sábado, março 29, 2008
A donzela, o bandido e os heróis
Falando a sério só por um bocadinho, apanhei um susto dos grandes. Um tipo que começa por rondar o prédio e o parqueamento, apanha a porta do prédio aberta e entra, e a seguir se dirige a passos largos para tentar entrar-me em casa! Tive que dar dois passos atrás a toda a velocidade e fechar a porta à bruta, parecia filme de terror.
Nisto, chamei a polícia. Já na companhia de alguns vizinhos solidários, lá fomos controlando o louco nas suas deambulações pela vizinhança, e esperando pela salvação que tardou a chegar. Fosse o louco algo mais agressivo e mal intencionado, tempo não lhe teria faltado para o que lhe desse na vontade. Não era o caso. E já alguém até lhe reconhecia as origens, onde morava, enfim, não era de fiar, mas também não seria ele o causador de todos os males do nosso bairro.
Já o bandido andava perdido uns tantos quarteirões mais abaixo, chegou a carrinha com os heróis. Oito. Sim senhor, pensei eu, o gajo está mesmo tramado. O exagero do contingente policial era evidente e fazia sorrir os presentes, mas as mulheres riam-se mais que os homens, porque já que não nos tínhamos livrado do susto, ao menos aquilo foi uma coisa digna de se ver, ele eram polícias e mais polícias a saírem de dentro da carrinha, cada um mais, digamos, bem preparado para enfrentar qualquer ilegalidade, que o anterior.
O resto foi a chatice do costume, o que é que se passou, foi isto assim assim, muito bem, vamos abordar a pessoa, e tal, ao fim dum bocado apareceram-me em casa outra vez (já só eram dois), bilhete de identidade, papelinho, muito obrigada, ora essa, é para isso que cá estamos.
Mas sinceramente. Com um grupo tão bem preparado de agentes policiais, foi até uma pena que o delito fosse tão insignificante. Na minha imaginação, consigo ainda neste momento "visionamentalizar" os oito heróis a sairem da carrinha, e conceber perfeitamente outras formas de apoio que poderia ter sido prestado à minha frágil e delicada pessoa. Só que se calhar, nessa altura o título do post não podia ser este. Tinha que ser qualquer coisa como... Algo que eu nem sequer consigo imaginar, claro, ou pensam que eu sou o quê, alguma ordinária, queres ver?...
segunda-feira, março 24, 2008
1988
Então não é que de repente, um destes professores aparece-me pelo google, regressado das minhas memórias de há 20 anos atrás, e fica-se-me ali, ao simples alcance de um e-mail? Cliquei no enviar sem grandes hesitações, porque o meu entusiasmo nem deu margens à timidez. E o hoje em dia catedrático professor doutor respondeu-me prontamente, mas é o mesmo, o mesmo que dava aulas ao Ensino Secundário e se sentava no bar da escola a comer bifanas! E que me dizia assim, "tiveste 17". E eu respondia, "não estava nada à espera", e dizia ele, "pois, nem eu!". Então não deixa de ser irónico, numa semana em que tanto se fala, e eu própria já falei, da miséria em que andam as nossas escolas, que um desses bons professores que felizmente também existem, surja de novo no meu caminho.
Já não sei onde li em tempos que o professor só aparece quando o aluno está preparado para aprender.
A minha descoberta resultou de pesquisas por mais estudos, que se eu pudesse era estudante sempre. Este meu professor diz que tem coisas novas para me ensinar, e que conta comigo. Eu, em estando preparada, vou.
Mas para já, para já, estou apenas a saborear este presente (mais um) que a vida me deu! :-) :-)
Nota: Coincidências? Bah!... Isso é para meninos!...
domingo, março 23, 2008
Don't you get me wrong
I only want to say
If there is a way
Take this cup away from me
For I don't want to taste its poison
Feel it burn me,I have changed I'm not as sure
As when we started
Then I was inspired
Now I'm sad and tired
Listen surely I've exceeded
Expectations
Tried for three years
Seems like thirty
Could you ask as much
From any other man?
But if I die
See the saga through
And do the things you ask of me
Let them hate me, hit me, hurt me
Nail me to their tree
I'd want to know, I'd want to know my God
I'd want to know, I'd want to know my God
I'd want to see, I'd want to see my God
I'd want to see, I'd want to see my God
Why I should die
Would I be more noticed
Than I ever was before?
Would the things I've said and done
Matter any more?
I'd have to know, I'd have to know my Lord
I'd have to know, I'd have to know my Lord
I'd have to see, I'd have to see my Lord
I'd have to see, I'd have to see my Lord
If I die what will be my reward?
If I die what will be my reward?
I'd have to know, I'd have to know my Lord
I'd have to know, I'd have to know my Lord~
Why, why should I die?
Oh, why should I die?
Can you show me now
That I would not be killed in vain?
Show me just a little
Of your omnipresent brain
Show me there's a reason
For your wanting me to die
You're far too keen on where and how
But not so hot on why
Alright I'll die!
Just watch me die!
See how, see how I die!
Oh, just watch me die!
Then I was inspired
Now I'm sad and tired
After all I've tried for three years
Seems like ninety
Why then am I scared
To finish what I started
What you started
I didn't start it
God thy will is hard
But you hold every card
I will drink your cup of poison
Nail me to your cross and break me
Bleed me, beat me
Kill me, take me now
Before I change my mind
Voice of Judas
Every time I look at you
I don't understand
Why you let the things you did
Get so out of hand
You'd have managed better
If you'd had it planned
Now why'd you choose such a backward time
And such a strange land?
If you'd come today
You could have reached the whole nation
Israel in 4 BC had no mass communication
Don't you get me wrong
Only want to know
Jesus Christ Jesus Christ
Who are you? What have you sacrificed?
Jesus Christ Jesus Christ
Who are you? What have you sacrificed?
Jesus Christ Superstar
Do you think you're what they say you are?
Jesus Christ Superstar
Do you think you're what they say you are?
Tell me what you think
About your friends at the top
Now who d'you think besides yourself
Was the pick of the crop?
Buddah was he where it's at?
Is he where you are?
Could Muhammmed move a mountain
Or was that just PR?
Did you mean to die like that?
Was that a mistake or
Did you know your messy death
Would be a record breaker?
Don't you get me wrong
Only want to know
Jesus Christ Jesus Christ
Who are you? What have you sacrificed?
Jesus Christ Jesus Christ
Who are you? What have you sacrificed?
Jesus Christ Superstar
Do you think you're what they say you are?
Jesus Christ Superstar
Do you think you're what they say you are?
Andrew Lloyd Webber Tim Rice
sábado, março 22, 2008
quinta-feira, março 20, 2008
Assustador
A vários níveis, diria. Primeiro, pela degradação a que chegam aquelas duas pessoas. Depois, pelos risos e ambiente de festa generalizada que se vive perante uma violência daquelas, contrariado apenas por, talvez, dois alunos que lá vão sentindo vagamente que aquilo não está certo e que alguma coisa tem que ser feita.
Depois ainda, pela(s) inconsciência(s) da gravidade da situação, que se vêem em expressões como "espectáculo!" e "a velha vai cair". Como se fosse tudo uma grande paródia.
Entretanto, oiço na SIC uma pedopsiquiatra a dizer que hoje em dia, para os jovens, o telemóvel é como que uma "extensão do próprio corpo", mais ou menos a justificar a reacção da aluna. Pode ser que tenha razão. Mas esta mania que Freud tem de explicar tudo às vezes irrita-me um bocadinho. Por vezes parece-me que se está a nivelar por baixo, a exigir pouco ou quase nada, e ainda assim, cada vez menos. Que quantidade brutal de erros ao nível da educação, dos afectos, é que levam um jovem àquele ponto? E mais assustador do que descobrir isso, será talvez descobrir que não há assim tantos erros, e que ainda assim foi ali que ela chegou...
Em jeito de escape, deixei-me invadir por um pensamento feito do mais puro egoísmo: aquela miudagem é a que vai andar a trabalhar para me pagar a reforma. Perante isto, é inevitável pensar cada vez mais seriamente em fazer um PPR. Seriously...
sábado, março 08, 2008
Duas mulheres encontram-se na esplanada para beber cerveja e falar de futebol
- Nem te conto. Acabei de dar de caras com o Rabiola do meu ex-marido!
- Então, não levantes mau testemunho, ele até pode ter muitos defeitos mas nunca teve fama de gostar de homens...
- Acredita que eu sei muito bem. Ainda nem há um mês me deixou, vê lá tu que ainda agora dei de caras com ele no meio da rua, agarrado àquela Makukula da inglesa, a loira de farmácia com pernas até ao pescoço, que trabalha na sapataria, estás a ver quem é?... Uma vergonha, é só o que te digo.
- Bem, amiga, faço ideia o teu estado. Deves ter ficado completamente Sektioui com essa novidade!
- Quem, eu? Nem penses nisso. Quem anda a fazer figuras tristes é ele. Oh, é claro que fiquei capaz de pregar um valente par de Stepanov a cada um, mas é nas situações mais difíceis que uma mulher deve saber manter o nível, e aquilo é gente que não interessa a ninguém.
- Pois, realmente. Mas e ele, não te viu?
- Viu, pois! Sentiu-se tão mal com a figura que ia a fazer que até veio atrás de mim com explicações da treta. Ainda teve a lata de me dizer que a inglesa agora "Izmailov, Adelaide, tenta compreender!". Palhaço!... Mandei-o à Mrdakovic, que é o que ele merece ouvir, e vim-me embora.
- Os homens são uns ingratos. Pensar nos anos que lhe dedicaste, a aturar-lhe as bebedeiras. Sim, que alturas houve em que ele vivia agarrado ao Tonel, não interessava que fosse branco ou tinto, e tu ali, sempre presente...
- Oh, tu sabes lá o que eu passei. Mas não me arrependo, sabes, fiz tudo por amor. No princípio, aquele homem era um ídolo para mim, um Zoro! Mas a coisas mudam, amiga. Quem ma prega uma vez não ma prega segunda. Por mim, pode-lhe cair um Kazmierczak em cima que o deixe paralítico para o resto da vida! Sempre queria ver nessa altura onde ia parar o "Izmailov" pela Makukula!... Não quero saber, já N'Doye.
- Ai, olha, estou a ver que esse encontro te deixou muito perturbada. Tens que ultrapassar, pôr esse Fajardo para trás das costas! Vamos mas é mudar de assunto, que tal comermos qualquer coisa? Já são horas de almoço.
- Sim, é o melhor. Ainda por cima aqui servem um Fucile Carbonara que é mesmo o que me está a apetecer. Com uma Sepsi, que é para ver se refresco as ideias! E eu nem te perguntei a ti como estás, cheguei aqui a despejar as minhas mágoas, grande amiga que eu sou, realmente...
- Oh, eu estou bem. Tirando esta maldita constipação, que já ando Romagnoli há mais de quinze dias. Até já perdi a conta aos pacotes de lenços de papel que gastei...
- Não te dás bem com o Farnerud? Eu não quero outra coisa, quando me ponho assim como tu estás, ataco logo com dois de oito em oito horas, e em meia-dúzia de dias fico óptima!...
- Boa ideia, agora em acabando de almoçar, vou ali à farmácia comprar.
Cabecinhas ocas
Nisto, passo por um grupinho de meninas na casa dos 15-16 anos, máximo. Alegremente, preparam-se para a aula de step que se segue à minha, a mesma monitora já as espera no andar de cima. E no que consiste a preparação daquelas alimárias, com perdão da expressão, mas que considero plenamente justificada dada a idiotice a que pude assistir? Pois a preparação consiste em enrolarem o abdómen em película aderente! Bem apertadinho, que é para o ventre ficar liso! E depois coloca-se a roupa por cima, ninguém dá por nada, e as meninas "maximizam" o esforço que vão praticar para terem a certeza que perdem mesmo peso à séria!...
A sério, eu nem queria acreditar em tamanho disparate. Naturalmente, já não abandonei o ginásio tão rápido quanto contava. Antes disso fui dar conta do observado a quem de direito, e estou para saber na próxima semana que fim levou esta história. Espero que alguém lhes explique com calma os riscos que aquela ideia triste lhes traz para a sua saúde, nomeadamente cairem para o lado durante a aula, que por sinal é bem puxada, já que a monitora até é bastante exigente.
Espero que alguém tenha uma conversa calma e pedagógica com as cabecinhas ocas. Eu não era de certeza a pessoa indicada para o fazer. Enquanto me ia embora permaneciam na minha cabeça apenas duas coisas: estalos na cara, ou então obrigá-las a engolir o raio da película aderente. e definitivamente, nenhuma destas duas hipóteses serviriam para algo de construtivo...
sábado, março 01, 2008
Teoria da relatividade #2
É que assim fica-se com uma perspectiva completamente diferente, quer da limpeza da casa de banho, quer do imponderável. Muito enriquecedor, é o que me apraz dizer.