sexta-feira, setembro 28, 2007
"O País está doido"
Sim senhor. Faço daqui a minha humilde vénia ao Dr. Pedro Santana Lopes, por quem não tenho especial simpatia, mas que dá aqui um exemplo muito forte sobre o que é um homem com eles no sítio. E que faz mesmo muita falta ao País mais atitudes destas, a ver se duma vez por todas, alguma noção do ridículo começa a existir.
(Que eu gosto do José Mourinho mas há realmente limites para tudo).
Crónica de uma semana difícil
Foi preciso andar na rua a trabalho, a resolver as coisas que estavam a correr mal. Correram várias coisas mal.
Foi preciso ir às compras e acartar compras e arrumar as compras.
Terça-Feira
Foi preciso ir de manhã a Lisboa para consulta de oftalmologia com a mãe. Uma hora na 2.ª Circular para lá chegar. Uma hora e meia de espera até à consulta. 10 minutos de consulta.
Foi preciso atravessar a 2.ª Circular à noite, para chegar à Amadora. Mais uma hora de caminho, por conta do concerto dos Police.
Quarta-Feira
Foi preciso ir num instante ao cabeleireiro, ao fim do dia. Estavam lá três mulheres à minha frente, duas delas para pintar o cabelo. Entrei no cabeleireiro às 17h30, saí de lá às 19h45. Apanhei obras no asfalto no caminho de casa.
Quinta-Feira
Foi preciso levar a mãe e a irmã de manhã cedo à consulta de Ginecologia, após a cirurgia.
Foi preciso ir à entrevista de emprego. Aquela entrevista que me encheu a cabeça e as entranhas ao longo da semana toda, porque pode muito bem ser a oportunidade que eu espero há muito.
A mãe teve alta. A entrevista correu bem. E já só é preciso chegar ao fim do dia de hoje para que a semana acabe...
terça-feira, setembro 25, 2007
Olha o meu carro!...
Vendi o carro há quatro anos atrás, e foi a primeira vez que me aconteceu isto de ver a minha ex-propriedade por aí a passear.
Que importância é que isto tem? Nenhuma. Mas ainda assim foi giro e estranho ao mesmo tempo. Ultrapassou-me e tudo. Levava um homem com um bigode lá dentro. Espectáculo.
quinta-feira, setembro 20, 2007
Porque é que eu gosto do José Mourinho
terça-feira, setembro 18, 2007
Barulho e mau cheiro
Mas o que me vem incomodando mais nos últimos dias nem é tanto o ritmo. É o barulho. São os telefones a tocar todos ao mesmo tempo, as pessoas que não param de entrar e sair e que vêm sempre aos magotes, e depois como está muita gente toda junta a falar, as pessoas vão falando cada vez mais alto para se fazerem ouvir, às tantas está tudo aos gritos (inclusive eu), e ninguém percebe bem porquê.
E depois há o outro problema desta rentrée. Será que é deste tempo de calor húmido, ou serei eu que com a idade estou a ficar mais sensível? É que a mim anda-me a cheira tudo mal. As casas de banho cheiram-me todas mal, entro nos cafés ou em qualquer espaço fechado e os ambientes estão carregados de um mau cheiro que nem se consegue definir bem, se são as pessoas, ou a comida, ou tudo junto, sei lá. Só sei que ando cá com uma sensibilidade olfactiva que não me anda a facilitar nada a vida. Não suporto certas pessoas a falarem muito perto de mim, então se há coisa que eu não suporte é mau hálito... E nas filas para o multibanco? Ui! É cá uma profusão de "aromas"!...
Estou hipersensível dos ouvidos e do nariz. Enfim, podia dar-me para pior. Mas então, como termino eu o dia de hoje? Numa reunião de condomínio do prédio que já vendi, realizada em vésperas de eu ir fazer a escritura de venda. E do que é que se falou durante a reunião? De barulho e de mau cheiro, basicamente.
E a discussão às tantas tornou-se um bocado barulhenta, de facto. Pode inclusivamente dizer-se que... chegou a cheirar mal. De moldes que está tudo dentro da normalidade, creio eu...
terça-feira, setembro 11, 2007
O "Pequeno T2" dá-me nos nervos cá duma maneira...
E a coisa até que começa bem, o pior é depois. Senão vejamos:
"Eu sonhei que o mundo estava a acabar,
E isso fez-me pensar em tudo o que me resta fazer.
Lamentei tudo o que não fiz.
Vou fintar qualquer obstáculo para concretizar os meus sonhos."
Eh pá, até aqui sim senhor. Se bem que esta visão do final da vida e o desgosto do que está por fazer, esteja mais para uma crise de meia-idade do que propriamente para um jovem na casa dos vintes, em que tudo o que lhe resta fazer ainda pode muito bem vir a acontecer. Mas isso, as crises existenciais não têm idade para aparecer, e portanto o que conta é essa vontade firme, grande, de fintar os obstáculos e concretizar os sonhos. Muito bem! Assim é que é! Com uma vontade destas, só pode ter um grande futuro pela frente! E o que vai ser, jovem, por onde vais começar nessa empreitada gloriosa de tomar a tua vida nas próprias mãos? O que é? O que é?!...
"Apenas tenho que virar
A minha vida de pernas para o ar,
E procurar uma casa para eu morar
Um pequeno T2,
Onde podemos viver os dois.
Com vista para o mar e o jardim.
Um carro com tecto de abrir."
Ah... Mas então... Era só isso?... Deixa cá ver. Vais fintar qualquer obstáculo para concretizar os teus sonhos, e o que tu queres é um... um pequeno T2? Pequeno? Mas pequeno, em que sentido? Pequeno, assim, tipo, como é que eu hei-de dizer isto... pequenino? A sério? Ok, se queres com vista para o mar e com jardim, não podes estar à espera de milagres, mas ainda assim... Um carro com tecto de abrir? É quanto basta? Não estaremos com as expectativas um bocadito, ah... hum... pequeninas?...
"Tenho que virar
A minha vida de pernas para o ar,
E procurar uma casa para eu morar."
Pronto, sim senhor, no fundo eu até te entendo. Sem casa e sem carro, fica difícil arranjar um local apropriado para ter sexo. Não há condições. Pronto jovem, olha, vai em frente, vira lá a vida de pernas para o ar, e compra a casita, enfim, sempre vale mais isso do que andares por aí metido na droga.
"Só me falta arranjar um emprego
Para poder estar contigo, só contigo!
Vou tentar encontrar."
Espera lá, que eu agora é que estou mesmo baralhada. Não devo ter percebido bem, só pode ser. Dizias tu que só te falta arranjar o quê? Só te falta? Arranjar um emprego? Portanto, só te falta arranjar essa questãozita de pormenor, que por acaso é a fonte de financiamento para os teus sonhos: o belo do pequeno T2 e o carro com tecto de abrir. Então quer-se dizer, o menino ainda não tem trabalho? Está giro, e tal. Mas também tem razão, quem está disposto a saltar qualquer obstáculo, e a virar a vida de pernas para o ar à procura da casinha, como é que depois tem cabeça para mais, não é?...
Portantos, a ver se eu percebi bem (que eu hoje estou muito lenta): ah e tal, quero uma casa e um carro, nada de muito exagerado que eu sou meiguinho a pedir, a casa até pode ser pequenina desde que fique junto ao mar e tenha muito verde à volta, o carro tem que ter tecto de abrir. Para poder estar contigo, que eu sou muito romântico. Pronto, já defini estes objectivos fundamentais para o meu projecto de vida. Agora, vamos às questões, vá lá, secundárias: O que é que falta? Eh pá, acho que já só me falta uma coisa, tipo, como é que se chama aquilo... Exacto! Um emprego! Só me falta arranjar um emprego, que é aquela coisa das nove às cinco que a malta faz aos dias de semana e que dá um dinheirito ao fim do mês para pagar o pequeno T2! Então, o que é que eu, rapaz firme e determinado vou fazer? Vou tentar encontrar. Vou tentar, que eu também não estou assim para me maçar muito com pormenores. Se encontrar, encontro, se não encontrar, paciência. Vou tentar. Porque isso foi o que eu determinei, vou fintar qualquer obstáculo, portanto, vou tentar encontrar. Um emprego. Porque o resto está tudo, agora só falta mesmo isto.
"Tenho que virar
A minha vida de pernas para o ar,
E procurar uma casa para eu morar."
A sério, quanto mais penso nisto mais esmagada fico com o peso destas palavras. Dilthey? Nietzsche? Sartre? Heidegger? Meus amigos, esqueçam-nos a todos, pertencem ao passado! Ricardo Azevedo. É este o nome de vulto do Existencialismo no Século XXI!!...
segunda-feira, setembro 10, 2007
Cinzas
Porém, vivo melhor sem ti.
Estar próxima de ti tornou-me sempre em alguém pior do que sou.
E tu, nunca quiseste ser diferente daquilo que serias, comigo longe.
Vives melhor sem mim.
Estive demasiado tempo mergulhada no teu abismo.
Subi a pulso, caí e tornei a cair, cheguei ao cume.
Lambi as feridas, sacudi o pó, segui em frente.
Não volto para trás.
E no entanto, adivinho-te os passos.
Não sei como sei, mas sei, minutos antes de dobrar a esquina,
que vou cruzar-me contigo nesse dia.
Falamos de banalidades.
Já não vale a pena dizer as coisas que não se disseram quando deveriam ter sido ditas.
Ou então nada mais se diz porque tudo foi dito, e repetido vezes a mais.
Olhamo-nos nos olhos, temos essa coragem.
Nesses momentos, há algo em mim que te reconhece.
Continuas a ser o maior mistério da minha vida.
És como a marca de nascença que trago no braço esquerdo.
Raramente me lembro que a tenho.
Mas ela faz parte de mim.
Deu-me hoje para escrever esta banalidade.
Às vezes, sonho contigo.
sábado, setembro 08, 2007
Na volta do correio
Finalmente, chegou uma factura do Gás para pagar (não sei porquê, passaram-se meses sem que aparecesse uma).
De ontem para hoje, os pais da Madalena passaram de bestiais a bestas, e o Papa parece que já não quer nada com eles.
Estou pobre e miserável até ao dia 19 deste mês, nesse dia faço a escritura de venda da minha casa, a seguir a isso fico podre de rica, e logo a seguir começa a desaparecer dinheiro que me vai deixar pobre e miserável outra vez, e num estado muito mais permanente, mas ao menos vou ter uma casa nova.
Preciso de ir às compras. Não tenho ovos, nem fruta, nem uma série de outras coisas que eu ainda não dei conta, mas que de certeza me vão fazer uma falta desgraçada.
Assinalei esta tarde, com um Magnum Essence, o fim de uma série de dias repletos dos mais variados disparates de ordem alimentar, merecendo particular destaque a ingestão diária de batatas fritas (a regra manda que, no máximo, só coma disso numa refeição por semana). O jantar hoje é pescada cozida. Sem ovo nem legumes, dadas as carências mencionadas acima.
Afinal, a Madre Teresa de Calcutá também tinha dúvidas sobre Deus. E isso faz com que eu passe a estar interessada na Madre Teresa de Calcutá. A ver se o raio do livro chega cá rapidamente.
Vai-me saber maravilhosamente o meu colchão, que o sítio era muito jeitoso, e tal, mas o colchão não valia a ponta de um caracol. E no entanto, será algo estranho não acordar amanhã às sete e meia, ao som de um invariável "pai, tenho fome!".
Morreu o Luciano Pavaroti.
Não chegaram as cartas que eu queria que chegassem, e sem elas não me sinto verdadeiramente na rentrée.
Segunda-Feira tenho que ir trabalhar. Amanhã tenho que limpar a casa.
Não acertei no Euromilhões.