses sim, ignorantes que são, hâo-de ainda barafustar imenso até tombarem de estupidez porque essa é na verdade a mais perigosa das realidades existentes e mata!.

Quanto aos outros, que sabem que a alma sincera, é parte importante, de tudo aquilo que somos e fazemos, esses sim serão sempre os mais próiximos da verdadeira felicidade e contagiaram essa felicidade, a quem os deixar e quiser.

Minha amiga, tudo o que é dito e feito, com respeito pelos demais, terá mais cedo ou mais tarde, que ser também respeitado, sob pena das guerras e guerrinhas nunca acabarem com o sofrimento geral de vivermos vidas "retorcidas e distorcidas" .E isso (alegria no viver), está e esteve sempre nas nossas mãos, mas infelizmente como muitos só pensam na sua própria felicidade e em entristecer os demais este mundo continua ainda com muitos pontos cinzentos e onde a côr teima em não conseguir chegar porque nós apenas nos contentamos com aquilo que somos e os outros que mudem, príncipio errado mas enrraízado

.A Cultura é vil(por vezes)...

Obrigado, por tentares que algo (que alguns de um forma inata, o entendem como simples e natural), em algo que um dia (se possível hoje, pelo menos para aqueles que leram tudo isto)possa ser senão entendido pelo menos aceite por todos, não tendo mais de ser justificado, nem sequer falado.

Um dia, tudo isto e outros preconceitos inventados por nós próprios será visto como a escravatura, ou os antigos casamentos por conveniência, com os quais quais, todos ou quase todos na época concordavam e que tantos outros e até a eles próprios, fizeram sofrer (em silêncio, ou não) nosdias de hoje, agradecemos(ainda que inconscientemente)àqueles que se insurgiram e que agora são os nossos heróis!, quem nos entende?!!...

Os nossos preconceitos sempre nos criaram "amarras" muito difíceis de "cortar", e o mais incrível é que somos nós que os inventamos nós sempre contestámos e fizemos por medir forças com a Mãe Natureza e quase sempre chegamos à triste conclusão que foi por pura teimosia, arrogância e ignorância, tal como fazemos com quem de nós cuida e se preocupa (que são à partida, quem mais gosta de nós), e que fazemos?!!damos "pontapés", é a parte da nossa natureza que nunca parou para pensar a sério, é ela quem nos faz ser e reagir destas formas.

E isto, desiludam-se, não se verifica só na infância e adolescência, mas sim ao longo de toda a nossa existência, temos de partir do tal príncípio que somos apenas uns bébes (com capas de adultos ou idosos) em aprendizagem constante até ao fim das nossas vids só que uns não aprendem e evoluem mais por que não querem, ou seja é mais fácils ensinar (oun achar que se ensina), porque aprender é muito duro para eles e já não precisam, afinal já não são crianças...

Ainda bem, que somos todos, ligeirmente diferentes, uns dos outros, pois só isso nos permite completarmo-nos um pouco mais e completar os outros.

Não se queira apenas Impôr mas também que se Aceite é essa a capacidade que nos une.

Gostei do teu Blog e dos comentários que te fizeram continua assim a ser sincera contigo mesma e com os outros, evitando tratá-los, claro está, da forma que não gostas que te tratem a ti.Também já fui ler alguns dos teus primeiros registos.Deverei aqui voltar, quando for oportuno.

Até lá FORÇA!!

Unknown disse...

Através dos dias úteis, vim aqui parar e gostei muito do teu post. Acho que é mesmo um dilema e cabe a cada qual decidir qual prato da balança com mais peso!

Há pessoas que têm a sorte de não ter dúvidas; sabem o que querem. Outras nem por isso, mas nunca devem ser julgadas por isso! Parece-me responsável fazer uma análise da questão e penso que só podes ser elogiada por isso.

Parabéns! Gostei muito. Agora vou bisbilhotar um pouco mais o teu blog... ;)

Unknown disse...

Olá Blimunda!
Eu sou mãe há 22 meses e tinha ideia um pouco fixa que iria ter dois filhos (até porque tenho um irmão). Tenho 32 anos e a questão da validade colocou-se um pouco. Mas foi a vontade de ter filhos que me levou a essa situação. Cada mulher toma a sua opção de vida, sem que ninguém pense que essa pessoa não é normal. Foi para isso que a Mulher lutou todos estes anos. A sociedade é que ainda tem a noção de que há algo errado se a mulher não "ouve" o apelo da maternidade. Hoje penso que se não tiver mais algum filho não há problema. Já tenho o meu pequeno milagre.
Durante os primeiros cinco meses da gravidez cheguei a trabalhar em dois empregos: um fixo por questões de segurança financeira(mas que não agrada) e um segundo que adorei e que me realizava pessoalmente(mas não muito seguro finaceiramente). Trabalhava 10 horas por dia fora viagens. Após a licença de parto, por coincidência, voltei à mesma situação. Andava estoirada fisica e psicologicamente, porque tinha que conjugar as três situações. O meu filho , no primeiro ano de vida, não dormiu uma noite inteira sem acordar, chorar e outras coisas que tais. Não me arrependo. Hoje trabalho 8/9 horas no mesmo local porque o trabalho que me realizava pessoalmente terminou após três(para alguns quatro) anos de dedicação minha e colegas. Não gosto do trabalho em si mas habituei-me a trabalhar e não me via em casa. Gosto das pessoas com quem trabalho diariamente e só assim neste momento "aguento" as chatices dum trabalho com o nivel de stress que este nos provoca.
Só me resta dizer, apesar de repetir a opinião de muita gente que comentou, não deixa de ser Mulher porque tem essas dúvidas. De facto ter um filho é uma responsabilidade para toda a vida além de ser esse amor que também se torna incondicional (é esse que nos "trama")
Com os meus melhores cumprimentos
Cris Ferreiro

Anónimo disse...

É engraçado que, apesar de ser ainda bastante jovem (19 anos) tenho em parte ideias em comum com a blimunda... não me imagino de facto a ser mãe, mas é engraçado que estou a viver uma experiência muito proxima e que me leva a viver um pouco desse "mundo".

Tenho um irmao de 1ano e pouco, e que por consequencia tenho vivido muito de perto (assim como participado activamente) o seu crescimento... ele é de facto lindo, faz rir à gargalhada, tem uns olhos que transmitem tudo de bom, e sinto por ele um amor incondicional... mas ao mesmo tempo tem um lado tão dependente!A minha mãe deixou de ter vida própria, mas ainda assim afirma que adora, apesar de andar estoirada com o trabalho e tudo, mas também se não quisesse realmente, porquê ter o 3º filho?!

É a tal questão, cada um faz as suas opções... e como diz aquela velha frase feita "nunca digas nunca" (digo isto para mim mesma até!), porque embora agora só tenha nos meus planos a curto/médio prazo ambições de terminar a faculdade (curso que tou a adorar), evoluir na minha vida académica, pós graduações,mestrado, viajar, sair quando quero sem ter ninguem a depender de mim, namorar (até porque tou bastante apaixonada), comprar casa, ou seja, ter uma independencia e estabilidade emocinal e económica. Não ponho de parte a ideia de os ter, mas uma coisa acho que posso afirmar, serei mae tarde, quero cumprir muitos projectos antes, e ser mae depois dos 30 é praticamente obvio pra mim, assim penso qeu poderei viver ambas as experiencias, até lá espero ter alcançado os objectivos mais estafantes e que depois com um ou dois filhotes possa prosseguir, nunca abdicadndo da minha individualidade e plenamente consciente que eles serão muito amados e cuidados, porque caso contrário para quê te-los.

Para mim a maternidade tem de ser uma decisão de plena consciencia, daí eu ser completamente de acordo com o aborto (mas isso já é outra história...).

Ah! Algo também fundamental é ter um companheiro que seja realmente pai, que seja um homem com H grande, e aí penso que toda aquela questão do acordar, mudar fraldas, falta de tempo, será dividida e a mulher nao tem de ser necessárimente a sobrecarregada, aquela que vai arcar com o lado frustrante... ou seja parte muito da alteração de mentalidades, que isso sim, faz muita falta. Para mim uma mente fechada e retrograda é do pior da sociedade :/ (Uma coisa que nao imagino e isso é certo, é viver com um homem que não faça nada, que pense que a sua única obrigação é o seu emprego!)

Muito bem, já me alonguei (e também eu vim aqui parar pelo blog do Perdo Ribeiro) acho que fazes bem em assumir e como disse partilho um pouco da tua opinião.

Devemos é ir pelos nossas vontande e valores, e não por ideias pré-concebidas... aliás desde há vários anos que se luta pela igualdade de direitos e emancipação da mulher, porquê agora este cinismos e hipócrisia de não deixar que nós mulheres possamos fazer as nossas escolhas... Penso que ser mulher, não implica necessáriamente ser mãe.

beijinho

Anónimo disse...

Cara Blimunda,

Tal como prometido, voltei! Demorei, mas voltei! Já sabe, ter emprego e filhos tem mesmo destas coisas, é o tempo dupla ou tripla, ou quadruplamente ocupado! :))))))
É que aqui em casa as responsabilidades são partilhadas: os filhos quando nascem são dos DOIS, porque foram feitos pelos DOIS e decidimos ter uma vida a DOIS (até que a morte nos separe! :))))) e os DOIS temos ambições extra-maternais/paternais.

Mas de regresso ao seu blogue, fiquei enésimamente satisfeito ao ver que a nossa "picardia" inicial foi tão profícua (em quantidade e qualidade). É claro que não entendo muitas das opiniões...mas respeito! :))))))

Em jeito de remate e despedida deste tema (sim, porque não sou muito apreciador de "pescadinhas com rabo na boca", vulgo, vira o disco e toca o mesmo) só lhe queria dar uma humilde sugestão (não leve a mal, tá bem?): não olhe só para os maus exemplos ou experiências negativas alheias quando quiser resolver um dilema seu. Pelo que me apercebi, inteligência não lhe falta (olhe, há quem diga mesmo que as mulheres depois de serem mães até ficam mais :)))))...a vida é sua, só você sabe o que quer dela, ninguém certamente a criticará seja qual for a sua decisão.

Vá em frente!!

P.S. (salvo seja!): Fiquei preocupado com o último comentário que me remeteu. Já fez a digestão? É que há quem diga que o fígado das criancinhas incha, é de difícil digestão e pode anular o efeito da pílula. Veja lá se está grávida sem ter dado por isso!!!!
Mas pronto, se for esse o caso, agora também já tem solução...e não é crime! :)))))))

Pronto, lá estou eu a entrar por caminhos perigosos. Ainda me arrisco a lançar mais uma discussão e obrigá-la a ler mais umas dezenas de comentários e depois, para ter a leitura em dia (aí sim) ainda lhe passa o "prazo de validade" e não resolveu o "maldito/bendito" dilema. :)))))

Chiça, agora é que é: SEJA FELIZ.

Anónimo disse...

quero apenas deixar os meus sinceros PARABÉNS pela coragem de expressar o que muitas mulheres sentem, mas por não ser socialmente correcto não o manifestam.
entendo na perfeição tudo o que escreveu até porque me revejo em muitas das suas palavras.

Anónimo disse...

Blimunda, embora muito bem escrito, o teu post é tudo menos novidade. Somos imensas as que assim pensamos. Olha, eu já vou nos 40, e continuo a não ter vontade. Mais vale um dia arrepender-me de não ter tido filhos, do que arrepender-me de os ter, coitados!

SoNosCredita disse...

desde já, parabéns pela forma como planificas o que pensas e sentes.

tenho amigas que pensam exactamente como tu, daí ñ ter sido nenhuma surpresa... ainda assim, acho interessante.

é outra perspectiva, bastante diferente da minha.
eu tenho esse desejo imenso, o de ser mãe!
quero muito sentir esse amor avassalador, essa ligação para toda a vida. ñ me assusta absolutamente nada. só que é algo que ñ quero que aconteça só porque sim, terá de fazer todo o sentido, terá que ser fruto de um grande Amor!

e sim, quando vejo bebés e crianças sinto ainda mais vontade de que isso aconteça, só ñ me identifico com a parte do ir agarrar, pegar ao colo e fazer festinhas.
isso eu ñ faço, mmo.
:)

Anónimo disse...

Como te entendo!
Tenho 29 anos e estou casada quase há dez.
Até agora não temos filhos porque não queremos, porque Graças a Deus, nenhum de nós tem problemas de infertilidade. O prblema é que muitas pessoas (99,999999%) não entendem isso e de vez em quando, lá vem o inevitável: " E bebés? Já está na hora!" e depois segue-se todo um discurso pró-bebé que nunca mais acaba.
Tanto eu como o meu marido, gostamos de crianças, mas não somos obcecados por crianças. Já houve alturas em que um queria e o outro não e vice-versa e agora estamos muito bem assim.
Não digo que nunca vá ter um filho mas de momento não.
Mas satura e muito, ter que ouvir certas pessoas falarem do que não sabem e até terem o desplante de dizer que o casamento só é válido para alguma coisa se se tiver um filho; que senão não vale a pena casar.
Oh brother...
Vê lá que até já boatos lançaram de que se não tínhamos filhos, era porque eu (a culpa como sempre é da mulher)tinha alguma doença! Não há paciência para tamanha estupidez!
Desculpa o tamanho do comentário mas vi o teu post e tinha mesmo que comentar!
Beijinhos e a luta continua! :)

Anónimo disse...

Acho de uma bravura imensa o seu post...se nao sente a maternidade a chamar deixe-se estar como esta...nao é mais ou menos mulher por isso mas é sim melhor ser humano porque o que hoje (e no passado também) sao mulheres que nao nasceram mesmo para serem mães mas que para infelicidade dos seus filhos o foram...acabei mm agora a minha licenciatura...ja penso no mestrado...filhos? logo se vê no futuro também se nao os parir biológicamente existe sempre a possibilidade de os parir do coração...
parabens

Anónimo disse...

Demorei, mas cheguei, e pelo que vejo/leio, cheguei a tempo.

Os temas universais e transversais a todos os seres humanos foram sempre, e serão certamente, fruto de longas discussões, estando cada um certo, de estar certo.

Todas as decisões individuais que não prejudiquem terceiros, são legitimas, por isso não há necessidade da Blimunda se sentir mal.
Mas essa liberdade individual serve em todos os sentidos, e por isso, se ninguém é menor por não querer ter filhos, também ninguém o será por os ter.
Mas esta questão não se fica só pela decisão individual, por isso as dúvidas.
A decisão de ter ou não ter filhos, traz consigo consequencias, como todas as decisões, mas neste caso, diferentes e maiores.
Maiores porque no caso da decisão ser a de ter filhos, e particularmente para as mulheres, é a descoberta de um sentimento MAIOR, que não se explica, que não se traduz em palavras, é e pronto, e só se conhece tendo um filho.
Maiores porque no caso da decisão ser não ter, porque nunca vai sentir esse sentimento, mas também nunca vai ter todas as preocupações e trabalhos inerentes ao facto.
A decisão de não ter é sobretudo mais fácil e cómoda a curto prazo, e aí a natureza é realmente implacável, mas está certa como sempre.
Tenho dois filhos, a Blimunda sabe bem em que condições os criei, sabe bem as questões que ainda hoje me trazem (boas e menos boas), mas sinceramente nunca me arrependi, e se tivesse que fazer tudo outra vez fazia. Sinto-me muito mais realizada com eles.

Conselhos não dou, não me atrevo, respeito absolutamente as decisões de cada um, desde que obviamente sinta que respeitam as minhas.

Diabba disse...

Como eu te compreendo!! Percebo perfeitamente o que dizes e nem sabes do que te safas naquela cena do parto!

Também nunca senti um especial apelo pela maternidade, mas, aos 38 (seria o prazo de validade a preocupar-me??) e, porque encontrei a pessoa certa, tcharannn... tenho uma lindissima diabba-filha!!

Não a trocava por nada, morria por ela, se fosse preciso.

Voltar a passar pelo mesmo? Não sei... acho que não!

Suspeito que ainda não arranjaram as telhas do HSFX, acho que parti algumas por alturas do parto... carniceiros!

O importante és tu!

beijos d'enxofre

Bublina disse...

Não vejo qualquer dilema, frustação ou o que raio seja... mas sim uma opção de vida, totalmente integra como a de ser mãe... Onde é que está escrito que é obrigatório ser mãe?

E é uma decisão que a só nós, mulheres, diz respeito...

Bjs e Parabens pela coragem...
Xana

Tiny Tear disse...

Boa tarde Blimunda

Só para dizer que concordo em absoluto com tudo o que diz. Tenho 30 anos, estou a fazer um mestrado, adoro viajar, namorar e ter o MEU tempo, para mim ; p Não vejo filhos no meu futuro próximo e isso não me preocupa minimamente. Curiosamente trabalho com crianças, adoro estar com elas, conversar e brincar e tenho saudades delas qdo estou longe.Mas não sinto o apelo da maternidade e não me considero estranha por causa disso. Oiço mtas vezes a conversa de sempre" Ah e tal, já estás na altura de ter filhos..." mas sinceramente dá-me vontade de rir..Pq a maior parte das pessoas q me diz isso, tem vidinhas tristes e sem interesse e queixa-se a toda a hora de q nao tem tempo pra nada por causa dos filhos. Enfim...

Cumprimentos

Boa sorte para tudo

Anónimo disse...

Ola
Tenho um unico pedido a fazer. Que quando for mae, volte a escrever um texto do genero, para todos nos fazermos o jogo das diferenças... O seu texto fez me lembrar uma amiga que diz " que horror ..odiava morar em Lisboa!!!"....mas a verdade é que nunca morou....
Sofia

Anónimo disse...

Ó Santa Mãe de Deus!

querem lá ver que não bastava a Blimunda a tecer juizos de valor sobre as opções de outras pessoas e agora chega a Tiny Tear !

fartam-se de elogiar a franqueza, honestidade e coragem de assumir que não quer(em) ter filhos "porque sim" e estão sempre a cair na tentação de apontar o dedo a terceiras.

agora até dizem que tem "vidinhas tristes e sem interesse" quem se atreve (!!!) a dizer que "já estás na altura de ter filhos", e coisa e tal.

Tiny Tear, já que viaja assim tanto (pelo que deduzo do seu comentário, um luxo a que se pode dedicar porque não tem filhos :)...) já podia ter aprendido com outras gentes (alemães, austríacos, italianos...) que o ter filhos não é impeditivo de o fazer!
vão pra todo o lado com a prole atrás, todos contentes e felizes.
é claro que o fazem porque podem fazer (muitos Euros, sabe o que é?)
tenho a certeza (sim, tenho a certeza) que se muitas dessas "frustradas" e com "vidinhas trsites e sem interesse" o podessem fazer, também o fariam.

há quem prefira andar sózinha(o) e está no seu direito. é livre de o fazer e ter todo o seu tempo para si.
daqui a uns anos (quando os "verdes anos" tiverem passado) é que...!!!!
são muitas as vivências e recordações mas olham para o lado e...!!!!
mas são opções, né?

Tiny tear, quanto ao queixarem-se a "toda a hora de que não têm tempo para nada por causa dos filhos"?
já lhes perguntou, por acaso, se estão arrependidas de os terem tido?
duvido! é bem português o "se soubesse o que sei hoje...!) tretas! sabemos perfeitamente que, na maior parte das situações, voltariamos a fazer tudo na mesma.

Sejam felizes!

Anónimo disse...

coitadinha de mim!
sinto-me uma frustrada, tenho uma vidinha triste e sem interesse, não estou a evoluir enquanto individuo.
e quando me lembro do terror dos partos (dois, um de 7 horas e outro de 5) ainda hoje me arrepio toda.

porquê? porque razão me fui meter nesta alhada?

coragem? não!
coragem têm aquelas que decidem não ser mães porque não querem passar pelos horrores do parto, das fraldas, das noites mal dormidas, das idas aos médicos, etc...
coragem têm aquelas que aproveitam a vida para investir nelas próprias, nas suas carreiras, viagens, namoros, etc...
coragem têm aquelas que abdicam de ouvir os guinchinhos das crianças a querem contar as últimas aventuras, descobertas (a maior parte delas sem interesse nenhum para um adulto)...e que nos fazem perdem tempo.

onde é que eu estava com a cabeça quando, aos 26 anos decidi casar com o Homem que amava (e ao fim de 12 anos de casamento amo e muito!), ter tirado o meu curso e começado a trabalhar, ter resolvido ser mãe duas vezes ao mesmo tempo que frequentei cursos de formação, seminários, viajei, fui ao cinema, discotecas, etc.

o quanto foi difícil !!!!

tudo teria sido mais fácil se na altura houvesse blogues como este, onde mulheres mais lúcidas do que eu, cheias de projectos e ambições, me teriam apontado um caminho mais prático para chegar onde cheguei sem ter que passar pelo que passei.

se calhar, não me tinha desgastado tanto até chegar ao cargo de chefia que ocupo actualmente.
e não imaginam o que ainda tenho pela frente. as minhas ambições passam pela Presidência da República: quero ser a primeira mulher a ocupar o palácio de belém.

pois é, devia ter pensado nisso há 10 anos quando resolvi ser mãe e há 7 quando resolvi repetir a experiência.
agora tudo será mais dificil. mas não posso mandar os dois "putos" às urtigas.

a culpa é de uma mulher que, em 1969, teve a infeliz ideia de ser Mãe. E ainda por cima casou com um Homem que concordou.
Depois do que ela passou para me criar, ter construido a sua própria carreira, devia-me ter demovido da ideia de, também eu, ser Mãe.
Mas não!
Ao invés disso, preferiu ensinar-me que, com planeamento e esforço há sempre tempo para tudo, que a vida não é um mar de rosas, que as dificuldades e obstáculos nos fazem crescer, etc, etc, etc...

mas ensinou-me também que cada um sabe da sua vida; que, felizmente, não há leis que obriguem a tomar um caminho determinado; que uma Mulher não deixa de sê-lo pelo simples facto de não seguir o "padrão-social".

E eu (que cabeça!) perante o exemplo dela, resolvi seguir-lhe os passos!

Felizmente para ela que com mais de 6 décadas de de vida ainda tem projectos, ambições, quer viajar (e viaja!) gosta de ir ao cinema (e vai, muito)...
É livre para o fazer! Ainda por cima tem a sorte de partilhar a vida há 40 anos com um Homem que não diz que não!
É um casal de luxo...são um dos meus orgulhos e exemplo que quero seguir!

Tenho a certeza que vou viver MUITO tempo! Tenho a certeza!
Não me quero preocupar com a possibilidade dos meus filhos, quando seguirem as suas vidas, não me retribuirem o que me dediquei a eles.
Não têm obrigação disso, sim, não têm.
A minha Mãe também me ensinou que na vida devemos dar sem a intenção de mais tarde vir a recolher frutos disso; que nos devemos sentir felizes pelo facto de ajudarmos os filhos a serem ALGUÉM; que os anos de contacto com eles farão de nós Mulheres diferentes (nem melhores, nem piores).

Para já, garanto-vos, não me arrependo, de NADA. Decidi ser Mãe, fui vivendo a vida como quis sabendo que eles faziam parte da minha Vida, não abdiquei de nada, apenas fui adaptando as coisas à medida das circunstâncias.

Esta foi a minha opção. Tal como alguém já escreveu neste blogue, conselhos não dou. Mas também, minhas(os) amigas(os) abstenham-se de tecer comentários críticos e pejurativos sobre a vida de quem não se revêem.

Ter ou não ter filhos, e de que forma vivem a vida é uma questão que a cada um diz respeito.
Expôr a nossa experiência é uma coisa, criticar a vida alheia é outra...é muito FEIO e é prova de falta de argumentos sólidos.

E quando isso acontece, companheiras, só me apetece dizer: CRESÇAM E APAREÇAM! (é só um desabafo)

Beijos

Anónimo disse...

onde pára a Blimunda? alguém me sabe dizer?
sinto-me órfão :((((
logo agora que lhe estava para propôr adoptar-me.
juro que não era nenhum impecilho na vida dela: já não uso fraldas, não tinha que me fazer "gugu dada", não era obstáculo à carreira, às viagens ou possíveis relações.
só queria mesmo contribuir modestamente para a resolução do seu dilema. A Blimunda seria mãe sem passar pela dura experiencia do parto e dos primeiros anos dos filhos.

BLIMUNDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

blimunda sete luas disse...

Pois, pois, pois, pois, pois...

Anónimo disse...

POEMA ENJOADINHO - VINICIUS DE MORAES
Filhos...Filhos ?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo ?

Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos !

Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica !
Resultado: filho.

E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.

Filhos ? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos

Meu Deus, salvai-o !
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los ?

Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca !
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são !

Vinicius de Moraes

marta r disse...

Só me apetece dizer - com pena, de resto - que a decisão de uma mulher não ter filhos continua a ser um assunto polémico.

Acho que nunca vou compreender isso.

Anónimo disse...

Pessoalmente não se me afigura nada polémica a decisão de uma mulher não ter filhos, o que também não aceito, são certas adjectivações feitas ao longo destes comentários a quem os decidiu ter. Se o julgamento é errado para um lado, então é-o também para o outro. A decisão é sempre individual (mais feminina que masculina) e é sempre de respeitar.

Anónimo disse...

Olá!
Estou grávida de 9 meses, e aconteceu por acaso. Tenho uma relação estável, mas estávamos decididos a não ter filhos para já, mas aconteceu. Sou licenciada, tenho uma carreira da qual não pretendo abdicar, projectos e ambições. Nunca eu senti o verdadeiro apelo da maternidade, e posso dizer que nunca gostei de crianças. Mas a partir do momento que engravidei, posso afirmar que algo em mim mudou, não sei explicar o quê, mas mudou. Passei a ver as coisas de outro modo, e a encarar a vida com outra forma. Melhor ou pior? Simplesmente diferente! Se é para toda a vida? Sim é, mas a decisão de não os ter também é para toda a vida.
Antes eu dizia: "Ter um filho só por cesariana! E de preferência com anestesia geral." Agora, a poucas semanas de parir, sou uma acérrima defensora da experiência do parto natural, que é o melhor tanto para a mãe como para o bebé... As coisas mudam...
Mas sim, estou cheia de medos... De não ser uma boa mãe, de não a entender, de não conseguir... Mas a vida é feita disto: de desafios, e eu acredito que a maternidade é o maior deles todos!

De qualquer modo, Blimunda, queria dar-lhe os parabéns pelo seu blog! :D E qual seja a decisão que tome, que não haja lugar a arrependimentos e se houver, que seja pelo que não fez, do que pelo que fez, pois os actos têm sempre uma explicação, por muito rebuscada que seja :D

Unknown disse...

É curioso como as pessoas continuam tão fechadas num mundo em que a mulher é feita para ser mãe e quem acha o contrário é parvo...

O seu texto é EXCELENTE. Os seus sentimentos genuínos e ninguém, NINGUÉM (e muito menos homens para quem a paternidade não traz nem um terço das alterações na vida que traz a maternidade às mulheres), tem o direito de dizer que está errada e que não tem o direito de pensar da forma que pensa. Se há coisinha que ainda temos livre é o nosso pensamento...

blimunda sete luas disse...

Ó irmã, onde foste desencantar esta canção? Desconhecia por completo!

E depois é sempre isto: a malta escreve contra, escreve a favor, gasta palavras e mais palavras, e depois vem um gajo qualquer, escreve meia-dúzia de linhas, e diz tudo o que já foi dito, e mais ainda!...

É lindíssimo, gostei muito.

Anónimo disse...

Eu sou a prova viva, de que, para além de mãe e de pai, sou uma gaja cheia de outros conhecimentos...lol

Anónimo disse...

É pá, e já agora, o Vinicius não é um gajo qualquer... lol

Anónimo disse...

Psychic,

aconselho-a a reler todos os comentários escritos até agora e encontrar um só, onde quem vive fechado num suposto mundo "em que a mulher é feita para ser mãe" considera "parvo" quem acha o contrário.
e qual foi o bloguista que disse que a Blimunda está errada?
Não veja fantasmas onde eles não existem! Fiquei preocupado ao ver que para si o pensamento é uma "coisinha"!
Pois!
Mas fique a saber que a liberdade de criação tem limites e tomar "o todo pela parte" é enganoso.
deve-se estar a referir a alguma experiência pessoal quando refere que para os homens "a paternidade não traz nem um terço das alterações na vida que traz a maternidade às mulheres". faz parte de algum centro de estatísticas?
pois eu conheço alguns, e digo ALGUNS, casos inversos: mães que só o foram na concepção e dar à luz, porque de resto !!!!!
e não falo de cor, acredite!
mas isso não interessa para aqui porque cada um sabe de si.

Anónimo disse...

Medo, muito medo de viver!

Quando nos queremos proteger, arranjamos todas as razões e mais uma para controlar todos os passos que damos na vida!

E viver, não dominar tudo, mas deixar tudo acontecer.

É um testemunho sincero, mas de certa forma arrepiante.

Acho que está com muito medo da Vida!

Tiny Tear disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Caro anónimo do comentário acima :)

Será ter medo da vida, ou estar satisfeita com a vida como ela é e não sentir que precisa de ser mãe para se sentir completa?

Cara Blimunda

Parabéns pela coragem de (bem) escrever sobre um assunto tão delicado. Muitas felicidades.

JAS disse...

Parabéns, parabéns. Pedrada no charco. É disto que andamos todos a precisar: argumentos diferentes, ideias opostas, perspectivas totalmente contrárias. Gostei bastante. Continue!

M. disse...

Bem, este é um assunto no mínimo interessante e que diz muito da sociedade em que vivemos. Porque razão ser mãe é indispensável para que uma mulher se sinta realizada? eu acredito que não é indispensável. Ainda só tenho 20 anos, mas também não encaro de bom grado essa vinculação perene, esse acto de amor incondicional de que tão bem se fala que é o de pôr mais uma pessoa neste mundo. Talvez um dia mude de ideias quanto à perspectiva de ser mãe, por ora não é o que planeio para a minha vida. não quero que o meu futuro "tenha um rosto" sem que este seja o meu. Talvez seja egoísta, mas não encontro um sentido maior na "tarefa" de ser mãe, nem sinto grande instinto maternal. sim, eu sei que ainda tenho muito pela frente, ainda assim, o meu grande terror também o do prazo de validade, isto de termos um relógio biológico deixa muito a desejar. Tenho medo de passar a vida sem querer ter um filho e depois arrepender-me, perceber que estava errada... mas então, terei errado em plena consciência e um filho, só por arrependimento não parece "much of a son" e eu não seria "much of a mother" anyway...
Parabéns por conseguires expor assim as tuas dúvidas e ideias. Uma mulher não é menos mulher por não querer ser mãe. Ao contrário do que muita gente pensa, não são os filhos que nos definem.
Felicidades! =)

Anónimo disse...

Cara Blimunda,

Não posso deixar de a congratular por ter conseguido, através de um post que cumpre enquanto expositor, mas que não está do ponto de vista estrutural e argumentativo bem escrito, grangear tanta atenção. Digo-lhe que se deve, sobretudo, à escrita passional, que raras vezes subiu além do hipotálamo.
Regozijo-me por existirem mulheres independentes e que aparentam não estarem tolhidas por qualquer amarra sociológica, como é o seu caso. Felicito-a, igualmente, pela coragem de demonstrar o que sente, como sente e até o que gostaria de sentir, embora tal facto, não raras vezes, se possa tornar embaraçoso perante os demais. Ninguém pode/deve censurar qualquer decisão que tome que não prejudique terceiros, bem como ninguém tem legitimidade para a julgar enquanto mulher, enquanto ser humano.
Permita-me, no entanto, um pequeno reparo. A sua argumentação não está feliz, usa com frequência termos jocosos, pejorativos e alguns de mau gosto. Não tem em boa conta quem a contradiga ou simplesmente quem não percepciona as coisas de forma idêntica à sua e, este facto, é por demais evidente no que escreve, nos pequenos vocábulos e, fundamentalmente, nos desabafos.
Apesar de tudo o que podia melhorar vi-me, como que apaixonado, a ler todas as linhas desta prolongada discussão.

Anónimo disse...

É de facto assustador a perspectiva de uma ligação para o "resto da vida"!
Blimunda e demais bloguistas com "ausência de instinto maternal" (estão no seu direito) um filho, de facto, nunca poderá vir a ser "ex-filho".
Mas alerto-vos que, ao contrário do que habitualmente de diz, uma sogra nunca o deixa de ser mesmo que nos divorciemos do filho.
Legalmente é assim: não há "ex-sogra" É uma relação para o "resto da vida" :-))))))) e quantas vezes traumatizante!
Quantas delas não provocam mais insónias que um bébé, tomam conta da nossa vida (pelo menos tentam), controlam, tentar pôr e dispôr...

Não casem, minhas amigas, não casem!

O divórcio não resolve nada; o marido vai, mas a sogra fica :))) Ainda mais quando do casamento há filhos, netos dela! Aí não desgrudam!

Anónimo disse...

Ter ou não ter (instinto maternal) eis a questão!
Mas não é a única. Quantas vezes o instinto existe, mas depois de " se entrar para o convento" é que nos apercebemos do que "vai lá dentro".
E não são só as fraldas, os cócós, as birras, etc. isso é passageiro.
Para quem ainda tem dúvidas aqui ficam "Dicas para criar filhos saudáveis" que encontrei num site.

==================================
1. Comunique!

Hoje em dia cada um tem a sua vida - uma vida corrida, atarefada... enfim, não há muito tempo para falar aos filhos sobre o seu dia, tanto as dificuldades como também os momentos bons. Se quisermos ter um bom relacionamento com os nossos filhos, temos de arranjar tempo suficiente para falar com eles e para nos interessar por eles.

2. Encoraje!

Queremos tanto que os nossos filhos tenham sucesso nas suas vidas que é fácil criticá-los sempre que as suas notas não são tão altas como esperávamos, ou quando têm dificuldades na escola. A nossa atitude de crítica não os ajuda - é melhor antes mostrar o nosso amor e apoio, e comunicar-lhes que eles são filhos preciosos para nós, quer tenham sucesso ou não. Nem todos são estudiosas e intelectuais - Deus criou todos nós com capacidades diferentes e não devemos ficar desapontados se os nossos filhos não têm aptidão na escola.

3. Não minta!

Sempre que mentimos, estamos a dar um exemplo mau aos nossos filhos, e é claro que eles irão copiar-nos e começar a mentir também. Que bom quando os filhos confiem em nós e sabem que a nossa palavra é verdadeira. Por isso, convêm pensar duas vezes antes de mentir e desta forma:

"faça o que eu digo e não faças o que eu faço"

pode tornar-se

"faça o que eu digo e o que eu faço"


4. Perdoe sempre que o filho estiver arrependido!

Se o filho fizer uma asneira e se estiver arrependido, nós como pais devemos sempre perdoá-lo e confirmar o nosso amor por ele.

5. Peça perdão!

Se o pai ou mãe fizer uma coisa errada, ou se um deles estiver zangado sem razão, deve procurar um tempo oportuno para pedir perdão ao filho. Custa um pouco, mas vale a pena! Os filhos respeitam os pais que admitem as suas falhas e é bom para eles verem que
os pais não são perfeitos!

6. Tenha algumas regras!

As crianças sentem-se mais seguras com algumas regras, mas com certeza vão testar se as regras realmente funcionam e qual é o castigo de não as cumprir. Tenha cuidado que as regras não são duras demais ou senão o seu filho vai sentir ressentimento e vai rebelar-se. É melhor explicar a razão das regras existirem - que são para o melhor do filho e não para impedir que se divirta.
Irritamos os nossos filhos com regras que não fazem sentido, ou
quando somos hipócritas.

7. Tenha um castigo apropriado quando a regra é desobedecida!

Pense bem no castigo e comunique-o ao seu filho. O castigo deve ser suficientemente duro para ele não volte a desobedecer a regra, mas não deve causar dano físico ou emocional. O castigo deve depender da idade do filho - por exemplo, podia dar uma palmada a uma criança pequena mas para um jovem isto já não é apropriado.

8. Não mime os filhos!

Não dê tudo que os filhos querem, nem todo o dinheiro que pedem. Antes é melhor que eles aprendam a esperar pelas coisas que querem, porque assim ao as receberem passam a valorizá-las mais.

9. Cuide da auto-estima do seu filho!

Todos nós somos sensíveis às palavras dos outros, e em particular as crianças. Se o filho tem uma baixa auto-estima por causa de sua aparência ou personalidade, nós como pais devemos fazer tudo para lhe comunicar palavras de aceitação e amor.

10. Não tenha favoritos!

Do passado até ao presente têm sucedido problemas terríveis por causa de rivalidades e ciúmes resultantes de situações em que pais têm amado um filho mais do que outro. Cuidado! Faça um esforço para amar todos os filhos igualmente e ser justo com cada um.

================================
Dá trabalho, não dá? Mas é um grande desafio !!!!
Mas é só para quem quer e para quem pode...e há quem possa e não quer...e quem quer e não possa.
A vida nem sempre é justa. mas é assim!
depois de ler todos os comentários, chego à conclusão que a maior parte das mulheres que por aqui passaram devem sentir-se muitos felizes: têm a possibilidade e liberdade de escolherem ser ou não ser Mães.

redjan disse...

Blimunda:

Como muitos outros aterrei no teu blog ... por acaso... Bendita a hora! Este texto tem a clarividência necessária e perfeita ao abordar um tema ... um simples tema ... que requer somente a coragem de se ser sincero ! A liberdade com que defendes a tua opinião é ... simplesmente anormal, quando neste mundo de diz que disse mas não faças, passamos a vida a ir para trás da barreira! Adorei o texto, tanto quanto a sinceridade e o equlibrio com que explicas o teu ponto de vista! Na troca de galhardetes com o Pai Orgulhoso .... acho que espremeram um equivoco de interpretações por ali fora! E no entanto .... uma troca aprazivel, uma boa querela é sempre de saudar! Respeitando ambos os pontos de vista, adorei as tuas respostas ... mázinha quanto baste !
Passo o teu espaço para os ' lugares que visito'... Creio que valerá e bem a pena..

Ahhh ... sou pai, de dois filhos de mães diferentes e .. separado! Amo-os, cansam-me e dão-me vida! Como ainda hoje olho para as Mães e fico contente por terem ganho um espaço especial nos meus dias! But ... who cares?

Janjan

Anónimo disse...

É o País que temos!
Quem decide não ter filhos e resolve assumi-lo...é intitulado de corajoso;
quem decide tê-los e apresentar as razões por que o fez...não respeita a liberdade dos outros e procura impôr as suas ideias!

O melhor é colocar à entrada deste blogue:

AVISO
É BENVINDO QUEM CONCORDAR COM A PROPRIETÁRIA DO PERFIL.
PERIGO PARA FORASTEIROS NÃO- ALINHADOS!

blimunda sete luas disse...

Este comentário n.º 100, ganhou dois prémios: o de comentário n.º 100. E o prémio do comentário mais cretino de todos os que chegaram aqui desde Julho de 2005. É obra, caro anónimo.

Pedro Aniceto disse...

..."Para quem ainda tem dúvidas aqui ficam "Dicas para criar filhos saudáveis" que encontrei num site."...

Valha-me santo Ambrósio... Sites com instruções para os fazer, já tinha visto.

Anónimo disse...

pois é: a net é uma surpresa!

há sites com instruções para os fazer, para se "livrar" deles antes de nascerem, para os criar, para...para...para...

é incrivel, não é?

mas é uma realidade "virtual". e não duvido que ha muita gente por aí que preferia que as crianças nascessem com livro de instruções actualizável ao longo da vida em fascículos.

Anónimo disse...

Egoismo... não vejo mais nada a não ser isso.

Ser mulher é passar pela experiencia de ser mãe e não ser ambiciosa e egoista.

Anónimo disse...

Pronto!
Estava tudo mais calma e lá tinha que aparecer um(a) a tentar lançar achas para a fogueira!
Isto não é a Inquisição, cara(o)anónima(o).

Não sei se já tinha reparado, mas já tinhamos chegado pelo menos à conclusão que uma coisa se deve respeitar: a liberadde de opção, de pensamento...sem ofender.

Tenha cuidado porque atitudes tão extremistas numa mulher que defende a "obrigatoriedade" de ser mãe também não deve ser muito salutar na educação de uma criança!!!

Anónimo disse...

Eu não acredito que em pleno séc. XXI aja este tipo de comentário:
"Egoismo... não vejo mais nada a não ser isso.

Ser mulher é passar pela experiencia de ser mãe e não ser ambiciosa e egoista."

Então, uma mulher para ser mulher tem que ser mãe? é pôr as crianças ao mundo, para nem sequer lhes dar atenção, educação, amor, carinho?? para que cresçam numa familia destruturada, para que andem aos pontapés de casa em casa, de instituição em instituição, pôr a criança às 7 da manhã no ATL, das 8 ás 15.30 na primária, agora com as benditas aulas de enriquecimento curricular deixá-los até as 17.30 na escola e algumas ainda voltam para o ATL até as 19h? a hora ideal para lhe dar o banhinho dar-lhe o jantar e pô-lo na cama que é para não chatear muito? é isto ser-se mãe (ou pai)?
Acho que ser-se mãe/pai é ter consciência e muita certeza de que realmente se quer e que se pode assumir essa responsabilidade.
Não algo para experimentar e se depois não gostar descarta-se.

Admiro tanto as mães que realmente o são como as mulheres que admitem que não o podem ser.

Cumprimentos a todos...
Um bom final de domingo

A.Z.Z.

Anónimo disse...

Ah, com este meu comentário não quero dizer que todas as mulheres que não queiram ou que não queriam ter filhos façam o que descrevi acima, mas que existem familias que o fazem, existem.
Desculpem se me fiz entender de forma errada.
(já para prevenir mal entendidos)
=)
A.Z.Z

Escritora disse...

Antes de mais, parabéns pelo texto!
Não percebo o porquê de tanta coisa, ou melhor secalhar eu até percebo, mas como não se pode agradar a toda a gente dai a controvérsia dos comentários. Enfim o que eu gostava de deixar aqui escrito é que eu não sou Mãe, mas tenciono ser, não sei quando, mas isso também não tem de se saber ao certo, quando for o momento eu saberei e não perco muito tempo a pensar nisso.
Como sei que nunca vou se uma Mãe como aquelas que maioritariamente falou ao londo do post, também prefiro passar à frente, porque secalhar a sua amostra é que está contaminada, eheheh, as Mães que a rodeiam, não são o melhor exemplo, digo eu não sei!
Em relação à fase “pior” que falou, tipo acordar a meio da noite, os bebés serem totalmente dependentes e essa coisa toda eu encaro da seguinte maneira: Eu desde sempre soube o curso que queria tirar, ou melhor eu sempre soube o que queria ser, assim é que está correcto, mas tive de gramar 5 anos de curso, mais um de estágio, para conseguir finalmente exercer o que eu queria realmente na plenitude, certo? Com os bebés é a mesma coisa é uma fase, que não deve ser nada fácil, é claro e a qual eu nem sei se vou dar conta do recado, mas logo vejo ;)
O não querer ser Mãe, não tem mal absolutamente nenhum, muito menos é uma obrigação, era o que faltava, seja porque motivos for, ninguém é obrigado a fazer nada, muito menos uma coisa tão definitiva e exigente, não é verdade?

Épah só mais uma coisa isso do prazo não tá com nada, nem sequer devia estar afligida com isso, primeiro porque hoje em dia e antigamente também não havia problema, mas hoje em dia as coisas são muito mais controladas e se for essa a sua vontade, ainda tem alguns anos para que possa mudar alguma coisa na sua vontade…

Faz-me é espécie é como é que alguém pode estar aqui a escrever quase insultos, para não dizer insultos, só porque está no seu espaço a escrever o que sente ainda por cima, e só porque diz não sentir o apelo pela maternidade, malta cada um é como cada qual e como já escreveu lá atrás a carapuça serve a quem a quiser vestir , e pelos vistos não foram assim tão poucos…

Beijinho

Ticha disse...

Tanto que já se disse, Blimunda!
Mas vou dizer apenas (já agora) o que vai no coração sobre o assunto!
Polémico, com toda a certeza!
Vejo-me em algumas das suas palavras... poucas, mas lá vou vendo um "se ou um "pois" que eu também o repito para mim... muito de vez em quando!
Pois claro, sou mãe. Fui mãe com 18 anos - Acidente!
Mas mais acidente de ficar com o filho foi ter casado com o pai!
Promenores à parte...
Planos, tinha muitos! Tinha? Tenho! Que o meu prazo de validade ainda não terminou para os meus objectivos profissionais! Sabe Blimunda... fiz ao contrário e do prazo de validade para ser mãe, já não me posso queixar!

Com 18 anos... aprende-se tudo muito facilmente... principalmente a Amar! E eu amo de alma e coração o meu filho!
As fraldas já estão mudadas, os lençois... acho que se os mudei foi uma ou duas vezes... sabe, blimunda... as crianças também são ensinadas...
Para o médico... fui e irei as vezes que forem necessárias, com o meu filho! E comigo... e com a vizinha do lado que se sentiu mal e não tem meios próprios para lá chegar! Não é por ser mãe que faço isso.

Entendo o seu ponto de vista! Claro que sim! Entendo e respeito.
Não poderiamos gostar todos das mesmas coisas!
Frustrada por não ter entrado numa faculdade e ao invés disso ter ficado com um filho nos braços? Não!
Basta-me ter capacidade... as faculdades ainda lá estão!
Só preciso de querer ir!
Acima de tudo, Blimunda... ser mãe, ao contrário do que disse num paragrafo, não é perder o amor próprio em pról de um novo ser! Isso acontece quando as pessoas já não o têm!
Eu tenho amor próprio! Tenho o meu emprego, o meu ordenado, faço as minhas saidas de amigas (quando acho que o devo fazer sem prejuizo de terceiros) vou à esteticista, vou ao centro comercial! Pois... compro na Lanidor e na Addidas... se não encontrar tão ou mais bonito e a melhor preço!

Pronto! Isto tudo para dizer o quê, mesmo!?
Ah! Para lhe dizer que respeito a sua coragem de assumir a sua prespectiva! Mas eu sou tão corajosa como a Blimunda ao assumir a minha maternidade em pleno! :)
Egoista? Não a conheço para lhe apontar tal defeito! E ao contrário de alguns, não me assaltou logo essa palavra... Não quer ter, não tem, pronto! Eu também não faço esforço nenhum para comprar um Mercedes Classe C (por exemplo)... não gosto daquelas linhas demasiado elitistas. E espaço para estacionar aquilo??? Mas gostava muito de comprar um da mesma marca, mas da Classe A! É mais maneirinho e gosto do design arredondado!

Para finalizar... gostei do seu blog em geral!
Vou colocar nos meus favoritos, porque gosto de ler boas opiniões!

Beijoca

Tiny Tear disse...

É que nem me vou dar ao trabalho de responder ao Sr. Anónimo..Blimunda parabéns pelo post e toda a sorte!

Anónimo disse...

(Pah ja chega! Vou fazer sangue)

DIZ QUE É UMA ESPECIE DE SUPER BLOGUE

Diz que é uma especie de super blogue,
Diz que é uma especie de super blogue,
Nós vamos fazer comentários,
Recorrer subretudo ao dilema,
E vamos chegar aos duzentos,
Que vai ser uma grande CENA!

Digamos que...vai haver "pais orgulhosos",
E..."anonimos" espalhafatosos,
A...maneira que lembra muita gente,
Tipo...indecente, e tal!!!

Diz que é uma especie de super blogue,
Diz que é uma espécie de super blogue,
Vamos todos comentar,
E outros muitos irritar,
Será sobretudo isso que iremos escrevinhar

Digamos que...vai haver "pais orgulhosos",
E..."anonimos" espalhafatosos,
A...maneira que lembra muita gente,
Tipo...indecente, e tal!!!

...e as criancinhas comidas men?

blimunda sete luas disse...

Que espectáculo! És a maior (mesmo)!

:-) :-) :-)

redjan disse...

Sobrinha.... FANTÁSTICO !! E Blimunda .... este é de facto um post que mexe ! Só por isso já valeu a pena vir aqui ! Ainda não percebo porque tantas pessoas ficam incomodadas com uma OPINIÃO ! Dita e assumida de um modo claro e transparente! Preocupante o assunto , assim parece !
Once again ... congrats for the post .. e vamos lá aos 200 comments.

Anónimo disse...

114

mãe de dois disse...

A maternidade já foi por variadas vezes tema do meu blog, e quem leio esses posts percebe perfeitamente a minha opinião sobre a opção de ter e não ter filhos. Acho que é um acto de coragem quando é consciente, assim como decidir tê-los também o é quando também se sabe o que se está a fazer. Concordo em grande parte com o que escreveste, mas não posso deixar de manifestar algum desagrado pelo forma como te achas capaz de avaliar ou entender uma realidade que não conheces. Só se sabe realmente o que é a maternidade a quando se a experimenta, por muitas mães que vejamos e convivamos nunca temos a real noção do que isso implica em termos emocionais. Tal como eu não me sinto capacitada a avaliar ou entender o que é a vida de uma mulher de 30 anos ou mais que toma a opção de não ser mãe. Por mais que veja nas amigas é sempre diferente de vivê-lo.
Deixo aqui este meu comentário não querendo deixar claro o meu respeito pela liberdade que cada um tem em escrever o que quiser no seu proprio blog.
Bem haja!

redjan disse...

Parece-me que a meta dos 200 comments era muito ambiciosa! Mas 115 já é extraordinário e a prova de que o tema foi abordado de um modo que mexeu com quem o lia !
E não é essa a ideia quando se ... bloga ?

Anónimo disse...

Querida blimunda:
Uma amiga minha, que me conhece bem, deparou com o seu blog e achou, mesmo! que o blog era meu!!! tal é a semelhança dos nossos argumentos neste dilema tão profundo... e mais, eu também trabalho com crianças! Quando descobrir para que lado pende a balança, avise-me, por favor! lol

acaixinhadosmeusbotoes.blogspot.com

blimunda sete luas disse...

Bem vinda, cara Sofia, nome do qual já me tenho apropriado, quando decido recorrer a um pseudónimo mais "terreno".

Mais uma coincidência para despertar um sorriso! ;-)

Beijinhos

Chuva disse...

Foi através deste post (enviado por uma amiga) que vim parar ao teu canto.
Gostei imenso de o ler, eu que desejo há mais de 2 anos ter um filho e ainda não consegui.
Franqueza, frontalidade, sem preconceitos. Sim, que muitos temos na nossa sociedade.
Talvez por isso seja tão difícil evoluirmos como seres humanos, a todos os níveis.
Uma mulher resolvida, no essencial. Muitos parabéns!

Anónimo disse...

Cara Blimunda,
Antes de mais quero dar os parabéns pelo post...
Vou recomendá-lo a uma amiga que também não quer ter filhos e já não sabe que "desculpas" há-de dar às pessoas que questionam a razão dessa decisão.
Eu adoraria ter filhos, porque acho que só assim me sentirei inteiramente realizada... Mas por outro lado também penso em todos os "contras", pois prezo muito a liberdade que até agora tenho tido.
De qualquer modo, é uma decisão que posso adiar, pois ainda sou bastante nova e há muitas coisas que quero fazer antes de ter filhos, se assim o decidir.
De qualquer modo, dou os parabéns a todas as pessoas que, tal como tu, tomam uma decisão consciente (seja ela qual for).
Se fossemos todos assim conscientes haveriam muito menos crianças a sofrer.

Anónimo disse...

Cara Blimunda,

É a segunda vez que te deixo um comentário (a candidíase já vai estando mais "domesticada"...).

Vou-me questionando, amíude, sobre se quererei ou não passar pela experiência da maternidade. Mas acabo por remeter sempre uma decisão mais apurada para depois, porque sempre achei que seria melhor ser mãe depois dos trinta e ainda tenho algum tempinho para protelar a decisão.

A ironia é que também eu trabalho com crianças que, atenção, adoro, mas vejo-me muitas vezes desrespeitada, até por colegas que, há falta de melhores argumentos, a meu ver, quando resolvem falar sobre "ter filhos" me dizem "desculpa lá, mas quanto a isto não sabes responder". Paupérrimo. Como se não ser mãe fizesse de mim pior profissional. Não me sinto má profissional, tal como penso que sou capaz de vir ser uma "boa mãe", caso tome esta opção, ou de pelo menos, me esforçar para o ser.

Enquanto profissional, vejo no meu dia-a-dia, pais e mães que se esforçam para o ser cada vez melhor mas também vejo muitos, mesmo muitos, que não sabem o que andam a fazer.

Que deixam as criancinhas, tão desejadas, 12 ou mais horas entregues aos cuidados de outra pessoa(o que é que estes pais passam deles aos seus filhos?); que entregam os meninos de manhã, no Verão, e ao fim da tarde vêm buscá-los com os pés cheios de areia (terão ido à praia sem os meninos?); que nunca fazem férias com os meninos; que não passam os fins-de-semana com as criancinhas (ficam com os avós, também é importante...), que se esquecem de os ir buscar ao fim do dia (e isto acontece com frequência mas... QUEM É QUE SE ESQUECE DE IR BUSCAR UM FILHO?), que só aparecem nas reuniões para pais quando têm alguma queixa a fazer, que não vão ver os trabalhos ou actividades das crianças, que se angustiam quando não lhes dão todos os brinquedos que os rebentos, ao que parece, exigem, mas não se dão conta que o tempo, por curto que seja, que passam com a criança, é que realmente faz a diferença; que exigem dos filhos capacidades de liderança (que belo seria o mundo se todos tivéssemos apetências para liderar); que preferem que os meninos estejam quietos no recreio e não brinquem, porque assim não caem nem se magoam; que perpetuam a dependência dos meninos face aos pais porque assim se sentem mais úteis (dormir na cama dos pais, continuar a usar fralda ou comer tudo passado são alguns dos exemplos neste âmbito).

E isto é o que me é dado a ver quotidianamente. São exemplos destes que me fazem pensar não no altruísmo, mas sim no egoísmo que há por detrás de todos estes gestos e atitudes que se repetem em tantos pais. Tive um filho, pronto. Não lhe dou o tempo, a atenção, o conforto, o colo que ele precisa. Mas tive e filho. Não sou egoísta.

Um comentário à laia de desabafo...

Salma

Anónimo disse...

Blimunda...Não podia concordar mais com o que escreveu neste post...ter filhos qualuer um pode ter, se não biológicos, adoptados,.. e actualmente temos provas disso em todo o lado,...qualquer um mesmo...Optar por não ter, por poder pensar em si mesma sem pudores, por poder amar alguém que não nos é nada, sim, porque amar um filho é praticamente inerente à condição de mãe, não há aí qualquer esforço,... é demasiado para a cabecinha de muita mãe que anda por aí.

Anónimo disse...

Adorei o post.

Simples, são mesmo essas as razões, e não há nenhum preconceito ou ideia feita da sociedade que podem tentar refutar estes motivos.

A visão dos outros não me interessa, o que sinto é que é importante para mim. E não há ninguém mais importante na minha vida que eu.

Adoro crianças, mas partilho a opção de não ter filhos.

Gostava que o resto da sociedade tivesse maturidade suficiente para perceber que esta é uma decisão consciente, e não me andasse a maçar com preconceitos de mentalidades antigas.

Parabéns.

Anónimo disse...

QUERO PARABENIZAR AOS COLEGAS PELO AVESSO DAS FORMAS QUE SE COLOCAM AS IDEIAS.
TEM QUE SER ASSIM MESMO, PARA QUE POSSAMOS VER OS DOIS LADOS.
ESTOU NO MESMO DILEMA. NAO TENHO NO AMAGO, NESTE MOMENTO A VONTADE GENUINA DE TER FILHO, MAS, BATE UM MEDO DE QUE NO FUTURO POSSA ME ARREPENDER E O PZ DE VALIDADE EXPIRADO. MAS, COMO TEMOS SOLUÇOES PARA QUASE TUDO NESTA VIDA, PENSO EM ADOTAR. OBVIAMENTE NAO TERA SAIDO DA MINHA BARRIGA MAS, SERÁ O ONUS POR TAL DECISAO MOMENTANEA. EM CONTRARTIDA, SE OPTAR POR TER FILHO AGORA E ME ARREPENDER, O ONUS SERÁ O DE NAO PODER ENFIA-LO DENTRO DE UM ARMARIO, COMO DIZ UMA AMIGA MINHA E A SAIDA SERIA PADECER NO PARAISO. ACHO QUE NAS DUAS DECISOES TEREMOS BONUS E ONUS. MAS, O MAIS IMPORTANTE É RESPEITAR O SEU CORAÇAO, A SUA VONTADE MAIS INTIMA.
COM RELACAO, AO PAI ORGULHOSO, ACHO QUE O FILHO NAO LHE ENSINOU TANTO NAO...SENAO TERIA MAIS TERNURA AO TRATAR COM ALGUEM QUE ESTÁ COLOCANDO SINCERAMENTE AS VISCERAS A MOSTRA, COM MEDOS E ANSEIOS NORMAIS DE UM SER HUMANO E DEVE SER TRATADA COMO TAL.
ACHO QUE O PAI ORGULHOSO DEVERIA FAZER UMA AUTO ANALISE, PQ ELE É ATÉ UM POUCO AGRESSIVO.
QUANTO AO FATO DA NOSSA AMIGA GOSTAR DE MARCAS, ADMIRO PESSOAS QUE ASSUMEM O QUE GOSTAM. NAO PODEMOS É FICAR ESCRAVOS...NAO PODEMOS, QUEM SOU EU...TUDO VALE A PENA, QUANDO A ALMA NAO É PQ!!! SE ESTÁ ESCRAVO, MAS ESTÁ FELIZ, É ISTO QUE IMPORTA. QUANTO MAIS GENTE FELIZ NO MUNDO, QUE SABE O QUE QUER, QUE GOSTA, QUE SE DESCOBRE, MELHOR!!!! FELICIDADE À VISTA!!!! VIDA LONGA PARA AS ALMAS SINCERAS E FELIZES!!!E PERDÃO E TERNURA PARA OS ZANGÕES DA VIDA!!!
UM BEIJO GRANDE PARA TODOS E OBRIGADA PELA OPORTUNIDADE!!
LOU LOU

Anónimo disse...

OBRIGADA; BLIMUNDA! GRAÇAS A TI DESCOBRI QUE NÃO SOU UMA ABERRAÇÃO.

Anónimo disse...

Ter ou nao ter filhos não é um ato de coragem mas sim uma OPÇÃO.
ATO DE CORAGEM é expor em público idéias contrárias às atuais regras da sociedade tornando-se alvo de pessoas e idéias preconceituosas.
PARABÉNS !!

rodilha disse...

Olá e PARABÉNS!!!

Infelizmente este assunto coloca-se e está á vista a polémica que provoca!!! eu costumo dizer"Liberdade de expressão neste país?Hahahahah Então experimentem dizer que não querem ter filhos!!!". E mais, as pessoas deviam preocupar-se mais com quem já cá está a sofrer e que não pediu para nascer, em vez de chamarem egoístas a pessoas que não estão a magoar ninguém, pois quem não existe não pode ser maltratado. Tenho 35 anos e não tenho dúvidas de que não quero ser mãe. Tenho sofrido na pele esse preconceito e não me venham, por favor, dizer que não existe. Só a partir da altura em que assumirmos que EXISTE é que se pode fazer alguma coisa para resolver. Eu ADORO o meu sobrinho que tem 2 anos, ADORO e RESPEITO os animais, e sei o que é o AMOR INCONDICIONAL. Tenho alguém que trabalho comigo que resolveu ter filhos porque tanto ela como o marido não gostavam muito de sair e já não tinham assunto. As pessoas são diferentes - não sou contra ninguém que queira ter filhos e que tem vocação genuína e amor genuíno para dar, mas sou contra as motivações ocultas e retorcidas que leva as pessoas a quererem ter filhos. Inclusivamente - e vou ser polémica agora - não entendo tratamentos de fertilidade em que se fazem tentativas sucessivas e se chamam aos bébém que não vingam de fracassos - gravideses fracassadas. São seres vivos que sofrem. Muitas vezes nascem para morrer alguns dias depois. E as mães continuam a tentar...Que amor maternal é este? Isso não entendo e não vou entender NUNCA!

olá disse...

OLÁ BLIMUNDA!!
Ainda bem que aqui vim parar.
Já me sentia só e meia perdida nesta forma de existência!!!Pensava eu que estava numa ilha, mas não. Depois de todos estes depoimentos vejo que,afinal, muitas mulheres partilham da ideia de não ter filhos, POR OPÇÃO! Mas ainda é difícil dizê-lo sem preconceitos, sem medos...
Parabéns pela frontalidade.
Depois disto, quando me perguntarem porque não quero ser mãe,só me apetece responder: "porque não" e ponto final no assunto. Não me sinto na obrigação de me desfazer em explicações ou razões.
Que se habituem às diferenças.......porra!
A.Cristina


P.s. Adorei a parte de cortar o fígado da criançinha às postas. Fartei-me de rir. Humor é inteligência.Parabéns!

Antiego disse...

Cara Blimunda,

Este texto está muito bem escrito e o ter-se defendido com inteligência, logo à partida, não a iria impedir de uns bons ataques (tb porque a inteligência não é por todos inteligível).

A esmagadora parte das gravidezes(?) acontece por engano. A verdadeira opção só surge com a noticia da gravidez e ela é "continuar" ou ir ali a Espanha.

Imagina qual é a percentagem de casais que engravidam intencionalmente? É uma percentagem muito baixa.

Claro que quem não tem vontade de ter filhos, não os deve ter. Mas mesmo esses perante uma gravidez, terão muita resistência em fazer um aborto.

Já o Tony Soprano dizia:
- Não se pensa em ter filho ou não. Tem-se e pronto.

Lilith disse...

Olá Blimunda
Obrigada por teres posto por palavras tudo o que sempre senti. Estou farta que me digam "Não queres ter filhos?!" ou então "Ainda continuas a dizer isso?" enquanto olham para mim como se fosse de outro planeta. Não, não quero filhos, nunca achei piada nenhuma a bebés nem a crianças e eu NUNCA irei mudar de ideias em relação a isso. Nem vale a pena perguntarem se ainda penso assim; a minha opinião está formada há muito tempo.

Obrigada pelo post. Sinto que finalmente alguém me entende.

Solidária disse...

Olá Blimunda!

Nos teus vários comentários contextualizaste exactamente aquilo que tb penso...fiz 35 anos e tal como tu, deparo-me c/ o prazo de validade, alguma pressão da sociedade do "é chegada a altura" e, p complicar ainda mais a vida....estou há 7 anos c/ 1 parceiro que quer mt ter...e isso aina mais me força a repensar o tema...
É como já alguem tb ja comentou....nós somos felizes como somos, por isso pq mudar?
Mas dps...tb penso como seremos daqui a 20 ou 30 anos...em q o tipo de vida (profissional/social) será tv diferente...eu falo por mim, mas tenho 1 optima relação c a minha mae...adoro sair c ela e é 1 gd apoio....e sei q eu tb sou 1 gd apoio p ela...a ela (e ao pai) devo td!!
Pq é q umas pessoas sentem no seu intimo vontade de ser mãe e outras n? Será genético? Será pelas pps experiencias da vida?
Lanço dd já este tema...alguma ideia?
Eu gostava de ter esse desejo, n sabes como o desejo, pq mt francamente, quem n tem dúvidas d q quer ser mãe, tem mt sorte....normalmente n se arrependem...por isso é pena algumas de nós "sairem" assim, indefinidas e c/ dúvidas...pensei q o tempo curasse isto mas dd os 20 anos q sinto a mm coisa ...e seria tão mais fácil se simplesmente encaixassemos!!

Felicidades!!