quinta-feira, julho 21, 2005

As faces são opostas mas a moeda é a mesma

O celibato é uma coisa boa porque…

- O que é meu é meu. Sou livre para comprar ou vender quando me apetece, sem ter que discutir, negociar ou ceder sobre coisa nenhuma.

- Não tenho que gastar dinheiro em coisas parvas tais como consolas de videogames ou máquinas digitais de filmar que vão custar um dinheirão e servir uma vez ou duas, até aparecer um brinquedo mais giro.

- Ao regressar a casa, as únicas coisas que encontro desarrumadas são precisamente aquelas que eu própria desarrumei.

- Posso chegar ao fim do dia e “fechar-me na concha”, no silêncio da minha casa, até conseguir recuperar o equilíbrio que por vezes me abandona enquanto ando na rua.

- Não tenho camisas de homem para passar a ferro.

- Quando sou atacada pelo SPM (Síndroma Pré-Menstrual) isso não afecta mais ninguém a não ser eu própria, o que pode ser muito positivo sobretudo quando o dito inclui crises de ansiedade, irritabilidade simplesmente porque o céu é azul, flatulência e outros desarranjos intestinais.

- Gasto o dinheiro que me apetece em roupa, lingerie e cosméticos sem precisar de inventar argumentos que expliquem porque é que tudo isto me faz tanta falta, quando a verdade é que não há argumentos possíveis…


O celibato é uma coisa má porque…

- Não tenho vida sexual, facto que reconhecidamente não me faz nada bem aos nervos. Por outro lado é óptimo para os fabricantes de ansiolíticos e de chocolates.

- Tenho que acartar sozinha com as compras do supermercado até ao terceiro andar.

- Quando chega a hora de pagar a renda da casa, a prestação do carro, a água, a luz, o telefone, etc., etc., sai tudo do mesmo ordenado e não é o do vizinho do lado, infelizmente.

- Se chego tarde e exausta a casa não está lá ninguém para tomar conta de mim e me preparar o jantar (porém o que não falta prái são homens que não preparam jantares).

- Nas férias calha-me sempre a mim conduzir a porra do carro.

- Sou sempre descaradamente enganada por tudo o que seja vendedor ou mecânico de automóveis, e ainda por cima tenho que me ralar com coisas estupidamente parvas, tais como lavar o carro (!), ou verificar o ar dos pneus (???!) (porém o que não falta prái são homens que não percebem nada de carros).

- Quando avaria o autoclismo, há candeeiros e cortinados para montar ou alguma torneira começa a pingar, surge um sentimento de apocalipse iminente extremamente desagradável, ultrapassado apenas quando me conformo em ser escandalosamente enganada pelos canalizadores, electricistas, ou simplesmente pelos gajos que têm jeito para tratar destas merdas (porém, ó desgraça, ó martírio, o que não falta prái são homens que não conseguem sequer trocar uma lâmpada).

4 comentários:

Anónimo disse...

Qualquer semelhança da primeira parte com as queixas que eu costumo fazer... não é... definitivamente... coincidência!!!

Anónimo disse...

o que tu queres sei eu!!!(isto é para a diasdemae) ;-)

Bart Simpson disse...

São os prós e os contras.
Deixa lá quem não entende bem os traumas da solidão. Antes sozinho(a) que mal acompanhado(a).
Força.

Anónimo disse...

Depois de analisado o post, e da experiência acumulada, cumpre-me informar:
O ideal é:
- Cada um compra o que lhe apetece, se for possível, sem cobranças;
- Cada um arruma as coisas que o outro desarrumou, e não se fala mais nisso;
- A existência de um espaço para onde cada um se possa ir fechar quando isso lhe apetecer.
- As camisas dele são passadas por ela e as dela por ele (o trabalho é mais ou menos idêntico)
- O SPM deve ser partilhado, senão ninguém aguenta
- E por fim a questão sexual da coisa, com imaginação pode-se tornar numa rotina muito interessante, para além de muito necessária à cabeça...

CARAÇAS, ESTAVA A SONHAR, ACORDEI MESMO AGORA.

Assim: não é de todo fácil, mas é possível...
Para ti ó chavala dona deste quintal, nunca deixes de acreditar que é possível, retira um pouco dessa tarefa matemática dos prós e dos contras, e junta um pouco daquilo que nos leva a fazer loucuras, sabes bem o que é!