segunda-feira, setembro 10, 2007

Cinzas

Às vezes, sonho contigo.

Porém, vivo melhor sem ti.
Estar próxima de ti tornou-me sempre em alguém pior do que sou.
E tu, nunca quiseste ser diferente daquilo que serias, comigo longe.
Vives melhor sem mim.

Estive demasiado tempo mergulhada no teu abismo.
Subi a pulso, caí e tornei a cair, cheguei ao cume.
Lambi as feridas, sacudi o pó, segui em frente.
Não volto para trás.

E no entanto, adivinho-te os passos.
Não sei como sei, mas sei, minutos antes de dobrar a esquina,
que vou cruzar-me contigo nesse dia.

Falamos de banalidades.
Já não vale a pena dizer as coisas que não se disseram quando deveriam ter sido ditas.
Ou então nada mais se diz porque tudo foi dito, e repetido vezes a mais.

Olhamo-nos nos olhos, temos essa coragem.
Nesses momentos, há algo em mim que te reconhece.
Continuas a ser o maior mistério da minha vida.

És como a marca de nascença que trago no braço esquerdo.
Raramente me lembro que a tenho.
Mas ela faz parte de mim.

Deu-me hoje para escrever esta banalidade.
Às vezes, sonho contigo.

15 comentários:

Anónimo disse...

Tá certo.....

Anónimo disse...

exa da marca do braço eskerdo faz-me lembrar a Comenda Secreta.

pah ta bem tu la sabes e tal....mas eu continuo sem ver o meu gelado...

Anónimo disse...

nossa! maravilhoso !

Unknown disse...

Minha cara Blimunda

Banalidades? Isto que acabou de escrever são banalidades? Então veja alguns noticiários de algumas TVS ou leia alguns jornais, e aí verá ou lerá o que são banalidades.

Anónimo disse...

muito inspirado, com muita alma! um texto muito bonito!

Anónimo disse...

..... Miudas muito giras aqui ;-)

www.pnet.pt

Unknown disse...

Belo texto sem dúvida!

Pedro Soares Lourenço disse...

Atenção: as fenix são uns bichos marados que adoram (re)nascer delas. das cinzas...

Anónimo disse...

banalidades foi o que eu ouvi hoje no jornal da noite da sic devido (claro) ao caso maddy.
"ficaram calados e em silencio"

Anónimo disse...

E aposto que há muita gente a sonhar contigo também.

O Perfeito Idiota disse...

Quando te leio, sinto-me sujeito a sucumbir à tentação de a ver… pois "a marca de nasceça" ainda continua a latejar, apesar da distância que nos separa.
Mesmo tendo a resposta, continuo a indagar de que matéria é feita esta gente misteriosa que nos tatua fundo com tinta permanente. Como adorava viver composto dessa matéria, novamente.

Mesmo violando todas as regras da lamechice ouso afirmar com muita certeza:pensava que só os deuses conseguiam exprimir-se assim. Muito bom texto.

Chuva disse...

Tão simples e tão forte!

Anónimo disse...

Nunca tinha batido à porta deste Blog. Entrei sem pedir licença. Dado que não sou dada a percorrer os caminhos lodosos da lamechice, hesitei em continuar a leitura de depois de ler a 1ª frase e, rapidamente percebi que me iria arrepender muito rapidamente se o não tivesse feito.
Revi-me em algumas frases, ou melhor, se calhar revi-me no texto inteiro.
Parabéns!

Anónimo disse...

Correcção:
"---rapidamente percebi que me iria arrepender muito rapidamente SE O TIVESSE FEITO..."
(ainda bem que continuei a leitura)

Anónimo disse...

rapidamente, rapidamente (?) esta não soou lá muito bem, deve ter sido do adiantado da hora, mas ficou a ideia