quarta-feira, maio 31, 2006
segunda-feira, maio 29, 2006
Da Vinci

Fui ver o filme sem grande expectativa. De moldes que a decepção não chegou a existir. O que falha no filme, a meu ver, é aquilo que falha no livro, que é uma tentativa algo patética de fazer uma trama policial atractiva, e a verdade é que aquela narrativa não tem pés nem cabeça. Onde não é incongruente, é previsível. E o filme vai por arrasto. É fraquinho. São fraquinhos.
Aquilo que realmente me interessa é a análise deste fresco do Da Vinci. Para mim, que sempre encarei "A Última Ceia" como o quadro perfeito para colocar a enfeitar a despensa, ler e ver agora no filme todas as interpretações possíveis de fazer a esta imagem, isso sim é que me deixa com os neurónios aos saltos.
Eu não sei se Jesus deixou descendência ou não, nem ninguém pode afirmar, com certezas, seja o que for que confirme ou desminta essa possibilidade. Agora, olhando para esta imagem, não tenho a menor dúvida que à direita do Senhor, senta-se uma mulher. E que aquele "V" entre as duas figuras não é inocente. Como também não o é a mão que emerge junto à mesa, abaixo de Pedro empunhando uma faca e que pertence, basicamente a... ninguém. E que Pedro faz um gesto agressivo ao pescoço da figura feminina, como se quisesse ver aquela cabeça cortada. E que Jesus e a figura à sua direita estão vestidos a fazer "pendant", ele de vermelho e azul, ela de azul e vermelho... Além disso, que melhor vaso para conter o sangue de Jesus, senão o vaso do ventre de uma mulher?...
Acho que é neste despertar de consciências que reside todo o mérito de "O Código Da Vinci". Que o próprio Da Vinci teve alguma intenção com tudo isto, sem dúvida alguma. Se calhar queria apenas gozar com os dogmas que lhe impunham, mas todos sabemos que a ironia e o humor são óptimas armas para acordar os espíritos.
Sinceramente... Alguém ainda acha que a vida de Jesus se passou tal e qual como é contada pelos Evangelhos do Novo Testamento? Hein?... Acham?... Que pessoas tão piedosas que sedes todos vozes... Abençoados sejam...
sábado, maio 27, 2006
Bandeiras
Cada um com a sua.
Hoje olhei para a varanda de um vizinho e lá estava ela, mais uma bandeira pendurada da varanda, exibindo o que vai no coração das gentes daquela casa.
A marcar a sua presença, que em Portugal o Mundial não se faz só de verde e vermelho, lá está ela, a bandeira da Selecção de Angola.
Hoje olhei para a varanda de um vizinho e lá estava ela, mais uma bandeira pendurada da varanda, exibindo o que vai no coração das gentes daquela casa.
A marcar a sua presença, que em Portugal o Mundial não se faz só de verde e vermelho, lá está ela, a bandeira da Selecção de Angola.
domingo, maio 21, 2006
Má-criação em directo na SIC
Acabei de assistir a mais uma pérola de patriotismo na nossa televisão. Numa altura em que se procura exaltar tanto aquilo que é Português, a fadista Mariza começa a sua actuação na Gala dos Globos de Ouro e toca de cortar o pio a uma das cantoras mais talentosas do nosso País, e isto para entrar o quê? A publicidade, pois claro.
Será que vão fazer o mesmo à mocinha cujo nome agora não me lembro e que vai cantar o "first day of my life"? Não me parece...
Estragaram tudo. Aquilo até estava giro, e tal. Mas isto é falta de educação. Borraram a pintura toda.
Será que vão fazer o mesmo à mocinha cujo nome agora não me lembro e que vai cantar o "first day of my life"? Não me parece...
Estragaram tudo. Aquilo até estava giro, e tal. Mas isto é falta de educação. Borraram a pintura toda.
quinta-feira, maio 18, 2006
Parece mentira, mas não é
Palavras não eram ditas, e pelos vistos mais valia ter estado calada, o carro avariou. Ontem. O que soma mais um aos filhos da &%#"?=, mais o &$»?/$ dos azares que me vêem sucedendo desde o início do ano.
E depois, a mística dos números. Por uma razão qualquer que desconheço, há uns tantos números sempre presentes, e sempre determinantes na minha vida, um assunto que um dia destes vou abordar com mais pormenor. É o caso do número 17. A cada dia 17, sempre acontece algo marcante, quase sempre para o bem, algumas vezes para o mal. Ontem foi dia 17 e aconteceram várias coisas, se calhar umas boas e outras manifestamente más, como foi o caso do carro.
E quanto se acende luz avisadora que indica que algo não vai bem, o que é que se faz? Vai-se ao livro de instruções ver o que é aquilo. A luz que acendeu correspondia a que número? Número 17, pois claro. Não podia ser outro.
E depois, a mística dos números. Por uma razão qualquer que desconheço, há uns tantos números sempre presentes, e sempre determinantes na minha vida, um assunto que um dia destes vou abordar com mais pormenor. É o caso do número 17. A cada dia 17, sempre acontece algo marcante, quase sempre para o bem, algumas vezes para o mal. Ontem foi dia 17 e aconteceram várias coisas, se calhar umas boas e outras manifestamente más, como foi o caso do carro.
E quanto se acende luz avisadora que indica que algo não vai bem, o que é que se faz? Vai-se ao livro de instruções ver o que é aquilo. A luz que acendeu correspondia a que número? Número 17, pois claro. Não podia ser outro.
segunda-feira, maio 15, 2006
As escolhas de Scolari
Então, parece que ficámos hoje a saber quem vai representar-nos no Mundial de Futebol. E que o Scolari já escolheu, e tal. Muito se tem dito sobre os critérios de selecção mas eu devo dizer que, na minha opinião, faltou ao Mister um critério absolutamente essencial, que é o critério estético. E assim, não vamos a lado nenhum no Futebol. Estamos perante um conjunto de seleccionados muito irregular, com homens verdadeiramente bonitos, outros em que a gente faz de conta que não vê a cara em nome das pernas e do... enfim, do resto, mas depois temos outros que pelamordedeus, que é aquilo.
Passo a explicar.
Guarda-redes:
Ricardo (Sporting). Eu acho que ele é giro. Jeitoso. Por mim, foi bem escolhido. Um grande guarda-redes.
Quim (Benfica). Também lhe acho piada. Não é tão bonito quanto o Ricardo, e sem dúvida que o Vítor Baía fazia uma falta enorme a esta Selecção, porque é de longe o mais lindo deles todos. Para mim, a falta do Baía é a primeira grande falha do Mister. Com todo o respeito.
Bruno Vale (Estrela da Amadora). Começou o disparte. Favor ver acima argumentação a favor de Vítor Baía
Defesas:
Miguel (Valência). Este moço é muito giro. Excelente defesa. Muito bem escolhido.
Paulo Ferreira (Chelsea). Tem cara de beto, mas está bem. Despenteado, com a barba por fazer, podia ser que marchasse.
Ricardo Carvalho (Chelsea). Ehrrr... Este rapaz é feio, peço imensa desculpa. Não pode ser.
Fernando Meira (Estugarda). Conheço mal, e as fotos não ajudam. Mas quer-me cá parecer que está aqui outro grande disparate...
Ricardo Costa (FC Porto). Estou a ver que tenho mesmo que chamar o Mister à razão, este grupo de defesas, mas o que é isto?...
Caneira (Sporting). Sem comentários.
Nuno Valente (Everton). Eh pá, se não forem os avançados que nos safem... Falta muito para chegar ao Figo?...
Médios:
Costinha (Dínamo de Moscovo). AAARGHHH!!!....
Petit (Benfica). Até que enfim, uma cara conhecida. Tem a sua piada. Mas eu, na verdade, tenho uns gostos às vezes meio esquisitos.
Maniche (Chelsea). Eh pá, por favor. Mas onde é que este homem estava com a cabeça...
Tiago (Lyon). É engraçado. Pode ficar.
Deco (FC Barcelona). Muito giro. Sim senhor. Percebe-se perfeitamente que esteja na Selecção.
Hugo Viana (Valência). Hum... Nunca tinha reparado neste... Não me parece nada mal...
Avançados:
Figo (Inter de Milão). Como o próprio nome indica. (suspiro). (suspiro mais prolongado). Adiante.
Cristiano Ronaldo (Manchester United). Há quem o ache giro. Eu cá não acho. E já agora, para que é que esta malta quer tanto dinheiro? Já não ganhou o suficiente para pagar uma cirurgia plástica que o livre daquelas marcas do acne, e já agora, arranjar os dentes? Hein?...
Boa Morte (Fulham). Não lhe desejo mal nenhum. Mas o que é que ele está a fazer neste grupo? Não sei.
Simão (Benfica). O saboroso. Dizem. Que eu nunca provei. Mas não há dúvida que esteticamente está aprovado.
Nuno Gomes (Benfica). Outro clássico. Para mim tem um ar demasiado efeminado. Mas enfim, são gostos. É bonitinho. Demasiado bonitinho.
Pauleta (Paris SG). É um dos meus preferidos. De alguma maneira estranha, este rapaz consegue ser parecido com o vocalista dos "Maroon 5" e com o "Jack" dos "Perdidos"...
Hélder Postiga (St. Etienne). Este moço não é giro, mas é querido. E gosto muito de o ver a correr por ali a fora, é uma presença muito alegre. E isso também conta.
E prontos, Scolari. Toma e embrulha. Querem ter mulheres a apoiar a Selecção? Então ó faxavor, vamos lá a ter em conta os critérios estéticos. Mainada.
Passo a explicar.
Guarda-redes:
Ricardo (Sporting). Eu acho que ele é giro. Jeitoso. Por mim, foi bem escolhido. Um grande guarda-redes.
Quim (Benfica). Também lhe acho piada. Não é tão bonito quanto o Ricardo, e sem dúvida que o Vítor Baía fazia uma falta enorme a esta Selecção, porque é de longe o mais lindo deles todos. Para mim, a falta do Baía é a primeira grande falha do Mister. Com todo o respeito.
Bruno Vale (Estrela da Amadora). Começou o disparte. Favor ver acima argumentação a favor de Vítor Baía
Defesas:
Miguel (Valência). Este moço é muito giro. Excelente defesa. Muito bem escolhido.
Paulo Ferreira (Chelsea). Tem cara de beto, mas está bem. Despenteado, com a barba por fazer, podia ser que marchasse.
Ricardo Carvalho (Chelsea). Ehrrr... Este rapaz é feio, peço imensa desculpa. Não pode ser.
Fernando Meira (Estugarda). Conheço mal, e as fotos não ajudam. Mas quer-me cá parecer que está aqui outro grande disparate...
Ricardo Costa (FC Porto). Estou a ver que tenho mesmo que chamar o Mister à razão, este grupo de defesas, mas o que é isto?...
Caneira (Sporting). Sem comentários.
Nuno Valente (Everton). Eh pá, se não forem os avançados que nos safem... Falta muito para chegar ao Figo?...
Médios:
Costinha (Dínamo de Moscovo). AAARGHHH!!!....
Petit (Benfica). Até que enfim, uma cara conhecida. Tem a sua piada. Mas eu, na verdade, tenho uns gostos às vezes meio esquisitos.
Maniche (Chelsea). Eh pá, por favor. Mas onde é que este homem estava com a cabeça...
Tiago (Lyon). É engraçado. Pode ficar.
Deco (FC Barcelona). Muito giro. Sim senhor. Percebe-se perfeitamente que esteja na Selecção.
Hugo Viana (Valência). Hum... Nunca tinha reparado neste... Não me parece nada mal...
Avançados:
Figo (Inter de Milão). Como o próprio nome indica. (suspiro). (suspiro mais prolongado). Adiante.
Cristiano Ronaldo (Manchester United). Há quem o ache giro. Eu cá não acho. E já agora, para que é que esta malta quer tanto dinheiro? Já não ganhou o suficiente para pagar uma cirurgia plástica que o livre daquelas marcas do acne, e já agora, arranjar os dentes? Hein?...
Boa Morte (Fulham). Não lhe desejo mal nenhum. Mas o que é que ele está a fazer neste grupo? Não sei.
Simão (Benfica). O saboroso. Dizem. Que eu nunca provei. Mas não há dúvida que esteticamente está aprovado.
Nuno Gomes (Benfica). Outro clássico. Para mim tem um ar demasiado efeminado. Mas enfim, são gostos. É bonitinho. Demasiado bonitinho.
Pauleta (Paris SG). É um dos meus preferidos. De alguma maneira estranha, este rapaz consegue ser parecido com o vocalista dos "Maroon 5" e com o "Jack" dos "Perdidos"...
Hélder Postiga (St. Etienne). Este moço não é giro, mas é querido. E gosto muito de o ver a correr por ali a fora, é uma presença muito alegre. E isso também conta.
E prontos, Scolari. Toma e embrulha. Querem ter mulheres a apoiar a Selecção? Então ó faxavor, vamos lá a ter em conta os critérios estéticos. Mainada.
Porque a verdade tem que ser dita
E esta malta da publicidade tem que perceber, duma vez por todas, que há limites para tudo.
Não, não falo daquele anúncio do carro em que o gajo vai devolver a mulher ao pai, depois de a ter experimentado três dias. Até aí ainda vamos, meus amigos.
Agora, vamos ser sérios, sim? É que não há mulher nenhuma deste mundo que, com um bolo daqueles no frigorífico, o ponha de lado para comer cereais. Nenhuma. Aquele anúncio é uma vergonha. Os tipos da Kellogs deviam era ser processados por inventarem uma tal infâmia, e tentarem enganar assim as pessoas.
Cambada.
Não, não falo daquele anúncio do carro em que o gajo vai devolver a mulher ao pai, depois de a ter experimentado três dias. Até aí ainda vamos, meus amigos.
Agora, vamos ser sérios, sim? É que não há mulher nenhuma deste mundo que, com um bolo daqueles no frigorífico, o ponha de lado para comer cereais. Nenhuma. Aquele anúncio é uma vergonha. Os tipos da Kellogs deviam era ser processados por inventarem uma tal infâmia, e tentarem enganar assim as pessoas.
Cambada.
sexta-feira, maio 12, 2006
Mudança de Instalações
Quatro anos e quatro meses numas instalações que sempre detestei. Parece que finalmente vamos para outro lado.
Não era bem esta a mudança que eu queria, mas ao menos é uma mudança. E mudar é sempre bom, nem que seja para pior.
Não era bem esta a mudança que eu queria, mas ao menos é uma mudança. E mudar é sempre bom, nem que seja para pior.
terça-feira, maio 09, 2006
Não pirilamparás
Sinceramente. Eu sei que a causa é nobre, e tal. Mas eu acho que é um disparate de dinheiro aquilo que pedem pelo raio do pirilampo mágico. E ainda por cima o bicho é feio. E fica mal em todo o lado. E é uma autêntica praga, que começam a acumular-se de uns anos para os outros.
E no entanto, não faço mais nada na minha vida que me deixe com esta sensação clara de que vou de certezinha para o inferno, do que mentir descaradamente a todas aquelas pessoas que nos assaltam diariamente a tentar vender o pirilampo.
Mesmo assim, desde que começou a campanha, de todas as vezes que me tentam vender uma coisa daquelas, digo com o ar mais seguro deste mundo, já comprei, muito obrigada. E as pessoas ficam com um ar tão feliz, coitadas. Não presto mesmo para nada.
E no entanto, não faço mais nada na minha vida que me deixe com esta sensação clara de que vou de certezinha para o inferno, do que mentir descaradamente a todas aquelas pessoas que nos assaltam diariamente a tentar vender o pirilampo.
Mesmo assim, desde que começou a campanha, de todas as vezes que me tentam vender uma coisa daquelas, digo com o ar mais seguro deste mundo, já comprei, muito obrigada. E as pessoas ficam com um ar tão feliz, coitadas. Não presto mesmo para nada.
domingo, maio 07, 2006
Day After
Terminou ontem. Desde há oito anos para cá que sou responsável por esta iniciativa, que é uma espécie de Fórum Estudante à escala municipal, e que está dirigida a jovens a partir dos 15 anos. O objectivo é dar informação a estes garotos sobre o que poderão vir a fazer das suas vidas no futuro, seja pela via do prosseguimento de estudos, ou pelo ingresso directo na vida profissional. Paralelamente, estes mesmos jovens têm oportunidade de actuar num palco “à séria”, e durante estes quatro dias foram actores, cantores, bailarinos e modelos de passerelle.
A maior dificuldade tem sido sempre a falta de meios. Este ano então, a única coisa de que nos pudemos gabar de continuar a ter com fartura, foi a nossa própria boa vontade. De resto, tivemos paus e pedras para trabalhar. Mas hoje, depois de tudo ter corrido pelo melhor, e recuperadas que estão as horas de sono perdidas, não consigo pensar muito nas dificuldades diárias, nem nas frustrações e aborrecimentos. Isso fica para amanhã.
Só consigo pensar num dos miúdos que desfilaram ontem, na passagem de modelos que encerrou o evento. Conheci-o em 2002, quando ele tinha talvez uns 12 ou 13 anos. Juntamente com outro irmão, estava no grupo de teatro da Escola Básica que frequentava na altura, e eram bem patentes as carências económicas que a família dele deveria enfrentar. Mas ali estava ele, pronto para fazer teatro, e para nos ajudar no que fosse preciso para erguer esta outra iniciativa que também promovemos anualmente, e que consiste em juntar os grupos de teatro das Escolas Básicas e Secundárias do Concelho, apresentando os seus espectáculos a toda a comunidade.
O caso dele não é diferente de tantos outros, apenas sei dele um pouco mais do que sei dos outros. E apenas posso imaginar quantas coisas ele gostaria de ter e não pode, que esforços serão necessários à família para o manter na Escola, assim como aos outros irmãos, que são uma data deles, e como aquele dia-a-dia deve ser difícil.
Quase todos os anos o tenho visto em cima dos palcos que nós lhe proporcionamos. Ontem então, quando o vi aparecer já tão crescido (deve andar pelo 11.º Ano), maquilhado e penteado, desfilando formoso e seguro por aquela passerelle fora, senti outra vez aquela satisfação do dever cumprido, e formulei novamente um pensamento que sempre me acompanha nestas ocasiões. Haverá quem beneficie do nosso esforço sem o merecer. Mas estes miúdos merecem tudo o que a gente possa fazer por eles. Ali, em cima daquele palco, estive ontem a ver desfilar o verdadeiro pagamento que eu recebo pelo meu trabalho.
A maior dificuldade tem sido sempre a falta de meios. Este ano então, a única coisa de que nos pudemos gabar de continuar a ter com fartura, foi a nossa própria boa vontade. De resto, tivemos paus e pedras para trabalhar. Mas hoje, depois de tudo ter corrido pelo melhor, e recuperadas que estão as horas de sono perdidas, não consigo pensar muito nas dificuldades diárias, nem nas frustrações e aborrecimentos. Isso fica para amanhã.
Só consigo pensar num dos miúdos que desfilaram ontem, na passagem de modelos que encerrou o evento. Conheci-o em 2002, quando ele tinha talvez uns 12 ou 13 anos. Juntamente com outro irmão, estava no grupo de teatro da Escola Básica que frequentava na altura, e eram bem patentes as carências económicas que a família dele deveria enfrentar. Mas ali estava ele, pronto para fazer teatro, e para nos ajudar no que fosse preciso para erguer esta outra iniciativa que também promovemos anualmente, e que consiste em juntar os grupos de teatro das Escolas Básicas e Secundárias do Concelho, apresentando os seus espectáculos a toda a comunidade.
O caso dele não é diferente de tantos outros, apenas sei dele um pouco mais do que sei dos outros. E apenas posso imaginar quantas coisas ele gostaria de ter e não pode, que esforços serão necessários à família para o manter na Escola, assim como aos outros irmãos, que são uma data deles, e como aquele dia-a-dia deve ser difícil.
Quase todos os anos o tenho visto em cima dos palcos que nós lhe proporcionamos. Ontem então, quando o vi aparecer já tão crescido (deve andar pelo 11.º Ano), maquilhado e penteado, desfilando formoso e seguro por aquela passerelle fora, senti outra vez aquela satisfação do dever cumprido, e formulei novamente um pensamento que sempre me acompanha nestas ocasiões. Haverá quem beneficie do nosso esforço sem o merecer. Mas estes miúdos merecem tudo o que a gente possa fazer por eles. Ali, em cima daquele palco, estive ontem a ver desfilar o verdadeiro pagamento que eu recebo pelo meu trabalho.
sexta-feira, abril 28, 2006
Trabalho, trabalho e mais trabalho
A tal iniciativa, que não irá inaugurar, mas sim que cuja inauguração irá efectuar-se, inicia-se no dia 03 de Maio, ou seja, próxima Quarta-Feira, e termina no Sábado, dia 06.
São quatro meses de trabalho para quatro dias de actividades, e já só temos dois dias úteis para que esteja tudo pronto. Vai estar, como sempre, eu sei. Mas até lá chegar, por mais que tente, não me livro desta angústia.
Quem me dera já cá o dia 07 de Maio! O que eu vou dormir descansada nesse dia!...
São quatro meses de trabalho para quatro dias de actividades, e já só temos dois dias úteis para que esteja tudo pronto. Vai estar, como sempre, eu sei. Mas até lá chegar, por mais que tente, não me livro desta angústia.
Quem me dera já cá o dia 07 de Maio! O que eu vou dormir descansada nesse dia!...
terça-feira, abril 25, 2006
Duas canções
Para celebrar Abril. Escolhi estas duas porque gosto delas, podiam ser milhentas.
Cada um terá as suas preferidas, e isso só é assim porque esta nossa Revolução também foi feita de música e poemas, e músicos e poetas, que não merece a pena procurar palavras para elogiar, tanto as obras como os autores, porque isso serão sempre apenas palavras, e isso não chega para lhes dar o devido valor.
Acho que mais vale fazer assim, deixar que estas músicas e estes poemas façam sempre parte de nós:
E depois do Adeus
Interpretação: Paulo de Carvalho Música: José Calvário Letra: José Niza
"Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós"
Cada um terá as suas preferidas, e isso só é assim porque esta nossa Revolução também foi feita de música e poemas, e músicos e poetas, que não merece a pena procurar palavras para elogiar, tanto as obras como os autores, porque isso serão sempre apenas palavras, e isso não chega para lhes dar o devido valor.
Acho que mais vale fazer assim, deixar que estas músicas e estes poemas façam sempre parte de nós:
E depois do Adeus
Interpretação: Paulo de Carvalho Música: José Calvário Letra: José Niza
"Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós"
Já joguei ao Boxe, já toquei Bateria
Sérgio Godinho
"O rapaz até que não é burro
tem é falta de uso
mete o nariz onde não é chamado
como um parafuso
ó meu rapaz, tu só és senhor
do nariz que é teu
aqui paro para explicar uma coisa:
é que o rapaz sou eu
e assim fala quem quer mandar em mim
e assim fala quem quer mandar em mim
e assim fala quem quer mandar em mim
não protestes
não desfiles
não contestes
não refiles
já joguei ao boxe, já toquei bateria (trapum)
p´ra ver se me livrava desta energia
nada feito, que arrelia
isto no fim não passa de uma fase
que passa com o uso
foi muita liberdade de uma vez
e o rapaz está confuso
agora é tempo de apertar com ele:
olha, acabou-se a farra
ai, ai que este país está de pantanas
e não há quem o varra
assim fala quem já me quis varrer
assim fala quem já me quis varrer
assim fala quem já me quis varrer
não protestes
não desfiles
não contestes
não refiles
já joguei ao boxe, já toquei bateria (trapum)
p'ra ver se me livrava desta energia
nada feito, que arrelia
durante algum tempo foi necessário
pôr o rapaz a uso
pô-lo a gritar sobre o prestigio pátrio
e o orgulho luso
agora só nos faltava ele querer
virar o feitiço
contra o feiticeiro que o pôs a render
é que nem pensar nisso
assim fala quem me pôs a render
assim fala quem me pôs a render
assim fala quem me pôs a render
não protestes
não desfiles
não contestes
não refiles
já joguei ao boxe, já toquei bateria (trapum)
p'ra ver se me livrava desta energia
nada feito, que arrelia"
Que seria de nós todos, bloggers errantes, se não fora por este dia, há 32 anos atrás?...
segunda-feira, abril 24, 2006
O lado merdoso da vida
Pois claro. Eu logo vi que este exercício de procurar o lado brilhante da vida, comigo jamais resultaria. Uma pessimista congénita como eu não abandona assim às boas a convicção de que todo o mundo conspira contra mim, que há bruxas sim senhor, e que umas tantas andaram a juntar-se nos últimos tempos para me rogarem uma bela duma praga.
Haverá outra explicação para o facto de hoje de manhã, a fechadura da porta da rua decidir encravar-se e deixar-me fechada por dentro durante meia-hora, até ao ponto do desespero total? Quando consegui desencravar aquela merda já os bombeiros vinham a caminho.
Valeram-me as vizinhas do lado, aquelas almas caridosas que me apelaram à calma do lado de fora e a seguir me deram toalhas molhadas para arrefecer a testa e me ajudaram a controlar os nervos...
Haverá outra explicação para o facto de hoje de manhã, a fechadura da porta da rua decidir encravar-se e deixar-me fechada por dentro durante meia-hora, até ao ponto do desespero total? Quando consegui desencravar aquela merda já os bombeiros vinham a caminho.
Valeram-me as vizinhas do lado, aquelas almas caridosas que me apelaram à calma do lado de fora e a seguir me deram toalhas molhadas para arrefecer a testa e me ajudaram a controlar os nervos...
domingo, abril 23, 2006
O lado brilhante da vida
Ok. Vou fazer essa coisa de ver o lado brilhante da vida.
Não há dúvida que o esquentador avariou, não posso tomar banho em casa e tenho que aquecer água no fogão para lavar a loiça. Mas por outro lado, na cozinha há vários outros electrodomésticos, tipo o frigorífico, a máquina de lavar roupa, o fogão e o exaustor, o microondas, e estão todos a funcionar perfeitamente.
O aspirador, por sinal partiu-se uma peça na semana passada mas que se lixe, afinal ele continou a trabalhar alegremente, e já hoje limpou a casa toda sem problema.
Já o ferro de engomar, da última vez que trabalhou fez uns barulhos muito estranhos e o vapor não saiu nada como deve ser, o que não augura nada de bom para o futuro... Mas então, de que é que eu me estou a queixar? O carro, tirando o facto de beber óleo como se não hovesse amanhã, não sabe sequer o significado da palavra "avaria".
Um esquentador avariado, isso é lá coisa para aborrecer alguém...
Vou só ali comer uma tablete de chocolate e depois faço este exercício outra vez, pode ser que à segunda resulte...
Não há dúvida que o esquentador avariou, não posso tomar banho em casa e tenho que aquecer água no fogão para lavar a loiça. Mas por outro lado, na cozinha há vários outros electrodomésticos, tipo o frigorífico, a máquina de lavar roupa, o fogão e o exaustor, o microondas, e estão todos a funcionar perfeitamente.
O aspirador, por sinal partiu-se uma peça na semana passada mas que se lixe, afinal ele continou a trabalhar alegremente, e já hoje limpou a casa toda sem problema.
Já o ferro de engomar, da última vez que trabalhou fez uns barulhos muito estranhos e o vapor não saiu nada como deve ser, o que não augura nada de bom para o futuro... Mas então, de que é que eu me estou a queixar? O carro, tirando o facto de beber óleo como se não hovesse amanhã, não sabe sequer o significado da palavra "avaria".
Um esquentador avariado, isso é lá coisa para aborrecer alguém...
Vou só ali comer uma tablete de chocolate e depois faço este exercício outra vez, pode ser que à segunda resulte...
terça-feira, abril 18, 2006
Francisco Adam
Tenho visto nos últimos dias, a maneira como a TVI tem espremido até não poder mais tudo o que tenha a ver com a morte do rapaz, escarafunchando mais uma vez na desgraça alheia, e de caminho aproveitando para dar ainda mais promoção à novela.
Só posso concluir uma coisa: provavelmente, estamos perante todo um novo potencial para o programa "Circo das Celebridades".
Só posso concluir uma coisa: provavelmente, estamos perante todo um novo potencial para o programa "Circo das Celebridades".
segunda-feira, abril 17, 2006
Onde andará ela
A minha paz de espírito. Veio visitar-me por poucos dias, agora desandou outra vez.
Não tenho outro remédio senão ir à procura dela. Faz-me muita falta. A ver se a encontro, já volto.
Não tenho outro remédio senão ir à procura dela. Faz-me muita falta. A ver se a encontro, já volto.
sexta-feira, abril 14, 2006
quinta-feira, abril 13, 2006
Seis horas de sono dá nisto
Estive a um milímetro de espalhar creme hidratante na escova de dentes.
O que vale é que falta só meio-dia para começar o fim-de-semana mais sagrado de todos. Abençoada seja a época da Páscoa. Hosanas pelos feriados e tolerâncias de ponto!
O que vale é que falta só meio-dia para começar o fim-de-semana mais sagrado de todos. Abençoada seja a época da Páscoa. Hosanas pelos feriados e tolerâncias de ponto!
quarta-feira, abril 12, 2006
Ironia, essa companheira constante
"Well life has a funny way of sneaking up on you
When you think everything's okay and everything's going right
And life has a funny way of helping you out when
You think everything's gone wrong and everything blows up
In your face
(...)
Life has a funny way of sneaking up on you
Life has a funny, funny way of helping you out
Helping you out"
When you think everything's okay and everything's going right
And life has a funny way of helping you out when
You think everything's gone wrong and everything blows up
In your face
(...)
Life has a funny way of sneaking up on you
Life has a funny, funny way of helping you out
Helping you out"
Alanis Morissette, Ironic
A vida tem altos e baixos, já se sabe. Dá-nos a pancada quando a gente pensa que está tudo bem, mas também tem a sua maneira de nos puxar para cima, mesmo que até pareça que está tudo a correr mal.
De alguém cujos macaquinhos no sótão têm vindo nos últimos dias a acalmar, e por isso anda mais optimista, para a amiga que está a precisar de se lembrar que "life has a funny way of helping you out". Para os entretantos, contamos uns com os outros.
sábado, abril 08, 2006
O acto médico está pela hora da morte
Aviso a todos os machos que lêem este blog:
Este post é susceptível de afectar os homens mais sensíveis. Contém referências técnicas relacionadas com exames ginecológicos e coisas assim que as mulheres costumam fazer, que não se percebem bem o que são e que quando elas começam a explicar metem uma impressão do caraças, que a gente é modernos, mas com juízo.
E agora, o post propriamente dito:
Isto parece uma anedota, e visto bem, se calhar é. Os meandros das comparticipações da ADSE não cessam de me surpreender, e espelham bem o País de merda em que vivemos, desculpem lá a expressão.
Pois que fui a consulta de Ginecologia, devidamente comparticipada pela ADSE. Alegria. Durante a consulta, o senhor Doutor tratou de recolher amostra para se realizar a citologia.
E o que é uma citologia, poderão perguntar? Uma citologia é um exame em que se faz a colheita de material do colo do útero, o qual é mandado para um laboratório especializado em citopatologia.
(por esta altura, todos os homens que aguentaram ler isto até aqui já vão por esta altura a correr, espavoridos, na direção da televisão mais próxima que esteja sintonizada na Sport TV).
Agora, reparai na maravilha desta subtileza: a consulta de ginecologia foi comparticipada. O exame no laboratório também vai ser. Mas o acto médico de recolher o material do colo do útero, isso não é comparticipado. Arrota aí com 20 euros, que isto do acto médico de retirar material para análise num sítito destes, é coisa que nem tem nada a ver com a consulta, está-se mesmo a ver, eu é que tenho a mania de ir ao médico da especialidade para fazer isto, esquisitices, qualquer mecânico de automóveis, ou canalizador poderia talvez, aí por metade do preço...
Tipo, a malta vai ao médico com uma constipação, a ADSE comparticipa a consulta sim senhor, mas ai, ai, ai, se o médico pegar no estetoscópio, atenção, que o acto médico de auscultar o paciente a ver se tem os pulmões apanhados, isso a ADSE já não está cá para comparticipar, era o que faltava!...
Ah! Falta só dizer que este exame (a citologia) é fundamental, devia ser feito por todas as mulheres uma vez por ano, e serve, entre outras coisas, para detectar precocemente o cancro do colo do útero...
Este post é susceptível de afectar os homens mais sensíveis. Contém referências técnicas relacionadas com exames ginecológicos e coisas assim que as mulheres costumam fazer, que não se percebem bem o que são e que quando elas começam a explicar metem uma impressão do caraças, que a gente é modernos, mas com juízo.
E agora, o post propriamente dito:
Isto parece uma anedota, e visto bem, se calhar é. Os meandros das comparticipações da ADSE não cessam de me surpreender, e espelham bem o País de merda em que vivemos, desculpem lá a expressão.
Pois que fui a consulta de Ginecologia, devidamente comparticipada pela ADSE. Alegria. Durante a consulta, o senhor Doutor tratou de recolher amostra para se realizar a citologia.
E o que é uma citologia, poderão perguntar? Uma citologia é um exame em que se faz a colheita de material do colo do útero, o qual é mandado para um laboratório especializado em citopatologia.
(por esta altura, todos os homens que aguentaram ler isto até aqui já vão por esta altura a correr, espavoridos, na direção da televisão mais próxima que esteja sintonizada na Sport TV).
Agora, reparai na maravilha desta subtileza: a consulta de ginecologia foi comparticipada. O exame no laboratório também vai ser. Mas o acto médico de recolher o material do colo do útero, isso não é comparticipado. Arrota aí com 20 euros, que isto do acto médico de retirar material para análise num sítito destes, é coisa que nem tem nada a ver com a consulta, está-se mesmo a ver, eu é que tenho a mania de ir ao médico da especialidade para fazer isto, esquisitices, qualquer mecânico de automóveis, ou canalizador poderia talvez, aí por metade do preço...
Tipo, a malta vai ao médico com uma constipação, a ADSE comparticipa a consulta sim senhor, mas ai, ai, ai, se o médico pegar no estetoscópio, atenção, que o acto médico de auscultar o paciente a ver se tem os pulmões apanhados, isso a ADSE já não está cá para comparticipar, era o que faltava!...
Ah! Falta só dizer que este exame (a citologia) é fundamental, devia ser feito por todas as mulheres uma vez por ano, e serve, entre outras coisas, para detectar precocemente o cancro do colo do útero...
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