Haverá alguma razão plausível para uns tipos da Citibank me mandarem 62, repito, 62 e-mails todos seguidos a dizer "Este Natal temos um iPod para si"?
Eliminei-os a todos sem sequer querer saber o que fiz eu para merecer 62 ofertas de um iPod este Natal. Mais concretamente, concluí que não os iPod aturar...
quinta-feira, novembro 29, 2007
quinta-feira, novembro 22, 2007
Pois a mim agrada-me
Este Scolari que me consegue sempre inspirar admiração.
Este Scolari na sua forma genuína de ser, que já atingiu aquele patamar em que não tem que fazer de conta que algo o chateia, quando o chateia.
Este Scolari que ferve em pouca água, mas que tem tomates para se chegar à frente e admitir os próprios erros.
Este Scolari que estabelece objectivos gerais e os atinge, e depois não está para aturar comentários corrosivos disfarçados de jornalismos responsáveis.
Este Scolari que é frontal, autêntico, competente, falível, sofredor, empenhado.
Acho que ele é mesmo muito bom. Talvez por isso ande aí tanto fazedor de opinião pública a desejar de o ver pelas costas. É esta nossa desgraçada mediocridade, que sempre prefere um fracasso do qual todos nos possamos queixar, a um sucesso que tenha o sabor agridoce do trabalho árduo.
Não me espantarei se o homem um dia destes ficar tão farto de (n)os aturar, que pense seriamente em abandonar algo mais do que apenas a sala de imprensa. Será uma pena. Mas ao menos nessa altura, haverá muitas horas de emissão nas televisões para os comentadores comentarem até rebentarem.
Este Scolari na sua forma genuína de ser, que já atingiu aquele patamar em que não tem que fazer de conta que algo o chateia, quando o chateia.
Este Scolari que ferve em pouca água, mas que tem tomates para se chegar à frente e admitir os próprios erros.
Este Scolari que estabelece objectivos gerais e os atinge, e depois não está para aturar comentários corrosivos disfarçados de jornalismos responsáveis.
Este Scolari que é frontal, autêntico, competente, falível, sofredor, empenhado.
Acho que ele é mesmo muito bom. Talvez por isso ande aí tanto fazedor de opinião pública a desejar de o ver pelas costas. É esta nossa desgraçada mediocridade, que sempre prefere um fracasso do qual todos nos possamos queixar, a um sucesso que tenha o sabor agridoce do trabalho árduo.
Não me espantarei se o homem um dia destes ficar tão farto de (n)os aturar, que pense seriamente em abandonar algo mais do que apenas a sala de imprensa. Será uma pena. Mas ao menos nessa altura, haverá muitas horas de emissão nas televisões para os comentadores comentarem até rebentarem.
segunda-feira, novembro 19, 2007
Actualização de links
Revista e aumentada, cá está a lista de links actualizada com os meus preferidos. Enjoy it!
sábado, novembro 17, 2007
Consideração de ordem doméstica
Qual "CIF Inox" qual carapuça. Detergente da loiça. Dinheiro do meu já não têm mais.
sexta-feira, novembro 16, 2007
Sobre a inveja
(Abençoadas as amigas, que nos dão inspiração para escrever quando ela teima em não aparecer.)
Sobre a inveja. Também eu já tenho reflectido um bocado sobre esta questão, e acho que este é, possivelmente, o sentimento mais negativo que existe. Muito pior que o ódio, pior até que o rancor (se bem que também este é muito corrosivo, porque nos deixa amarrados a más lembranças e não nos deixa seguir em frente). Estes sentimentos, pelo menos, têm alguma motivação na sua base.
Para mim não é bem inveja essa coisa de olhar para o lado e ver outra pessoa ter, ou conquistar algo que também desejamos para nós próprios. Porque esse olhar em si mesmo não deseja mal à pessoa que o conseguiu, simplesmente nos confronta com as nossas próprias realidades, e pode até servir-nos de bom exemplo, gerando novos desafios que nos levem a firmar objectivos, ou em última análise, a compreender as nossas limitações.
A inveja, não. Ao contrário do que possa parecer, a inveja não tem nenhum objecto ou objectivo, e por isso mesmo é que não passa de uma coisa oca, repleta apenas de más vibrações e eternas frustações. Desengane-se quem pense que o invejoso alguma vez fica contente quando alcança aquilo que inveja. Isso nunca acontece. Ele apenas quer acreditar que isso será suficiente para apaziguar a sua oca existência. Na verdade, o que o invejoso gostava, era de ter tudo o que os outros têm, que os outros perdessem aquilo que têm e isso lhes causasse sofrimento, e que ele pudesse estar a assistir a tudo. E ainda assim, ainda assim, continuaria a invejar o facto de não ter a vida dessas pessoas, sofrimento incluído, de não ser outra pessoa qualquer, que não ele próprio.
Em boa verdade, a inveja não está relacionada com o ter, mas sim com o ser, e mesmo que o pretenso objecto da inveja seja alcançado, o espírito permanece na obscuridade, porque aquilo que o invejoso consegue nunca lhe permite preencher esse imenso buraco-negro que é o seu não-ser.
Como é que isto se combate? Acho que mantendo a maior distância possível dessas pessoas. E quando não se consegue, com a indiferença. Ripostar apenas no caso de nos tentarem fazer mal. Porque de resto, e na maior parte dos casos, são as maiores vítimas delas próprias, que deve ser muito triste olhar para o espelho e ver apenas o reflexo dos outros, sem ser capaz de olhar de frente para si mesmo, e enfrentar aquilo (aquele) que é.
Sobre a inveja. Também eu já tenho reflectido um bocado sobre esta questão, e acho que este é, possivelmente, o sentimento mais negativo que existe. Muito pior que o ódio, pior até que o rancor (se bem que também este é muito corrosivo, porque nos deixa amarrados a más lembranças e não nos deixa seguir em frente). Estes sentimentos, pelo menos, têm alguma motivação na sua base.
Para mim não é bem inveja essa coisa de olhar para o lado e ver outra pessoa ter, ou conquistar algo que também desejamos para nós próprios. Porque esse olhar em si mesmo não deseja mal à pessoa que o conseguiu, simplesmente nos confronta com as nossas próprias realidades, e pode até servir-nos de bom exemplo, gerando novos desafios que nos levem a firmar objectivos, ou em última análise, a compreender as nossas limitações.
A inveja, não. Ao contrário do que possa parecer, a inveja não tem nenhum objecto ou objectivo, e por isso mesmo é que não passa de uma coisa oca, repleta apenas de más vibrações e eternas frustações. Desengane-se quem pense que o invejoso alguma vez fica contente quando alcança aquilo que inveja. Isso nunca acontece. Ele apenas quer acreditar que isso será suficiente para apaziguar a sua oca existência. Na verdade, o que o invejoso gostava, era de ter tudo o que os outros têm, que os outros perdessem aquilo que têm e isso lhes causasse sofrimento, e que ele pudesse estar a assistir a tudo. E ainda assim, ainda assim, continuaria a invejar o facto de não ter a vida dessas pessoas, sofrimento incluído, de não ser outra pessoa qualquer, que não ele próprio.
Em boa verdade, a inveja não está relacionada com o ter, mas sim com o ser, e mesmo que o pretenso objecto da inveja seja alcançado, o espírito permanece na obscuridade, porque aquilo que o invejoso consegue nunca lhe permite preencher esse imenso buraco-negro que é o seu não-ser.
Como é que isto se combate? Acho que mantendo a maior distância possível dessas pessoas. E quando não se consegue, com a indiferença. Ripostar apenas no caso de nos tentarem fazer mal. Porque de resto, e na maior parte dos casos, são as maiores vítimas delas próprias, que deve ser muito triste olhar para o espelho e ver apenas o reflexo dos outros, sem ser capaz de olhar de frente para si mesmo, e enfrentar aquilo (aquele) que é.
sexta-feira, novembro 09, 2007
Post revisitado
Mais ou menos dois meses depois da criação deste blog publiquei isto, e hoje apeteceu-me trazê-lo de novo à ribalta. Na altura não tinha a média diária de visitantes que tenho hoje, e mesmo que venham os dedos em riste do costume chamar-me de cabra presunçosa, acho mesmo que o texto merece ser lido por mais gente. Aqui está ele:
Emancipação
Quando casou ia virgem.
Hoje em dia mantém apenas uma união sem factos, e um dia-a-dia feito a pensar nos outros. Vive num lugar que entende a infelicidade e a abnegação como coisa natural e própria da condição feminina. Aos olhos dos que a rodeiam tem um bom marido. Tem trabalhado toda a vida pela família e vem sempre dormir a casa.
Não interessa que regresse sempre bêbado. Não interessa que não a acompanhe em nada. Que a envergonhe. Não interessa. E a bem da verdade, também já nada disso lhe interessa, essa ferida há muito tempo que secou. Muito gostava ela de o ver pelas costas. Mas ele ali está, estendido no sofá da sala da casa que o pai e a mãe lhe deram. Na casa que é dela, mas que ele não deixa, se calhar porque não tem para onde ir.
As filhas estão criadas, bem casadas, deseja-lhes melhor sorte que a sua. Em momentos de desespero chegou a dizer que, no dia em que visse as duas fora de casa, sairia ela de seguida. Mas a casa é dela. A mãe ainda lá mora. E ela ainda não teve coragem de bater com a porta.
Está apaixonada. Um amor duplamente pecaminoso, que os compadres são o mesmo que família. Com mais de quarenta anos de idade, descobriu-se em prazeres que o marido nunca lhe soube proporcionar, na pressa de alcançar o seu próprio. Descobriu o afecto. O encanto. O cuidado. Este homem está disposto a tudo por ela, tudo. Excepto esperar para sempre.
A vida não pára. Não decidir é uma decisão também, e não há decisões sem consequências. Ela sabe. Sabe que se sair por aquela porta terá todo o seu mundo a apontar-lhe o dedo, começando pela mãe, com quem provavelmente não trocará mais nenhuma palavra até ao fim da vida. E também sabe que se ficar onde está, um dia destes não há ninguém à sua espera do lado de fora.
O cão veio cheirá-la, estranhando vê-la imóvel por tanto tempo. Levantou-se, são horas de fazer o jantar. Ouviu o vento lá fora a soprar.
Com a força do vento, o portão da rua não parava de bater.
Emancipação
Quando casou ia virgem.
Hoje em dia mantém apenas uma união sem factos, e um dia-a-dia feito a pensar nos outros. Vive num lugar que entende a infelicidade e a abnegação como coisa natural e própria da condição feminina. Aos olhos dos que a rodeiam tem um bom marido. Tem trabalhado toda a vida pela família e vem sempre dormir a casa.
Não interessa que regresse sempre bêbado. Não interessa que não a acompanhe em nada. Que a envergonhe. Não interessa. E a bem da verdade, também já nada disso lhe interessa, essa ferida há muito tempo que secou. Muito gostava ela de o ver pelas costas. Mas ele ali está, estendido no sofá da sala da casa que o pai e a mãe lhe deram. Na casa que é dela, mas que ele não deixa, se calhar porque não tem para onde ir.
As filhas estão criadas, bem casadas, deseja-lhes melhor sorte que a sua. Em momentos de desespero chegou a dizer que, no dia em que visse as duas fora de casa, sairia ela de seguida. Mas a casa é dela. A mãe ainda lá mora. E ela ainda não teve coragem de bater com a porta.
Está apaixonada. Um amor duplamente pecaminoso, que os compadres são o mesmo que família. Com mais de quarenta anos de idade, descobriu-se em prazeres que o marido nunca lhe soube proporcionar, na pressa de alcançar o seu próprio. Descobriu o afecto. O encanto. O cuidado. Este homem está disposto a tudo por ela, tudo. Excepto esperar para sempre.
A vida não pára. Não decidir é uma decisão também, e não há decisões sem consequências. Ela sabe. Sabe que se sair por aquela porta terá todo o seu mundo a apontar-lhe o dedo, começando pela mãe, com quem provavelmente não trocará mais nenhuma palavra até ao fim da vida. E também sabe que se ficar onde está, um dia destes não há ninguém à sua espera do lado de fora.
O cão veio cheirá-la, estranhando vê-la imóvel por tanto tempo. Levantou-se, são horas de fazer o jantar. Ouviu o vento lá fora a soprar.
Com a força do vento, o portão da rua não parava de bater.
terça-feira, novembro 06, 2007
"Seriously"
Nestes últimos tempos de grandes mudanças (nem todas boas, porém todas determinantes), tenho encontrado algum escape mental na FoxLive todas as noites, com a "Anatomia de Grey". Fui ganhando gosto pela série, e sobretudo pelas personagens, cada uma delas muito interessante, e na sua maioria muitíssimo bem interpretadas.
Acho que apenas uma coisa não faz falta nenhuma à série. A própria Meredith Grey. A sério. Do meu ponto de vista, aquela é a personagem mais apagada de todas, e a própria actriz que lhe dá vida, fica muito aquém das interpretações brilhantes de outros colegas, ditos, secundários.
Nem sei se alguma vez me prendi a uma série de televisão em que a coisa que eu menos apreciasse fosse a protagonista. Mas por mim, acho que a série ganhava bastante se passasse a chamar-se "Anatomia sem Grey". A sério.
Para ti
"O fim de tudo é o recomeço,
e olha eu bem que mereço
tratar bem do melhor em mim..."
e olha eu bem que mereço
tratar bem do melhor em mim..."
Sérgio Godinho
quinta-feira, novembro 01, 2007
Pão por Deus?!...
Hoje bateram-me à porta duas jovens criaturas a pedirem o pão por Deus. Que é um conceito do mais hipócrita que pode haver, primeiro, porque ninguém está realmente à espera de receber pão, e depois, porque como em tudo na vida, quando se pede por Deus pede-se na verdade por nós próprios, e mais valia que assim fosse dito alto e bom som, "pão por mim", ou melhor ainda, "qualquer coisa doce para eu me refastelar a comer, neste dia em que não tenho mais nadinha que fazer".
Mal por mal, acho mais honesto o "doçuras ou travessuras" importado dos Americanos, se bem que, também neste caso, existe alguma perfídia, que isto de se ter que pagar para não nos chatearem soa-me vagamente a chantagem, mas devo ser eu que não estou imbuída do espírito da coisa.
Adiante. O certo é que hoje em dia este hábito é cada vez mais raro, e qual não é o meu espanto perante o toque da campainha e um apelo ao pão por Deus. Mais bizarro, que fossem dois rapazes com os seus treze, catorze anos, com alguma profusão de acne juvenil, vestidos de preto e com umas correntezitas ao pescoço (Punk? Dread? Gótico? Metal? You name it...), e com o triste saquinho de plástico pela mão e a bela frase, "pão por Deus".
Pareceu-me um quadro bastante surrealista, aquele. Quando este tipo de coisas me acontece, chego mesmo a ficar na dúvida se realmente aconteceram, ou se foram mero produto da minha imaginação. Só tenho a certeza que aconteceram mesmo porque eu não tenho uma imaginação assim tão fértil para imaginar adolescentes que mais valia andarem a já a tentar engatar umas garotas, munidos de saco de plástico a andarem de porta em porta reclamando "pão por Deus".
A minha religião nem deveria permitir embarcar neste tipo de coisas. Mas simplesmente não me apeteceu ser má para eles, fiquei com medo de os traumatizar, e resolvi cooperar. Só que não se safaram nada bem comigo, coitados. A única coisa levemente semelhante com um doce que consegui encontrar (sim, ainda há caixotes por abrir) foram uns pacotes de bolachas integrais que vêm em bolsitas individuais e até estavam um bocado esmigalhadas, deve ter sido na mudança. Duas ou três, que aquilo são pretensamente bolachas digestivas e boas para a dieta.
Mas tinham pepitas de chocolate, atenção. E agora podem dizer, ah e tal, grande dieta, bolachas com pepitas de chocolate, que é isso. E eu respondo, que é isso digo eu, que aquilo não eram criancinhas de "pão por Deus" que se apresentassem à porta de uma pessoa. Surrealismo com surrealismo se paga.
Mal por mal, acho mais honesto o "doçuras ou travessuras" importado dos Americanos, se bem que, também neste caso, existe alguma perfídia, que isto de se ter que pagar para não nos chatearem soa-me vagamente a chantagem, mas devo ser eu que não estou imbuída do espírito da coisa.
Adiante. O certo é que hoje em dia este hábito é cada vez mais raro, e qual não é o meu espanto perante o toque da campainha e um apelo ao pão por Deus. Mais bizarro, que fossem dois rapazes com os seus treze, catorze anos, com alguma profusão de acne juvenil, vestidos de preto e com umas correntezitas ao pescoço (Punk? Dread? Gótico? Metal? You name it...), e com o triste saquinho de plástico pela mão e a bela frase, "pão por Deus".
Pareceu-me um quadro bastante surrealista, aquele. Quando este tipo de coisas me acontece, chego mesmo a ficar na dúvida se realmente aconteceram, ou se foram mero produto da minha imaginação. Só tenho a certeza que aconteceram mesmo porque eu não tenho uma imaginação assim tão fértil para imaginar adolescentes que mais valia andarem a já a tentar engatar umas garotas, munidos de saco de plástico a andarem de porta em porta reclamando "pão por Deus".
A minha religião nem deveria permitir embarcar neste tipo de coisas. Mas simplesmente não me apeteceu ser má para eles, fiquei com medo de os traumatizar, e resolvi cooperar. Só que não se safaram nada bem comigo, coitados. A única coisa levemente semelhante com um doce que consegui encontrar (sim, ainda há caixotes por abrir) foram uns pacotes de bolachas integrais que vêm em bolsitas individuais e até estavam um bocado esmigalhadas, deve ter sido na mudança. Duas ou três, que aquilo são pretensamente bolachas digestivas e boas para a dieta.
Mas tinham pepitas de chocolate, atenção. E agora podem dizer, ah e tal, grande dieta, bolachas com pepitas de chocolate, que é isso. E eu respondo, que é isso digo eu, que aquilo não eram criancinhas de "pão por Deus" que se apresentassem à porta de uma pessoa. Surrealismo com surrealismo se paga.
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