Impõe-se na assistência. Fala claro, dá nomes, datas, factos. Toda a gente a escuta, impotentes todos, porque nada mais se pode fazer do que ouvi-la. Alguns arriscam sorrir ou gracejar com o vizinho do lado, outros mexem-se nas cadeiras, incomodados. A louca fala e todos a escutam, desejando não estar ali, e que ela não estivesse ali.
Por fim, cala-se. E aos nomes, datas, factos que não existem senão nela própria, são-lhe contrapostos nomes, datas, factos que existem para todos os outros, excepto para ela.
Sai invariavelmente gritando injúrias, revoltada com todos quantos, por maldade, a querem fazer passar por louca, e não vêem aquilo que é tão óbvio aos seus olhos. Na sua cabeça, já se vão formando novas realidades cujas razões e contornos não somos capazes de compreender, nem sequer de imaginar.
Na próxima oportunidade que tiver, dar-nos-á conta delas, com toda a força das suas convicções. Do lado de cá da muralha, escutaremos, derrotados.
2 comentários:
até parece q estas a descrever uma "louca" q custuma estar em sete rios a fingir q esta a falar c alguem qd na verdade esta a falar sozinha...hahaha
São os que nos fazem duvidar se a terra gira ao contrário e se os rios nascem no Mar.....
Será?
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