Embora me identifique, em muitos aspectos, com as musas inspiradoras aqui do lado, duas delas padecem de grande fixação com sapatos da qual eu não partilho.
Carrie Bradshaw e Cathy derretem rios de dinheiro em sapatos, eu não. Mas não é que eu não quisesse, já que derreto rios de dinheiro em roupa, porque não gastar também em sapatos. O problema é que os criadores de calçado, nos últimos anos, pura e simplesmente enlouqueceram.
Durante estações e estações a fio, foi a moda do sapato em bico:
Tipo, acaba o pé e o bico do sapato continua mais cinco centímetros. Mais dez. Houve alturas em que eu julgava que só iam parar quando começasse o sapato, e meio metro depois chegasse o pé. A sério. Que moda tão parva. Eu quando compro um sapato ou uma bota quero que o meu pé fique pequenino, não quero olhar para baixo e ficar com a sensação de que passei a calçar o 43!
Mas não, essa moda entrou em declínio. E eu pensei, finalmente, agora vou encontrar calçado giro e que me fique bem. Mas a moda mudou de sapato bicudo para...
Sabrinas. Tudo redondinho à frente, como se agora todas nós tivéssemos nascido para bailarinas. E sem salto absolutamente nenhum. Tudo muito enfeitadinho com florinhas e outras mariquices. Só falta oferecerem logo o par de suquetes brancos para a gente a seguir usar com a saia de folhos, que por sinal voltou a usar-se. Eu por mim só aceito vestir esse figurino se for sem meias, e com as minhas pernas à espera de verem cera depilatória há pelo menos cinco semanas. Se é para andar a fazer figuras ridículas, ao menos faço a coisa cumadeveser.
Por conta disto, ando com uns sapatos a caírem de velhos há meses, tenho as minhas sandálias de Verão (as poucas decentes que encontrei no ano passado) todas capazes de irem para o lixo, e as botas vão-se tornar impossíveis de calçar dentro de muito pouco tempo.
Acresce a tudo isto que todo e qualquer calçado que eu compre vai sempre dar-me cabo dos pés nos primeiros dias, e não é seguro que, depois das feridas sararem, eu consiga voltar a calçar aquelas coisas sem que elas me magoem. Muito sapato, muita sandália, deitados fora ou oferecidos novos porque não os consigo aguentar nos pés.
Por isso é que eu, quando vejo malta a comprar sapatos como quem compra camisas, tenho a mesma sensação que costumo ter quando vejo o George Clooney no écran. A visão dá-me prazer, mas sei que há coisas neste mundo que simplesmente não são para mim, e eu tenho que aprender a viver com isso...
1 comentário:
mas em vez de deitares os sapatos ao lixo, dormes com eles. Pode ser que imagines o GC ao teu lado. É tipo 2 em 1. Ou não. Ou outra coisa qq.
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